Etarismo no trabalho: uma realidade atemporal

Autores

  • Iracema Abranches
  • Lelio Moura Lourenço Universidade Federal de Juiz de Fora

DOI:

https://doi.org/10.20873/2526-1487e024023

Palavras-chave:

Etarismo, Trabalho, Saúde mental

Resumo

As características estruturais do mundo do trabalho têm consequências para a saúde mental do trabalhador, advindas da organização do trabalho em si e das relações interpessoais que são estabelecidas no âmbito laboral. O preconceito etário é uma das possíveis características das relações entre as pessoas que se manifesta no trabalho, com repercussões para a saúde mental. Assim, este estudo tem o objetivo de investigar as produções científicas dos últimos seis anos que tratam sobre este tema para demonstrar como o etarismo é identificado na prática do trabalho, utilizando a metodologia de revisão integrativa de literatura. Como resultado, foi possível classificar os artigos em três principais categorias de manifestação do etarismo: nas práticas de gestão e de empregabilidade, nas relações interpessoais no trabalho e na percepção de quem sofre o preconceito. As implicações do etarismo envolvem desde os níveis de desemprego à saúde mental do trabalhador mais velho, gerando danos individuais e sociais. O etarismo ocorre no trabalho geralmente a partir dos 35, 40 anos, o que exige ações para melhorar as relações intergeracionais no trabalho. É urgente que os profissionais que atuam nas relações de trabalho sejam atentos a essa realidade.

Biografia do Autor

Lelio Moura Lourenço, Universidade Federal de Juiz de Fora

Pós Doutor em Estudos da Criança pelo Instituto da Criança da Universidade do Minho - Braga, Portugal. Doutor em Psicologia Social pela Pontifícia Universidade Católica de São Paulo (1998). Possui Mestrado em Psicologia Social pela Universidade Gama Filho (1993). Atualmente é professor titular da Universidade Federal de Juiz de Fora. Bolsista de Produtividade em Pesquisa do CNPq - Nível 2. Membro da APICSA - Asociación Psicológica Iberoamericana de Clínica y Salud. Coordenador/ (Líder) do Núcleo de Estudos em Violência e Ansiedade Social -NEVAS. Membro da Comissão de política editorial da Revista Psicologia em Pesquisa UFJF. Membro da Sociedade Brasileira de Psicologia SBP. Membro da Asociación Científica Internacional de Psicopedagogía - ASOCIP. Conselheiro PROEX /CONEXC - Universidade Federal de Juiz de Fora - UFJF. Tem experiência na área de Psicologia, com ênfase em Relações Interpessoais, atuando principalmente nos seguintes temas: psicologia clínica, violência, crenças, trabalho, ansiedade social e saúde.

Referências

Achenbaum, W. A. (2014). Robert N. Butler, MD (January 21, 1927–July 4, 2010): Visionary leader. The Gerontologist, 54(1), 6-12. https://doi.org/10.1093/geront/gnt015

Allgood, S. (2020). Age discrimination and academic labor markets. Journal of Economic Behavior & Organization, 169, 70-78. https://doi.org/10.1016/j.jebo.2019.10.024

Amorim, W., Fischer, A., & Fevorini, F. B. (2019). Workers age 50 and over in the Brazilian labor market: is there ageism?. Revista de Gestão, 26(2), 161-179.

Antunes, R. (org.) (2020). Uberização, trabalho digital e indústria 4.0. Ed. Boitempo. ISBN 978-65-5717-012-0

Baltes, B. B., & Finkelstein, L. M. (2011). Editorial Contemporary empirical advancements in the study of aging in the workplace. Journal of Organizational Behavior. 32, 151–154. https://doi.org /10.1002/job.727

Beauvoir, S. (2018). A Velhice. (2ª ed.). Nova Fronteira. ISBN 9788520902165

Camarano, A. A., Carvalho, D. F., & Kanso, S. (2019). Exiting the labour market early: retirement or discrimination?. Ciência & Saúde Coletiva, 24, 3183-3192. 10.1590/1413-81232018249.17452019

Cebulla, A., & Wilkinson, D. (2019). Responses to an ageing workforce: Germany, Spain, the United Kingdom. Business Systems Research: International journal of the Society for Advancing Innovation and Research in Economy, 10(1), 120-137. https://doi.org/10.2478/bsrj-2019-0009©

Chia, J. L., & Hartanto, A. (2021). Older adult employment status and well-being: A longitudinal bidirectional analysis. International Journal of Environmental Research and Public Health, 18(23), 12533. https://doi.org/10.3390/ijerph182312533

Crochik, J. L. (2006). Preconceito, indivíduo e cultura. Casa do Psicólogo. ISBN 857396-489-8

de Lucena, S. C., & Santos, C. V. C. (2019). Diversidade e mercado de trabalho no Brasil. Revista Jurídica Trabalho e Desenvolvimento Humano, 2(2). https://doi.org/10.33239/rtdh.v2i2.60

Fekedulegn, D., Alterman, T., Charles, L. E., Kershaw, K. N., Safford, M. M., Howard, V. J., & MacDonald, L. A. (2019). Prevalence of workplace discrimination and mistreatment in a national sample of older US workers: The REGARDS cohort study. SSM-population health, 8, 100444. https://doi.org/10.1016/j.ssmph.2019.100444

Finkelstein, L. M.; Voyles, E. C.; Thomas, &, Zacher, H. (2020). A Daily diary study of responses to age meta-stereotypes. Work, Aging and Retirement, Volume 6, Issue 1, January 2020, p. 28–45. https://doi.org/10.1093/workar/waz005

França, L. H. D. F. P., Siqueira-Brito, A. D. R., Valentini, F., Vasques-Menezes, I., & Torres, C. V. (2017). Etarismo no contexto organizacional: a percepção de trabalhadores brasileiros. Revista Brasileira de Geriatria e Gerontologia, 20(6), 762-772. https://doi.org/10.1590/1981-22562017020.170052

Gonçalves, J. C. S. (2019). O novo ambiente de trabalho: diversidade ambiental e flexibilidade do espaço. PosFAUUSP, 26(49), e161676-e161676. https://doi.org/10.11606/issn.2317-2762.posfau.2019.161676

Harada, K., Sugisawa, H., Sugihara, Y., Yanagisawa, S., & Shimmei, M. (2019). Perceived age discrimination and job satisfaction among older employed men in Japan. The International Journal of Aging and Human Development, 89(3), 294-310. https://doi-org.ez25.periodicos.capes.gov.br/10.1177/0091415018811100

Heloani, R. (2016). Assédio moral: ultraje a rigor. Revista direitos, trabalho e política social, 2(2), 29-42. ISSN 2447-0023

Kleissner, V., & Jahn, G. (2020). Medição implícita e explícita de atitudes e estereótipos de idade relacionadas ao trabalho. Frontiers in Psychology, 11, 579155. https://doi.org/10.3389/fpsyg.2020.579155

Lagacé, M., Donizzetti, A. R., Van de Beeck, L., Bergeron, C. D., Rodrigues-Rouleau, P., & St-Amour, A. (2022). Testing the Shielding Effect of Intergenerational Contact against Ageism in the Workplace: A Canadian Study. International Journal of Environmental Research and Public Health, 19(8), 4866. https://doi.org/10.3390/ijerph19084866

Marchiondo, L. A., Gonzales, E., & Williams, L. J. (2019). Trajectories of perceived workplace age discrimination and long-term associations with mental, self-rated, and occupational health. The Journals of Gerontology: Series B, 74(4), 655-663. https://doi.org/10.1093/geronb/gbx095

Meng, A., Sundstrup, E., & Andersen, L. L. (2021). What Do the Managers Think of Us? The Older-Worker-Perspective of Managers’ Attitudes. International Journal of Environmental Research and Public Health, 18(8), 4163. https://doi.org/10.3390/ijerph18084163

Ministério da Saúde. Brasil. (2023). https://conselho.saude.gov.br/ultimas-noticias-cns/2985-transtornos-mentais-e-adoecimento-no-ambiente-de-trabalho-como-enfrentar

Oesch, D. (2020). Discrimination in the hiring of older jobseekers: Combining a survey experiment with a natural experiment in Switzerland. Research in social stratification and mobility, 65, 100441. https://doi.org/10.1016/j.rssm.2019.100441

Palmore, E. (1999). Ageism: Negative and positive (2ª ed.) Springer Publishing Company. ISBN 082617003X

Pérsigo, P., Athaydes, A., & Alves, G. G. (2020). Os profissionais de relações públicas e comunicação: competências para a diversidade. Revista Internacional de Relaciones Públicas, 10(19), 223-246. http://dx.doi.org/10.5783/RIRP-19-2020-12-223-246.

Peters, P., Van der Heijden, B. I., Spurk, D., De Vos, A., & Klaassen, R. (2019). Please don’t look at me that way. An empirical study into the effects of age-based (meta-) stereotyping on employability enhancement among older supermarket workers. Frontiers in psychology, 10, 249. https://doi.org/10.3389/fpsyg.2019.00249

Sesi (2023). https://sesirs.org.br/blog-sesi-saude/dia-mundial-da-saude-mental-como-o-trabalho-pode-ser-um-fator-de-protecao

Taylor, P., McLoughlin, C., & Earl, C. (2018). Everyday discrimination in the Australian workplace: Assessing its prevalence and age and gender differences. Australasian Journal on Ageing, 37(4), 245-251. https://doi-org.ez25.periodicos.capes.gov.br/10.1111/ajag.12597

Weiss, D. & Perry, E. L. (2020). Implications of generational and age metastereotypes for older adults at work: the role of agency, stereotype threat, and job search self-efficacy. Work, Aging and Retirement, Volume 6, Issue 1, January 2020, p. 15-27. https://doi.org/10.1093/workar/waz010

Downloads

Publicado

2024-10-25

Como Citar

Abranches, I., & Lourenço, L. M. (2024). Etarismo no trabalho: uma realidade atemporal. Trabalho (En)Cena, 9(Contínuo), e024023. https://doi.org/10.20873/2526-1487e024023

Edição

Seção

Artigo de Revisão de Literatura