O QUILOMBO É O MEU CORPO: A história pública transatlântica na poética de Beatriz Nascimento

Autores

  • Leonara Lacerda Delfino PPGH/Unimontes

DOI:

https://doi.org/10.20873/uft.2447-4266.2024v10n1a7pt

Palavras-chave:

intelectualidade negra, história pública decolonial, passados presentes, atlanticidades , escrevivências afrodiaspóricas

Resumo

O artigo tem por objetivo analisar fragmentos da poética de Maria Beatriz Nascimento, considerando suas práticas vivas de saberes emancipatórios forjados dentro e fora do espaço acadêmico. Nossa hipótese é que a ativista negra desenvolveu uma história pública decolonial engajada em múltiplos espaços, utilizando-se de diferentes linguagens (narrativas poéticas, cinematográficas, historiográficas, textos jornalísticos, discursos políticos, entrevistas orais, conferências, etc.) ao promover um debate público sobre a história da escravidão, reportando-se aos continuuns históricos (passados presentes) relacionados aos temas sensíveis como quilombo contemporâneo e memórias traumáticas da escravidão em que o corpo se configura como lugar de enunciação dos das atlanticidades e escrevivências afrodiaspóricas.

Downloads

Biografia do Autor

Leonara Lacerda Delfino, PPGH/Unimontes

É professora permanente e pós-doutora em História pelo PPGH-UNIMONTES. É doutora e mestre em História pela Universidade Federal de Juiz de Fora (UFJF). 

Referências

BÂ, Amadou Hampaté, A. Tradição Viva In. História geral da África, I: Metodologia e pré-história da África / editado por Joseph Ki –Zerbo, (cap. 8). – 2.ed. rev. – Brasília : UNESCO, 2010.

BARRETO, Raquel Introdução 2018.In: Beatriz Nascimento, Quilombola e Intelectual: Possibilidades nos dias da destruição. Maria Beatriz Nascimento. Diáspora Africana: Editora filhos da África, 2018.

BENTO, Cida. Pacto da branquitude. 1 ed. São Paulo: Companhia das Letras, 2022

CARNEIRO, Edson. O negro em Minas Gerais. Rio de Janeiro: Centro Brasileiro de Pesquisas Educacionais, 1956.

COLLINS, Patricia Hill; BILGE, Sirma Bilge. Interseccionalidade. tradução Rane Souza. - 1.ed. - São Paulo : Boitempo, 2020.

EVARISTO, Conceição. Literatura negra: uma poética de nossa afro-brasilidade. Dissertação (Mestrado em Literatura Brasileira) - Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro, 1996.

EVARISTO, Conceição. Poemas da recordação e outros movimentos. Belo Horizonte: Nandyala, 2008.

FANON, Frantz. Pele negra, máscaras brancas. Tradução de Renato da Silveira, Salvador: EDUFBA, 2008.

FREITAS, Décio. Palmares; a guerra dos escravos. 5.ed. Porto Alegre, Mercado Aberto, 1984.

GILROY, Paul. O Atlântico Negro: modernidade e dupla consciência. Rio de Janeiro: 34/Universidade Cândido Mendes, 2002.

GOMES, Nilma Lino. O movimento negro educador. Saberes construídos na luta por emancipação. Petrópolis, RJ: vozes, 2017.

GONZALEZ, Lélia. A categoria político-cultural de amefricanidade. In: Tempo Brasileiro. Rio de Janeiro, No. 92/93 (jan./jun.), 1988.

GROSFOGUEL, Ramón. Racismo/Sexismo Epistémico, Universidades Occidentalizadas y los Quatro Genocidios/Epistemicidios del largo siglo XVI. Tabula Rasa. Bogotá – Colômbia, n. 19, julio-deciembre. 2013. p. 31-58

hooks, bell. Ensinando comunidade: Uma pedagogia da esperança. São Paulo: Editora Elefante, 2021.

MARTINS, Leda. Performances da oralitura: Corpo lugar da memória. Letras, 2003, (26), p. 63–81.

MOURA, Clóvis. As injustiças de Clio: o negro na historiografia brasileira. Belo Horizonte: Oficina de Livros, 1990.

NASCIMENTO, Beatriz; GERBER, Raquel. ÔRÍ. Direção: Raquel Gerber. Roteiro: Beatriz Nascimento. Angra Filmes, 1989. (93 min).

NASCIMENTO, Beatriz. Beatriz Nascimento, Quilombola e Intelectual: Possibilidades nos dias da destruição. Maria Beatriz Nascimento. Diáspora Africana: Editora filhos da África, 2018.

____________________, “Antirracismo”, 1990. In.: RATTS, Alex; GOMES, Bethânia (Org.). Todas [as] distâncias: poemas, aforismos e ensaios de Beatriz Nascimento. Salvador: Ogum's Toques Negros, 2015.

RATTS, Alex. (Org.). Eu sou atlântica – sobre a trajetória de vida de Beatriz Nascimento. São Paulo: Imprensa Oficial, 2006.

________________. Beatriz Nascimento. Uma história escrita por mãos negras: relações raciais, quilombos e movimentos. Rio de Janeiro: Zahar, 2021.

_______________; GOMES, Bethania. Todas [as] distâncias: poemas, aforismos e ensaios de Beatriz Nascimento. Editora Ogum’s Toques Negros, 2015.

VINHAS, Batista Wagner. Palavras sobre uma historiadora transatlântica: estudo da trajetória intelectual de Maria Beatriz Nascimento. Tese de Doutorado em História. Salvador: UFBA, 2016.

Publicado

2024-11-30

Como Citar

DELFINO, Leonara Lacerda. O QUILOMBO É O MEU CORPO: A história pública transatlântica na poética de Beatriz Nascimento. Revista Observatório , [S. l.], v. 10, n. 1, p. a7, 2024. DOI: 10.20873/uft.2447-4266.2024v10n1a7pt. Disponível em: https://sistemas.uft.edu.br/periodicos/index.php/observatorio/article/view/17335. Acesso em: 1 abr. 2025.