BURNOUT, UM SOFRIMENTO INSISTENTE
DOI:
https://doi.org/10.20873/2526-1487e022011Palavras-chave:
Esgotamento Profissional, Esgotamento Psicológico, Classificação Internacional de Doenças, Doenças Profissionais, Saúde do TrabalhadorResumo
Trata-se de uma resenha crítica do livro “Burnout: a doença que não existe”, de autoria de Estevam Vaz de Lima, médico psiquiatra que atua como perito em um Tribunal Regional do Trabalho. Realizamos uma descrição das partes que compõem a obra e de suas principais contribuições, destacando uma abordagem crítica do trabalho de Christina Maslach. O autor defende a ideia de que o burnout se encontra em um estado de confusão epistemológica, podendo ser visto como uma gíria, uma ficção que não possui semiologia confiável que a justifique enquanto diagnóstico médico. Para isso, argumenta que os sintomas comumente atribuídos à síndrome podem ser compreendidos como fazendo parte de outros transtornos já presentes na Classificação Internacional das Doenças (CID). Discutimos criticamente esse posicionamento, mostrando as limitações da CID enquanto instrumento diagnóstico para a saúde mental e argumentando que a filosofia da linguagem e da ciência permitem um entendimento diferente da relação entre a linguagem cotidiana e a linguagem científica, que não é de nítida separação e sim de interação mútua. Ao final, concluímos que a obra falha ao deixar de explicitar e fundamentar seus pressupostos filosóficos, mas é capaz de estimular o debate sobre o tema.
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