Como profissionais de saúde da atenção básica se protegem do sofrimento e vivenciam prazer no trabalho?
DOI:
https://doi.org/10.20873/2526-1487e024030Palavras-chave:
Atenção Básica em Saúde, Saúde do Trabalhador, Psicodinâmica do trabalho., Saúde Mental e Trabalho, Psicologia Organizacional e do TrabalhoResumo
O contexto de trabalho na Atenção Básica em Saúde tem sido marcado por condições
precárias e uma organização rígida de tarefas, especialmente localizadas na Amazônia
brasileira. Este artigo analisa a organização do trabalho das equipes de saúde da família de
Belém do Pará, verificando quais estratégias as trabalhadoras utilizam contra o sofrimento no
trabalho e quais suas vivências de prazer. Realizou-se uma pesquisa qualitativa, descritiva e
exploratória com 19 profissionais de saúde de duas Unidades de Atenção Básica em Saúde de
Belém. Foram realizados 4 encontros coletivos com cada unidade. Os procedimentos de
pesquisa seguiram uma adaptação da metodologia da Psicodinâmica do Trabalho. Como
resultados, verificamos uma organização do trabalho com pouco espaço para mudanças. As
principais estratégias contra o sofrimento envolvem criar alertas entre as trabalhadoras para
protegerem-se de possíveis assaltos no território, buscar constantemente alternativas dentro da
rede de saúde para que usuários consigam receber atendimento especializado e exames, além
de aprender e realizar parte das atribuições dos médicos para ajudá-los a atender mais pessoas.
É necessário haver um diálogo maior com os profissionais responsáveis pela gestão das
equipes de saúde, a fim de facilitar uma reorganização dos processos de trabalho e promover
uma melhor saúde mental no cotidiano das equipes.
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