CARACTERÍSTICAS DA RADIOGRAFIA TORÁCICA DE PACIENTES TUBERCULOSOS COM SORONEGATIVIDADE E SOROPOSITIVIDADE PARA HIV/AIDS

Resumo

Introdução: A tuberculose pulmonar, causada pelo Mycobacterium tuberculosis, é uma doença significativa em países em desenvolvimento. A coinfecção com HIV pode alterar os achados radiográficos, mas poucos estudos brasileiros, especialmente no Tocantins, examinam essas diferenças. Objetivos: Descrever e comparar os achados radiográficos e as apresentações de TB pulmonar em pacientes HIV- e HIV+, e verificar associações com fatores de risco do hospedeiro (idade, estado nutricional, condições imunossupressoras e abuso de substância). Metodologia: Pesquisa observacional transversal, descritiva e analítica, retrospectiva, com dados de prontuários de pacientes com TB pulmonar atendidos no Hospital de Doenças Tropicais (HDT-UFT) entre 2017 e 2022. Resultados: Nos pacientes HIV-, os achados radiográficos mais comuns foram cavitação (66,7%), opacidade reticular (65,5%) e opacidade alveolar (30,9%). Nos HIV+, foram opacidade alveolar (62,5%), opacidade reticular (50%) e cavitação (25%). A cavitação foi mais prevalente em HIV- (66,7% vs. 25%, p=0,002), enquanto a opacidade alveolar foi mais comum em HIV+ (62,5% vs. 30,9%, p=0,016). A cavitação foi associada à maior positividade do BAAR. A TB pulmonar apresentou-se de forma típica e atípica em 50% dos casos. A apresentação atípica foi mais prevalente em HIV+ (75% vs. 45,2%, p=0,03), enquanto a típica foi mais comum em HIV-. Não houve diferenças radiológicas entre HIV+ com CD4+ < 200 células/mm³ e CD4+ ≥ 200 células/mm³. Conclusão: Pacientes com TB pulmonar e HIV- apresentam mais cavitação e uma apresentação típica da doença, além de maior potencial de transmissão devido à associação da cavitação com maior positividade do BAAR. Pacientes HIV+ apresentam mais opacidade alveolar e uma apresentação atípica da TB, dificultando o diagnóstico precoce. Não houve diferenças entre HIV+ com diferentes contagens de CD4+. Portanto, medidas de precauções respiratórias são essenciais para evitar a exposição nosocomial, especialmente em casos de TB-HIV- ou com achados radiográficos atípicos, até que o diagnóstico de TB seja excluído.