RISCOS GEOLÓGICOS, HIDROLÓGICOS E SANITÁRIOS NA BACIA DO CÓRREGO ESPERANÇA, NÚCLEO URBANO DE AÇAILÂNDIA (OESTE MARANHENSE)

Autores

DOI:

https://doi.org/10.20873/rtg.v13i29.16230

Palavras-chave:

Erosões, Alagamentos, Expansão urbana

Resumo

A ampliação urbana desordenada é um dos maiores fatores para ocasionar problemas socioambientais nas cidades. O município de Açailândia é conhecido pelas ocorrências de grandes voçorocas urbanas, de extensas áreas de enchentes e inundações devido às ocupações irregulares nas margens dos córregos urbanos, além da abundância presente de áreas de deposição inadequada de resíduos domiciliares e de construção. O objetivo deste artigo é disponibilizar informações e análises sobre as áreas de riscos ambientais (geológicos, hidrológicos e de saúde relacionados com resíduos domésticos e de construção), observáveis na bacia hidrográfica do córrego Esperança, área urbana de Açailândia (MA) e relacionar sua ocorrência com as atividades e hábitos culturais dos moradores residentes da bacia. Para isso, foram elaboradas cartas dos riscos presentes, por meio do sistema QGis (versão 3.16) e Google Earth, com a finalidade de expor informações relevantes sobre a área supracitada. A partir disso foram estabelecidas análises sobre os impactos causados no meio ambiente e na população residente da região. Ademais, a falta de políticas públicas, as quais são essenciais para garantir e colocar em prática os direitos previstos na legislação brasileira, não são executadas pelos órgãos responsáveis. O principal resultado é a ocorrência de riscos geológico “Altos” em áreas de declividade acima de 20% com ocupações que ampliam a ocorrência de erosões; além das áreas com maior risco sanitário associados a lançamento de esgoto e resíduos domésticos às margens do córrego; e o risco hidrológico relacionado ao dimensionamento inadequado da drenagem pluvial subterrânea em áreas de intensa ocupação urbana.

Biografia do Autor

Raifran Abidimar de Castro, Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Maranhão

Possui graduação em Licenciatura em Geografia pela Universidade Estadual do Maranhão - Centro de Estudos Superiores de Imperat (2005) e mestrado em Geografia pela Universidade Federal do Pará (2009). Atualmente é professor de ensino médio e técnico do Instituto Federal de Educação,Ciência e Tecnologia do Maranhão. Tem experiência na área de Geografia, com ênfase em Geografia Urbana, atuando principalmente nos seguintes temas: gestão ambiental, planejamento urbano e sensoriamento remoto. Consultor Ad Hoc do Comitê Interno de Avaliação de projetos PIBIC/PIBIT IFMA.Líder do Grupo de Pesquisa ABSaber (Ambiente, Sociedade e Sustentabilidade em Açailândia - MA).

Alice de Jesus Barreiro Ferreira , Universidade Federal Rural da Amazônia

Técnica ambiental formada pelo Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Maranhão. Atualmente, é acadêmica de Engenharia Cartográfica e de Agrimensura na Universidade Federal Rural da Amazônia. Sua área de estudo foca na produção e gerenciamento de informações territoriais por meio da definição, coleta, processamento e interpretação dos dados; também a representação e reprodução cartográfica que permitem análises de informação. 

Alycia Geovana Barros de Oliveira, Faculdade de Medicina de Açailândia

Graduando do curso de Medicina. Sua área de pesquisa é voltada á saúde e meio ambiente com enfoque na Integralidade do ser humano e onde habita.

Ana Vitória Alcantara Silva, Universidade Federal do Amazonas

Técnica em Meio Ambiente pelo Instituto Federal do Maranhão - IFMA, Brasil. Atualmente estou cursando o curso BICT-Bacharelado Interdisciplinar em Ciência e Tecnologia na Universidade Federal do Maranhão.

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Publicado

2023-12-22

Como Citar

CASTRO, Raifran Abidimar de; FERREIRA , Alice de Jesus Barreiro; OLIVEIRA, Alycia Geovana Barros de; SILVA, Ana Vitória Alcantara. RISCOS GEOLÓGICOS, HIDROLÓGICOS E SANITÁRIOS NA BACIA DO CÓRREGO ESPERANÇA, NÚCLEO URBANO DE AÇAILÂNDIA (OESTE MARANHENSE). Revista Tocantinense de Geografia, [S. l.], v. 13, n. 29, p. 310–335, 2023. DOI: 10.20873/rtg.v13i29.16230. Disponível em: https://sistemas.uft.edu.br/periodicos/index.php/geografia/article/view/16230. Acesso em: 29 abr. 2024.