VIOLÊNCIA E PERVERSIDADE DISCURSIVA

Autores

DOI:

https://doi.org/10.20873/uft2179-3948.2021v12n1p6-24

Palavras-chave:

Violência simbólica, Violência verbal, Polêmica, Atopia discursiva

Resumo

Este artigo analisa alguns aspectos da polêmica envolvendo a acusação de genocídio dirigida ao presidente da República, durante a gestão da pandemia de covid-19, no Brasil. Depois de abordar o conceito de violência verbal, explora-se como um discurso aparentemente eugenista se vale de estratégias dissimulatórias, comuns em discursos atópicos (não aceitos pela sociedade, em geral), para nublar seu potencial violento e apresentar-se como defensor do bem-estar social, ao mesmo tempo em que incita atos antidemocráticos, causa agressões e mortes.

Biografia do Autor

Sírio Possenti, Universidade Estadual de Campinas

Professor titular no Instituto de Estudos da Linguagem, IEL-UNICAMP, Campinas, SP; coordenador do Centro de Pesquisas Fórmulas e Estereótipos: Teoria e Análise (FEsTA). 

Hélio Oliveira, UNIFEOB

Doutor em linguística, docente na UNIFEOB, São João da Boa Vista, SP. 

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Publicado

2021-06-12

Como Citar

Possenti, S., & Oliveira, H. (2021). VIOLÊNCIA E PERVERSIDADE DISCURSIVA. EntreLetras, 12(1), 6–24. https://doi.org/10.20873/uft2179-3948.2021v12n1p6-24