SENTIDOS ALEGÓRICOS NA CONSTRUÇÃO DOS ESPAÇOS ANTAGONISTAS:

CENTRO, EM A CAVERNA, DE JOSÉ SARAMAGO, E A ZONA FRANCA DE MANAUS, EM A CALIGRAFIA DE DEUS, DE MÁRCIO SOUZA

Autores

  • Mariana Vieira Cardoso UEA/Mestranda
  • Allison Leão Professor Associado da Universidade do Estado do Amazonas (UEA)

DOI:

https://doi.org/10.20873/uft.2179-3948.2020v11n1p93

Palavras-chave:

Ficção e História; Alegoria; Memória; José Saramago; Márcio Souza.

Resumo

Em A caverna, de Saramago, a alegoria do Centro provoca o sofrimento do protagonista, cuja força de trabalho é inutilizada em um universo capitalista no qual o mercado dita regras de aceitação e inserção do humano. Analogamente, em A Caligrafia de Deus, de Márcio Souza, há inutilização da mão de obra e marginalização ocasionadas pelo advento da Zona Franca. Propomos o diálogo dessas obras como veículos de representações históricas que refletem os questionamentos da modernidade especialmente na relação entre memória e trabalho. Nesse sentido, são alegóricas, na expressão benjaminiana, revestindo-se do elemento narrativo e representando o declínio da humanidade.

Biografia do Autor

Mariana Vieira Cardoso, UEA/Mestranda

Licenciada em Letras pela Universidade do Estado do Amazonas, mestranda do Programa de Pós-Graduação em Letras e Artes (PPGLA-UEA), bolsista Fapeam, e neste trabalho recebeu o apoio da Capes (Procad). 

 

 

Allison Leão, Professor Associado da Universidade do Estado do Amazonas (UEA)

Doutor em Letras pela UFMG (2008) e Professor Associado da Universidade do Estado do Amazonas (UEA). 

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Publicado

2020-04-20

Como Citar

Vieira Cardoso, M., & Leão, A. (2020). SENTIDOS ALEGÓRICOS NA CONSTRUÇÃO DOS ESPAÇOS ANTAGONISTAS:: CENTRO, EM A CAVERNA, DE JOSÉ SARAMAGO, E A ZONA FRANCA DE MANAUS, EM A CALIGRAFIA DE DEUS, DE MÁRCIO SOUZA. EntreLetras, 11(1), 93–113. https://doi.org/10.20873/uft.2179-3948.2020v11n1p93