RESSIGNIFICAÇÕES DO PASSADO PELA LITERATURA HÍBRIDA JUVENIL A Assinatura da Lei Áurea “libertação” dos escravos no Brasil- Oficinas Literárias

Autores

  • Carla Fant Universidade Estadual do Oeste do Paraná
  • Marcio da Silva Oliveira Universidade Estadual do Oeste do Paraná
  • Rosângela Scopel Universidade Estadual do Oeste do Paraná

DOI:

https://doi.org/10.20873/uft2179-3948.2021v12n3p172-189

Palavras-chave:

Leitor Literário, Ensino Fundamental, Ressignificações da escravidão no Segundo Reinado do Brasil, Oficinas Literárias Temáticas

Resumo

A leitura literária possibilita a construção de sentidos sobre o mundo e a interpretação desse universo em determinado contexto. O resultado dessas ações pode ser diferente para cada leitor. Este vai descobrir um sentido para o que lê e uma maneira de desvendar o texto a seu modo, pois a compreensão sobre leitura vai além do que está escrito, é um processo que depende de conhecimentos e interesses prévios ao ato da leitura. Por isso, propomo-nos a estabelecer reflexões sobre a formação do leitor literário nos anos finais do Ensino Fundamental e apresentar uma metodologia que se efetiva por meio de “Oficinas literárias temáticas” que abordam “Ressignificações do Segundo Reinado do Brasil”, mais especificamente no que se refere ao processo de escravidão, refletindo sobre narrativas híbridas de história e ficção. Para alçar tais objetivos, ancoramo-nos em conceitos fundamentais que permeiam abordagens referentes à formação do leitor literário e ao papel humanizador e transformador da literatura, como destacados em Candido (1972; 2011), Jauss (1979), Mendoza Fillola (1994), Fleck (2007; 2017; 2019), Zucki (2015) entre outros. Além disso, com a valorização da leitura literária em sala de aula, procuramos fundamentar uma perspectiva descolonizadora a respeito dos eventos históricos desse contexto acima mencionado, de modo a desconstruir certos conceitos arraigados na sociedade, tais como heroísmo, progresso e desenvolvimento e apontar uma valorização das vozes marginalizadas, vítimas de violência e exploração e ainda hoje vistas de forma discriminatória pela sociedade hegemônica.

Biografia do Autor

Carla Fant, Universidade Estadual do Oeste do Paraná

Mestra no Programa Profletras - Mestrado Profissional em Letras da Unioeste/Cascavel-PR; integrante do grupo de pesquisa “Ressignificações do passado na América: processos de leitura, escrita e tradução de gêneros híbridos de história e ficção – vias para a descolonização”

Marcio da Silva Oliveira, Universidade Estadual do Oeste do Paraná

Doutor em Letras pela Universidade Estadual de Maringá-UEM- Maringá\PR, na área de concentração Estudos Literários: Literatura e Historicidade. Bolsista Capes\Fundação Araucária de Pós-doutorado em Literatura Comparada na Unioeste-Cascavel-PR, sob supervisão do Prof. Dr. Gilmei Francisco Fleck. Integrante do grupo de pesquisa “Ressignificações do passado na América Latina: leitura, escrita e tradução de gêneros híbridos de história e ficção – vias para a descolonização”, liderado pelo Prof. Dr. Gilmei Francisco Fleck.

Rosângela Scopel, Universidade Estadual do Oeste do Paraná

Mestra no Programa Profletras - Mestrado Profissional em Letras da Unioeste/Cascavel-PR; integrante do grupo de pesquisa “Ressignificações do passado na América: processos de leitura, escrita e tradução de gêneros híbridos de história e ficção – vias para a descolonização”

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Publicado

2022-01-11

Como Citar

Saldanha Fant, C. C., Oliveira, M. da S., & Scopel da Silva, R. M. (2022). RESSIGNIFICAÇÕES DO PASSADO PELA LITERATURA HÍBRIDA JUVENIL A Assinatura da Lei Áurea “libertação” dos escravos no Brasil- Oficinas Literárias. EntreLetras, 12(3), 172–189. https://doi.org/10.20873/uft2179-3948.2021v12n3p172-189

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