USINA HIDRELÉTRICA DE ESTREITO

ESTADO E FINANCIAMENTO PÚBLICO

Autores

Palavras-chave:

Usina Hidrelétrica de Estreito, Privatização, Riqueza Nacional, Empresas Multinacionais, Estado

Resumo

A privatização da riqueza nacional pelas empresas globais tem assumido um lugar de destaque na atual conjuntura da economia neoliberal. Esse texto teve por objetivo analisar esse processo a partir da implantação da Usina Hidroelétrica de Estreito, tomando por base as ações das grandes corporações associadas ao papel desempenhado pelo Estado. Para tanto, necessitou-se de uma concisa revisão bibliográfica, acompanhada do processamento de dados secundários, oriundos de instituições governamentais. Concluiu-se que a hidrelétrica representa e cristaliza os interesses privados das empresas multinacionais, associados às funções mediadoras do Estado, que através da financeirização e da política de controle social ratifica os grandes empreendimentos capitalistas no Brasil, à medida que precariza as condições de vida das comunidades mais atingidas por esses projetos. 

Biografia do Autor

Delismar Palmeira Costa, Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Tocantins

Doutorando em Geografia na Universidade Federal de Goiás (2020-2023). Mestre em Geografia pela Universidade Federal do Tocantins (2019). Graduação em Geografia (Licenciatura) pela Universidade Federal do Tocantins (2016). Possui experiência em Geografia Agrária, com ênfase nas questões relacionadas ao campesinato e a sua luta cotidiana na formação social capitalista brasileira. Tem experiência em Geografia da População, sobretudo em relação às temáticas ligadas às migrações camponesas ocasionadas pela construção de usinas hidrelétricas. Pesquisa também em Geografia Econômica, sobretudo os fenômenos ligados ao subdesenvolvimento, a relação da agropecuária com a indústria e o circuito inferior da economia urbana.

Manoel Calaça, Universidade Federal de Goiás

Possui graduação em Geografia (Licenciatura) pela Universidade Federal de Goiás (1974), mestrado em Geografia pelo Instituto de Geociências e Ciências Exatas de Rio Claro (1983) e doutorado em Geografia pela Universidade Estadual Paulista Júlio de Mesquita Filho (1993). Atualmente é professor titular da Universidade Federal de Goiás. Tem experiência na área de Geografia, com ênfase em Geografia Agrária, atuando principalmente nos seguintes temas: migração, modernização do campo, territorializaçao do capital no Cerrado, relações de trabalho, mobilidade populacional e agriculturae movimentos sociais no campo.

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Publicado

2022-03-04

Como Citar

COSTA, Delismar Palmeira; CALAÇA, Manoel. USINA HIDRELÉTRICA DE ESTREITO: ESTADO E FINANCIAMENTO PÚBLICO. Revista Tocantinense de Geografia, [S. l.], v. 11, n. 23, p. 93–107, 2022. Disponível em: https://sistemas.uft.edu.br/periodicos/index.php/geografia/article/view/13777. Acesso em: 2 maio. 2024.