INFLUÊNCIA DE QUE E/OU DE QUEM?

O CASO DE VIRGÍNIA FONSECA E A PARATOPIA DO DISCURSO DIGITAL

Resumen

As mídias digitais não são apenas espaços de circulação de dados, informações e imagens, constituem-se, também, como um dispositivo de enunciação pelos quais os sujeitos (des)constroem sentidos, (des)identidades e relações por meio da linguagem multimodal. Diante disso, este artigo tem como objetivo discutir como as redes, mais especificamente o Instagram, constituem-se por uma “fronteira limite” no universo do discurso, possibilitando que os sujeitos-autores-digitais (re)organizem seus pertencimentos e (re)estruturem suas posições. Como objeto de investigação, analisaremos algumas publicações dessa rede social a partir do depoimento da influenciadora Virgínia Fonseca, durante a Comissão Parlamentar de Inquérito, a CPI das Bets, sobre apostas e o enriquecimento ilícito em jogos esportivos online. Para tal, pautamo-nos nas reflexões teórico-metodológicas da análise do discurso francesa, sobretudo nos conceitos de paratopia, cenas de enunciação e ethos em Dominique Maingueneau (2006, 2008, 2010, 2015), para verificar como diferentes espaços do dizer dessa influenciadora digital, sujeito-autor-digital Virgínia Fonseca, pode promover deslocamentos de sentido cristalizados social e historicamente, e interferir na construção discursiva do que é exercer influência nesses espaços de enunciação.