POR OUTRO DESENVOLVIMENTO TERRITORIAL E AMBIENTAL EM SOCIEDADES TRADICIONAIS DO ESTADO DE SÃO PAULO

Autores

  • Júlio César Suzuki Universidade de São Paulo

DOI:

https://doi.org/10.20873/rtg.v6n10p01-17

Palavras-chave:

desenvolvimento, sociedades tradicionais, território, ambiente

Resumo

A perspectiva de análise do desenvolvimento territorial e ambiental, muitas vezes construída a partir de um ponto de vista extremamente homogeneizante e valendo-se dos preceitos oriundos dos países desenvolvidos, não dá conta das dimensões necessárias às populações tradicionais. Com base, então, nos debates de Orlando Fals Borda (2003) acerca da necessidade de uma episteme latino-americana para compreender nossa história; de Arturo Escobar (2014) da importância de uma proposta de desenvolvimento oriunda dos sujeitos sociais; de Néstor García Canclini (2008) da existência de culturas híbridas de que somos parte; de José de Souza Martins (1997, 2012) acerca da sociabilidade do homem simples e de suas formas de subordinação; e de Antonio Candido (2001) sobre as relações que definem o caipira; bem como a realização de inúmeros trabalhos de campo em comunidades quilombolas e caiçaras do estado de São Paulo, fundados em história oral, composição de séries fotográficas e mapeamentos, objetivamos discutir os dilemas existentes na conceituação de desenvolvimento territorial e ambiental a partir da mirada das populações tradicionais do estado de São Paulo, particularmente a de caiçaras e quilombolas.Como resultado de nossa análise, verificamos que a definição de uma perspectiva de desenvolvimento territorial e ambiental, oriunda das populações quilombolas e caiçaras do estado de São Paulo, importante para, inclusive, estabelecer parâmetros para a definição de políticas e ações governamentais, necessita levar em consideração seus territórios e modos de vida como estruturadores de suas identidades, em que a memória social é mediação fundamental de luta contra a expropriação e a violência.

Biografia do Autor

Júlio César Suzuki, Universidade de São Paulo

Possui graduação em Geografia pela Universidade Federal de Mato Grosso (1992), graduação em Letras pela Universidade Federal do Paraná (2004), mestrado em Geografia (Geografia Humana) pela Universidade de São Paulo (1997) e doutorado em Geografia (Geografia Humana) pela Universidade de São Paulo (2002). Atualmente é Professor Doutor II da Universidade de São Paulo e do Programa de Pós-Graduação (Mestrado e Doutorado) em Integração da América Latina (PROLAM/USP). Tem experiência na área de Geografia, com ênfase em Geografia Humana, atuando principalmente nos seguintes temas: Agricultura, Urbanização, Geografia e Literatura e Teoria e Método.

Referências

CANDIDO, Antonio. Os parceiros do Rio Bonito; Estudo sobre o caipira paulista e a transformação dos seus modos de vida. 11. ed. Rio de Janeiro: Ouro sobre Azul, 2010.
LÉFÈBVRE, Henri. La production de l 'espace. Paris: Anthropos, 1986.
MARTINS, José de Souza. Fronteira; A degradação do Outro nos confins do humano. São Paulo: Hucitec, 1997.

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Publicado

2018-04-12

Como Citar

SUZUKI, Júlio César. POR OUTRO DESENVOLVIMENTO TERRITORIAL E AMBIENTAL EM SOCIEDADES TRADICIONAIS DO ESTADO DE SÃO PAULO. Revista Tocantinense de Geografia, [S. l.], v. 6, n. 10, p. 01–17, 2018. DOI: 10.20873/rtg.v6n10p01-17. Disponível em: https://sistemas.uft.edu.br/periodicos/index.php/geografia/article/view/3699. Acesso em: 29 mar. 2024.