ANÁLISE DO PERFIL EPIDEMIOLÓGICO DAS HEPATITES B E C NO TOCANTINS NO PERÍODO DE 2010 A 2020
DOI:
https://doi.org/10.20873/10.20873/uft.2446-6492.2024v11n2p386%20Resumo
Introdução: As Hepatites B (HBV) e C (HCV) são patologias virais sexualmente transmissíveis, sendo as principais causas de doença hepática crônica, cirrose hepática e carcinoma hepatocelular, provocando alta morbimortalidade. Essas infecções são consideradas pela Organização Mundial da Saúde (OMS) um problema de saúde pública mundial. No Brasil, ambas são doenças de notificação compulsória que podem ser rastreadas a partir de Testes Rápidos (TR) na Atenção Primária à Saúde (APS). No entanto, os dados do Sistema de Informação em Saúde (SIS) ainda enfrentam obstáculos como o subdiagnóstico e a subnotificação. Objetivos: Descrever o perfil epidemiológico das hepatites B e C no estado do Tocantins de 2010 a 2020. Método: Trata-se de um estudo descritivo, transversal e retrospectivo com base na coleta de dados do Departamento de Informática do Sistema Único de Saúde (DATASUS) no Tocantins, entre os períodos de 2010 a 2020. Os casos foram filtrados por sexo, raça, região de saúde, escolaridade, faixa etária e forma de transmissão. Resultados: Constatou-se, no período analisado, 882 casos confirmados de HBV e 374 de HCV. O maior número de casos por ano ocorreu em 2011 para HBV (113) e 2017 para HCV (47). Em ambas infecções, o sexo masculino (HBV= 457 e HCV= 214), a raça parda (HBV=663 e HCV=265), a região de saúde Capim Dourado (HBV=337 e HCV=134) e a escolaridade Ensino Médio Completo (HBV= 232 e HCV= 92) foram predominantes. Referente à faixa etária, houve maior prevalência de 20 a 39 anos na HBV (444) e de 40 a 59 anos na HCV (185). Quanto à forma de transmissão, a sexual teve maior registros para HBV (278) e para HCV (126) ignorados/brancos. Discussão: Dessa forma, nota-se a importância de conhecer o perfil epidemiológico dos casos de HBV e HCV para que haja o desenvolvimento de ações de abordagem multidisciplinar com enfoque nos principais grupos afetados, reduzindo as infecções e a morbimortalidade. Por isso, destaca-se a importância da APS na prevenção - por exemplo, por meio da Educação Popular em Saúde -, rastreamento, diagnóstico - através dos TR - e no controle da doença. Conclusões: Evidencia-se, por fim, a relevância da inclusão no SIS de todos os casos identificados, bem como o correto preenchimento das fichas de notificação compulsória, facilitando o processo de investigação e registro.
Palavras-chave: Hepatite B. Hepatite C. Perfil Epidemiológico.
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