CRÍTICA DAS PRÁTICAS JORNALÍSTICAS, UM PEQUENO INVENTÁRIO

Autores

DOI:

https://doi.org/10.20873/uft.2447-4266.2018v4n1p377

Palavras-chave:

crítica das práticas jornalísticas, jornalismo, ombudsman, livro de repórter

Resumo

A crítica das práticas jornalísticas pode ser delineada ao longo de dois séculos. Na literatura, Ilusões perdidas, escrito por Balzac, entre 1835/1843, deu materialidade ao ambiente pérfido do jornal. Uma vertente acadêmica de crítica foi aberta pelas Teorias Sociais da Imprensa que sinalizaram o compromisso dos jornais com as lógicas de mercado e o sistema de partidos políticos. Jornalistas e as suas práticas foram historicamente criticados por jornalistas, desde Karl Kraus. Com base em um pequeno inventário pode-se afirmar que o jornalismo e outros campos teóricos deram consistência a uma diversidade de discursos críticos sobre as ações dos jornalistas e dos jornais. O “livro de repórter”, pela via do enfoque à prática, é considerado, ao final, uma forma contemporânea de crítica das práticas jornalísticas. Dois livros são analisados:  O olho da rua e a coletânea 50 anos de crime.

 

PALAVRAS-CHAVE: Crítica das práticas jornalísticas; jornalismo; ombudsman; livro de repórter.

 

 

ABSTRACT

Critique of journalistic practice can be outlined over the last two last centuries. In literature, Lost illusions, written by Balzac, between 1835/1843, gave materiality to newspapers perfidious environment. An academic perspective of criticism was opened by Social Theories of the Press that indicated the commitment of newspapers with market logic and political party system. Journalists and their practices have historically been criticized by journalists, since Karl Kraus. Based on this small inventory, it’s possible to claim that journalism and other theoretical fields gave materiality to a diversity of critical discourses about journalist’s actions and the newspapers. The “reporter’s book” is considered a contemporary form of critique of the journalistic practice. Two books are analyzed: O olho da rua and the collection 50 anos de crime.

 

KEYWORDS: Critique of journalistic practice ; journalism ; ombudsman; reporter’s book.

 

 

RESUMEN

La crítica de las prácticas periodísticas puede ser delineada a lo largo de dos siglos. En la literatura, Ilusiones perdidas, de Balzac, escrito entre 1835/1843, ha dado materialidad al ambiente pérfido del periódico. Una vertiente académica de la crítica fue abierta por las Teorías Sociales de la Prensa que señalaron el compromiso de los periódicos con las lógicas del mercado y el sistema de los partidos políticos. Periodistas y sus prácticas fueron históricamente criticados por periodistas desde Karl Kraus. Con base en un pequeño inventario es posible afirmar que el periodismo y otros campos teóricos dieron consistencia a una diversidad de discursos críticos sobre las acciones de periodistas y periódicos. El “libro de reportero”, por la vía del enfoque a la práctica, es considerado, al final, una forma contemporánea de crítica de las prácticas periodísticas. Dos libros son analizados: O olho da rua y la coletanea 50 anos de crime.

 

PALABRAS-CLAVE: Crítica de la práctica periodística; periodismo; ombudsman; libro de reportero.

Downloads

Não há dados estatísticos.

Biografia do Autor

Beatriz Marocco, Universidade do Vale do Rio dos Sinos

Jornalista, Doutora em Jornalismo pela Universidade Autônoma de Barcelona, Estudos de Pós-doutorado na Universidade de Grenoble, França, Professora do Programa de Pós-graduação em Ciências da Comunicação da Unisinos. E-mail: bmarocco@unisinos.br.

Referências

AMZAT Jimot; JULIUS, Abodunrin; AKANJI, Okunola. The Print Media and Crime: Values and Issues. International Journal of Criminal Justice Sciences, v. 1, n. 2. Ahmedabad, Gujarat, India: Raksha Shakti University 2007.

BALZAC, Honoré de. Ilusiones perdidas. Madrid: Ediciones B., 2001.

BARRETO, Lima. Recordações do escrivão Isaias Caminha. São Paulo: Ática, 1995.

BARTHES, Roland. Qué es la crítica. In: BARTHES, Roland. Ensayos críticos Madrid: Seix Barral, 2002.

BERTRAND, Jean-Claude. O arsenal da democracia, sistemas de responsabilização da mídia. Bauru: EDUSC, 2002.

BOURDIEU, Pierre. Sobre a televisão. Rio de Janeiro: Zahar, 1977.

BRUM, Eliane. O olho da rua: uma repórter em busca da literatura da vida real. São Paulo: Globo, 2008.

BRUM, Eliane. Eu sou uma escutadeira. Entrevistada por: Ângela Zamin, Beatriz Marocco e Júlia Capovilla. In: MAROCCO, Beatriz. O jornalista de a prática. Entrevistas. São Leopoldo: Ed. Unisinos, 2012.

BRUM, Eliane. Meus desacontecimentos. São Paulo: Leya, 2014, e-book.

BURELLO, Marcelo Gabriel. Estudio preliminar. In: KRAUS, K. En esta gran época: de como la prensa liberal engendra una guerra mundial. Buenos Aires: Libros del Zorzal, 2008.

DENT, Chris. Journalists are the confessors of the public. Journalism, v.9, issue 2. California: Stanford University/Sage, 2008.

FOUCAULT, Michel. O que é a crítica. [Crítica e Aufklärung], 1990. Disponível em: <http://portalgens.com.br/portal/images/stories/pdf/critica.pdf >. Acesso em: 08 mar.2016.

FOUCAULT, Michel. A ordem do discurso. São Paulo: Loyola, 1996.

HARDT, Hanno. Introdução. In: MAROCCO, Beatriz; BERGER, Christa. A era glacial do jornalismo. v. 1. Porto Alegre: Editora Sulina, 2006.

HARDT, Hanno. The social theories of the press, early German and American perspectives. Beverly Hills, London: Sage, 2001.

HIAASEN, Carl. Caso Perdido. São Paulo: Companhia das Letras, 2008.

KRAUS, Karl. En esta gran época: de como la prensa liberal engendra una guerra mundial. Buenos Aires: Libros del Zorzal, 2008.

MARCONDES FILHO, Ciro. Ser jornalista. A língua como barbárie e a notícia como mercadoria. São Paulo: Paulus. 2009.

MAROCCO, Beatriz. Os “livros de repórteres”, o “comentário” e as práticas jornalísticas. Contracampo, v.22. Rio de Janeiro: UFF, 2011. Disponível em: <http://www.contracampo.uff.br/index.php/revista/article/view/86>. Acesso em: 28 jun. 2016.

MAROCCO, Beatriz. A contribuição dos repórteres para uma compreensão dos discursos jornalísticos sobre marginalidade. Comunicação e Sociedade, v.34, n.1. São Paulo: Metodista, 2012. Disponível em: Acesso em: 10 maio 2016.

MAROCCO, Beatriz. Os procedimentos de controle e a resistência na prática jornalística. Galáxia, v. 30. São Paulo: PUCSP, 2015. Disponível em: <http://www.scielo.br/pdf/gal/n30/1982-2553-gal-30-0073.pdf>. Acesso em: 10 maio 2016.

MAROCCO, Beatriz. O jornalista e a prática. Entrevistas. São Leopoldo: Editora Unisinos, 2012.

MAROCCO, Beatriz. Entrevista na prática jornalística e na pesquisa. Porto Alegre: Libretos, 2012a.

MAROCCO, Beatriz, ZAMIN, Angela, BOFF, Felipe. Os “grandes acontecimentos” e o reconhecimento do presente. Verso e Reverso, n. 62. São Leopoldo, Unisinos. Disponível em:

<http://revistas.unisinos.br/index.php/versoereverso/article/view/ver.2012.26.62.04>. Acesso em: 28 jul. 2016.

NEVEU, Eric. Sociologia do jornalismo. São Paulo: Edições Loyola, 2006.

PEREIRA LIMA, Edvaldo. Páginas Ampliadas. São Paulo: Editora Unicamp, 1995.

ROSS, Edward. A supressão das notícias importantes. In: BERGER, Christa., MAROCCO, Beatriz (orgs.). A era glacial do jornalismo. v. 2. Porto Alegre: Sulina, 2008.

SIMMON, James.; HAYES, Sean. Juvenile Crime stories use police blotter without comment from suspects. Newspaper Research Journal, v. 25, n. 4. Michigan: Michigan State University/Sage, 2004.

SÓRIA, P. M. O caso “Titica”: falhas da cobertura policial do Jornal Agora. Revista PJ:Br. v. 5, São Paulo: ECA/USP, 1º sem. 2005.

SOUZA, Percival de. O esquartejador. In: MOLICA, Fernando. (Org.). 50 anos de crimes. Rio de Janeiro: Record, 2007.

Publicado

2018-01-01

Como Citar

MAROCCO, Beatriz. CRÍTICA DAS PRÁTICAS JORNALÍSTICAS, UM PEQUENO INVENTÁRIO. Revista Observatório , [S. l.], v. 4, n. 1, p. 377–397, 2018. DOI: 10.20873/uft.2447-4266.2018v4n1p377. Disponível em: https://sistemas.uft.edu.br/periodicos/index.php/observatorio/article/view/4597. Acesso em: 19 abr. 2024.

Edição

Seção

Dossiê Temático II / Thematic dossier II / Dossier temático II

Artigos mais lidos pelo mesmo(s) autor(es)