PREDITORES DO CONFLITO TRABALHO-FAMÍLIA EM CAMINHONEIROS

Autores

  • Marjana Zapalai Baggio Universidade do Vale do Taquari – Univates
  • Michelle Engers Taube Universidade do Vale do Taquari - Univates
  • Mary Sandra Carlotto Universidade de Brasília

DOI:

https://doi.org/10.20873/2526-1487e023004

Palavras-chave:

Caminhoneiros; Conflito trabalho-família; Riscos psicossociais.

Resumo

Esse estudo de delineamento observacional, analítico e transversal teve como objetivo identificar se os fatores sociodemográficos, laborais, estressores psicossociais e estratégias de coping prediziam o Conflito trabalho-família em uma amostra de 190 caminhoneiros. Os instrumentos utilizados para a pesquisa foram: questionário de dados sociodemográficos e laborais, Inventário COPE e Subescalas da Escala de Estressores Psicossociais no Contexto Laboral. Os resultados obtidos por meio da análise de regressão linear múltipla identificaram um modelo explicativo para o conflito trabalho-família constituído por seis variáveis: vínculo empregatício empregado e ter filhos, estratégia de coping focada na emoção e os riscos psicossociais: ambiguidade de papéis, pressão do grau de responsabilidade e falta de autonomia. Aponta-se a necessidade de ações voltadas para esse risco psicossocial, presente no contexto de trabalho desta categoria profissional, por parte das organizações e gestores, a fim de amenizar os impactos deste risco e promover melhores condições de trabalho.

Biografia do Autor

Marjana Zapalai Baggio, Universidade do Vale do Taquari – Univates

Psicóloga

Michelle Engers Taube, Universidade do Vale do Taquari - Univates

Psicóloga, doutora em Psicologia

Referências

Apostolopoulos, Y., Sönmez, S., Hege, A., & Lemke, M., (2016). Work strain, social isolation and mental health of long-haul truckers. occupational. Therapy in Mental Health, 32(1), 50-69. https://doi.org/10.1080/0164212X.2015.1093995

Apostolopoulos, Y., Sönmez, S., Shattell, M. M., & Belzer, M. (2010). Worksite-induced morbidities among truck drivers in the United States. AAOHN Journal, 58(7), 285-296. https://doi.org/10.3928/08910162-20100625-01

Câmara, S. G., Carlotto, M. S., & Bedin, L. M. (2019). Evidências de validade da versão reduzida do Coping Orientation to Problems Experienced Inventory (COPE) com trabalhadores brasileiros. Psicogente, 22(41), 33-50. https://doi.org/10.17081/psico.22.41.3301

Carver, C., Scheier, M., & Weintraub, J. (1989). Assessing coping strategies: A theoretically based approach. Journal of Personality and Social Psychology, 56(2), 267-283. https://psycnet.apa.org/record/1989-17570-001

Carver, C. S. & Connor-Smith, J. (2010). Personality and coping. Annual Review of Psychology, 61(1), 679-704. https://doi.org/10.1146/annurev. psych.093008.100352

Confederação Nacional do Transporte (CNT). (2019). Profissão caminhoneiro. https://cnt.org.br/perfil-dos-caminhoneiros

Confederação Nacional do Transporte. (2021). Painel de emprego no transporte. CNT. https://www.cnt.org.br/painel-emprego-transporte

Confederação Nacional do Transporte (CNT). (2016). Boletim estatístico do Transporte.http://www.cnt.org.br/Boletim/boletim-estatistico-cnt

Confederação Nacional do Transporte (CNT). (2018). Boletim Estatístico-CNT-Janeiro.https://www.cnt.org.br/Boletim/boletim-estatistico-cnt

Confederação Nacional do Transporte. (2022) Profissionais do transporte são incluídos no grupo prioritário da vacinação contra a gripe em 2022. https://cnt.org.br/agencia-cnt/profissionais-do-transporte-so-includos-no-grupo-prioritrio-da-vacinao-contra-a-gripe

Correia, T. M., & Bianchi, A. (2019). Stress em caminhoneiros e comportamento no trânsito.Psicologia, Saúde & Doenças, 20(1), 242-255. http://dx.doi.org/10.15309/19psd200120

Delfino, L. G., & Moraes, T. D. (2015). Percepções sobre adoecimento para caminhoneiros afastados pelo sistema de previdência social. Estudos Interdisciplinares em Psicologia, 6(2), 113-137. https://doi.org/10.5433/22366407.2015v6n2p113

Ferreira, M. C., Milfont, T. L., Silva, A. P. C., Fernandes, H. A., Almeida, S. P., & Mendonça, H. (2015). Escala para avaliação de estressores psicossociais no contexto laboral: construção e evidências de validade. Psicologia: Reflexão e Crítica, 28(2), 340-349. https://doi.org/10.1590/1678-7153.201528214.

Ferreira, S. de S., & Alvarez, D. (2013). Organização do trabalho e comprometimento da saúde: Um estudo em caminhoneiros. Sistemas & Gestão, 8(1), 58-66. https://doi.org/10.7177/sg.2013.V8.N1.A5.

Field, A. (2009). Descobrindo a estatística usando o SPSS-2. Artmed.

Folkman, S., & Lazarus, R. S. (1980). An analysis of coping in a middle‐agedcommunity sample. Journal of Health and Social Behavior, 21(3), 219-239.https://psycnet.apa.org/doi/10.2307/2136617

Folkman, S., & Lazarus, R. S. (1985). If it changes it must be a process: study of emotion and coping during three stages of a college examination. Journal of personality and social psychology, 48(1), 150. https://doi.org/10.1037//0022-3514.48.1.150

Frey, A. F., Giongo, C. R., & Passini, E. S. (2022). Saúde e trabalho de caminhoneiros: uma revisão integrativa da literatura. Trabalho (En) Cena, 7, e022016-e022016.https://doi.org/10.20873/2526-1487e022016

Greenhaus, J. H. & Beutell, N. J. (1985). Sources of conflict between work and family roles. Academy Management Review, 10,76–88.https://doi.org/10.2307/258214

Gomes, C. de O., Moraes, G. F. de S., Silva, L. F., &Mendes, D. P. (2021). Riscos ocupacionais do/no motorista de carreta e seus impactos na gestão da saúde esegurança. Research, Society and Development, 10(13), e327101321218, 2525-3409. http://dx.doi.org/10.33448/rsd-v10i13.21218

Heaton, K., McManus, B. J., Mumbower, R., & Vance, D. E. (2017). A pilot study ofsleep, work practices, visual processing speed, and 5-year motor vehicle crash risk among truck drivers. Workplace Health & Safety, 65(12), 572–579. https://doi.org/10.1177/2165079917704448

Hino, P., Francisco, T., Onofre, P., Santos, J., & Takahashi, R. (2017). Análise dos cuidados à saúde de caminhoneiros. Revista de Enfermagem UFPE, 11(11), 4741-4748. https://doi.org/10.5205/1981-8963-v11i11a231217p4741-4748-2017

Iseland, T., Johansson, E., Skoog, S. & Daderman, A. M. (2018). An exploratory study of long-haul truck drivers’ secondary tasks and reasons for performing them. Accident Analysis & Prevention,117, 154–163. https://doi.org/10.1016/j.aap.2018.04.010

Kim, E., Kim, Y., & Park, J. (2022). The necessity of introducing autonomous trucks in logistics 4.0. Sustainability, 14, 3978. https://doi.org/10.3390/su14073978

Lei 12.619, de 30 de abril de 2012 (2012, 30 de abril). Dispõe sobre o exercício da profissão de motoristas; altera a Consolidação das Leis do Trabalho – CLT. Diário Oficial da União, Seção 1. https://www.legisweb.com.br/legislacao/?id=240806

Lei 13.103, de 02 de março de 2015 (2015, 20 de julho). Dispõe sobre o exercício da profissão de motorista; altera a Consolidação das Leis do Trabalho – CLT. Diário Oficial da União, Seção 1. http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2015-2018/2015/lei/l13103.htm

Lemke, M., Hege, A., Perko, M., Sönmez, S., & Apostolopoulos, Y., (2015). Work patterns, sleeping hours and excess weight in commercial drivers. Occupational Medicine,65(9), 725- 731. https://doi.org/10.1093/occmed/kqv080

Lotfi, S., Yazdanirad, S., Pourabdiyan, S., Hassanzadeh, A., & Lotfi, A. (2017). Driving behavior among different groups of Iranian drivers based on driver coping styles. International Journal of Preventive Medicine, 8(52). https://doi.org/10.4103%2Fijpvm.IJPVM_313_16

Marqueze, E. C., Ulhôa, MA, & de Castro Moreno, C. R. (2013). Efeitos do turno irregular de trabalho e atividade física nos fatores de risco cardiovascular em motoristas de caminhão. Revista de Saúde Pública, 47(3), 497-505. http://dx.doi.org/10.1590/S00348910.2013047004510

Marôco J. (2007). Análise estatística com utilização do SPSS (3a ed.). Edições Sílabo.

Masson, V. A., & Monteiro, M. I. (2010). Estilo de vida, aspectos de saúde e trabalho de motoristas de caminhão. Revista Brasileira de Enfermagem, 63(4),533-540. https://doi.org/10.1590/S0034-71672010000400006.

Moreira, J. S., Leal, L. F. M., & Barbosa, S. da C. (2022). Saúde mental no transporte rodoviário de carga: Olhar ao caminhoneiro. Revista Psicologia e Saúde, 14(1), 133-145.https://doi.org/10.20435/pssa.v14i1.1725

Moreno, C. R. D. C., & Rotenberg, L. (2009). Fatores determinantes da atividade dos motoristas de caminhão e repercussões à saúde: um olhar a partir da análise coletiva do trabalho. Revista Brasileira de Saúde Ocupacional, 34(120), 128-138. https://doi.org/10.1590/s0303-76572009000200004.

Moreno, C. R. D. C., Fischer, F. M., & Rotenberg, L. (2003) A saúde do trabalhador na sociedade 24 horas. São Paulo em Perspectiva, 17(1), 34-46. https://doi.org/10.1590/S0102-88392003000100005.

Narciso, F. V., & Mello, M. T. D. (2017). Safety and health of professional drivers who drive on Brazilian highways. Revista de Saúde Pública, 51(26), 1-7.https://doi.org/10.1590/s1518-8787.2017051006761

Nascimento, P. F., & Junior, G. A. (2016). Implicações do uso de drogas e a condição de saúde dos caminhoneiros. Psicologia e Saúde em Debate, 2(Ed. Esp. 1), 104-116.https://doi.org/10.22289/2446-922X.V2EEA8

Oliveira, M. E. T. de., & Carlotto, M. S. (2020). Fatores associados aos Transtornos Mentais Comuns em caminhoneiros. Psicologia: Teoria e Pesquisa, 36,e3653.https://doi.org/10.1590/0102.3772e3653

Pereira, A. V., Vieira, J. M., & Matos, P. M. (2017). Interface trabalho-família, vinculação romântica e parentalidade. Análise Psicológica, 35(1), 73-90. https://doi.org/10.14417/ap.1071

Pourabdian, S., Lotfi, S., Yazdanirad, S., Golshiri, P., & Hassanzadeh, A. (2020). Evaluation of the effect of fatigue on the coping behavior of international truck drivers.BMC Psychology, 8(1), 70. https://doi.org/10.1186/s40359-020-00440-2

Queiroz, B., Sardinha, L., & Lemos, V. (2019). As consequências da restrição de sono sobre a qualidade de vida de caminhoneiros. Diálogos Interdisciplinares, 8(8), 49-57. https://revistas.brazcubas.br/index.php/dialogos/article/view/799

Reimann, M., Schulz, F., Marx, C. K., & Lükemann, L. (2022). The family side of work-family conflict:A literature review of antecedents and consequences. JFR –Journal of Family Research, 34(4), 1010-1032. https://doi.org/10.20377/jfr-859

Revuelta-López, M. D., & López-Fernández, A. M. (2022). The correlation of firm and owner-operator family performance: analysis of the last-mile transport system in Mexico. International Journal of Logistics Economics and Globalisation,9(4), 370-389. https://doi.org/10.1504/IJLEG.2022.125937

Saron, M. L. G., Gonçalves, S. de O. A., Rodrigues, O., J., Silva, C. P. L. da, Alves, R. da S. G., & Loureiro, L. H. (2022). Qualidade de vida e saúde do caminhoneiro: interprofissionalidade em foco. Brazilian Journal of Health Review, 5(5), 21082-21095. https://doi.org/10.34119/bjhrv5n5-261

Schonfeld, I. S. (1996). Relation of negative affectivity to self-reports of job stressors and psychological outcomes. Journal of Occupational Health Psychology, 1, 397-412. https://doi.org/10.1037/1076-8998.1.4.397.

Shattell, M., Apostolopoulos, Y., Sonmez, S., & Griffin, M. (2010). Occupational Stressors and the Mental Health of Truckers. Issues in Mental Health Nursing, 31(9), 561-568. https://doi.org/10.3109/01612840.2010.488783.

Silva, A. R., & Silva, I. S. (2015). Conflito trabalho-família: um estudo com motoristas profissionais. Revista Psicologia Organizações e Trabalho, 15(4), 419-430. https://doi.org/10.17652/rpot/2015.4.432

Silva, L. G. D., Luz, A. A. D., Vasconcelos, S. P., Marqueze, E. C., & Moreno, C. R. D. C. (2016). Vínculos empregatícios, condições de trabalho e saúde entre motoristas de caminhão. Revista Psicologia Organizações e Trabalho, 16(2), 153-165. https://doi.org/10.17652/rpot/2016.2.675.

Silva, R. A. (2015). Vida de caminhoneiro: sofrimento e paixão. Dissertação de mestrado, Pontifícia Universidade Católica, Campinas, São Paulo, Brasil. http://tede.bibliotecadigital.puc-campinas.edu.br:8080/jspui/handle/tede/351

Sousa, I. C., & Ramos, S. (2018). Working conditions, health and retirement intentions: a case study of truck drivers. International Journal of Workplace Health Management, 11(3), 114-129. https://dx.doi.org/10.1108/IJWHM-02-2018-0019

Sukalova, V. (2020). Changes in work of truck drivers from the aspect of safety and psychosocial risks. 55th International Scientific Conference on Economic and Social Development – Baku, 18-19 June, 2020. 658-667. Book of Proceedings Vol. 1/4.

Tamres, L. K., Janicki, D., & Helgeson, V. S. (2002). Sex differences in coping behavior: a meta-analytic review and an examination of relative coping. Personality and Social Psychology Review, 6, 2–30.https://psycnet.apa.org/doi/10.1207/S15327957PSPR0601_1

Taube, M. E., & Carlotto, M. S. (2020). Preditores da intenção de abandono profissional em caminhoneiros. Gerais:Revista Interinstitucional de Psicologia, 13(2), 1-20. https://dx.doi.org/10.36298/gerais202013e14903

The White House. (2021). Fact sheet: The Biden-Harris Administration Trucking Action Plan to Strengthen America’s Trucking Workforce. Briefing Room, Statements and Releases, December, 16. https://www.whitehouse.gov/briefing-room/statements-releases/2021/12/16/fact-sheet-the-biden-%E2%81%A0harris-administration-trucking-action-plan-to-strengthen-americas-trucking-workforce/

Van der Beek, A. J. (2012). World at work: Truck drivers. Occupational & Environmental Medicine, 69(4), 291-295. https://doi.org/10.1136/oemed-2011-100342

Williams Jr., D. F., Thomas, S. P., & Liao-Troth, S. (2017). The truck driver experience: Identifying psychological stressors from the voice of the driver. Transportation Journal, 56(1), 54-76.https://doi.org/10.5325/transportationj.56.1.0054.

Zanelato, L. S. (2008). Manejo de stress, coping e resiliência em motoristas de ônibus urbano. Dissertação (mestrado) - Universidade Estadual Paulista.http://hdl.handle.net/11449/97479.

Zeferino, M. T. (2010). Mundo-vida de caminhoneiros: uma abordagem compreensiva para a enfermagem na perspectiva de Alfred Schutz. Tese (doutorado). Universidade Federal de Santa Catarina, Centro de Ciências da Saúde. http://repositorio.ufsc.br/xmlui/handle/123456789/94030

Downloads

Publicado

2023-05-30

Como Citar

Baggio, M. . Z., Taube, M. E., & Carlotto, M. S. (2023). PREDITORES DO CONFLITO TRABALHO-FAMÍLIA EM CAMINHONEIROS. Trabalho (En)Cena, 8(Contínuo), e023004. https://doi.org/10.20873/2526-1487e023004

Edição

Seção

Artigo de Pesquisa