[CHAMADA PARA PUBLICAÇÃO] Do signo verbal à imagem digital: relações intersemióticas e discursivas nas redes

2024-12-06

É comum falarmos e interagirmos sem utilizarmo-nos a norma culta de uma língua, ou seja, ao construirmos um determinado enunciado não costumamos ordenar, previamente, as sequências linguísticas sem, de fato, conhecer o espaço enunciativo que elas (orais ou escritas) podem emergir e, com isso, produzir os sentidos desejados. Do ponto de vista discursivo, precisamos compreender as nuances e os enredos das condições de produção que são fundamentais para observarmos os usos da língua e(m) sua diversidade, colocando-a numa relação polêmica entre a ordem do dizer da linguística e da gramática normativa. É por meio dessa disparidade entre as diferentes modalidades de língua, nessa polêmica relação, que podemos nos questionarmos sobre a oposição que há tempos se coloca na história e é responsável por problematizar certas questões que até hoje causam um estigma voltado sobretudo pela dicotomia do “certo” e do “errado”. Tais princípios são produzidos porque a maioria da população tem em suas bases formativas a cristalização de discursos que colocam a norma gramatical como um modelo “ideal” de língua, responsável por mensurar não só os diferentes setores sociais (falar bem = mais educado versus falar mal = menos educado), mas também por ordenar e estruturar toda prática de comunicação. Tais práticas, inscritas nas diferentes instâncias enunciativas, ratificam imaginários sociais, políticos, econômicos que negam o caráter multifacetado da língua e sua relação com a diversidade linguística, responsável por criar e definir diferentes identidades no espaço brasileiro. Este dossiê tem como objetivo reunir um conjunto de trabalhos que têm como ponto de discussão a relação da língua com a sociedade, em especial o embate teórico travado entre essas duas instâncias – norma gramatical versus a língua em uso. Queremos, pois, proporcionar reflexões que se questionam sobre o porquê é necessário, ainda, discutirmos sobre isso num Brasil diverso e multicultural. Para tal, convidamos a todos os interessados a essas questões para contribuírem conosco e fomentarmos ainda mais as pesquisas sobre a língua e(m) sociedade diante das mudanças e transformações via campo no/pelo digital.

Prof. Dr. Marco Antonio Almeida Ruiz (UFG)
Profa. Dra. Edna Silva Faria (UFG)
Profa. Dra. Lígia Mara Boin Menossi de Araújo (UFSCar)

Provável data de publicação: 30/04/2025.

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