REFLEXÕES SOBRE VIOLÊNCIA, TORTURA E CULPA A PARTIR DO ROMANCE NÃO FALEI, DE BEATRIZ BRACHER

Autores

DOI:

https://doi.org/10.20873/uft2179-3948.2021v12n2p29-48

Palavras-chave:

literatura e filosofia; violência; tortura; culpa; ditadura

Resumo

Este artigo trata da violência, tortura e culpa, a partir do romance Não falei, de Beatriz Bracher, sob um viés filosófico, tendo como foco o caráter processual da violência efetivada pela ditadura militar brasileira instaurada em 1964 e finalizada em 1985. O artigo se vale de autores como Nietzsche, Freud, Rousseau, Vergely, Lavelle, Ricoeur e Terestchenko no sentido de buscar aportes teóricos para a tentação de prática e justificativa para a tortura, valendo-se do personagem professor, personagem central da narrativa, oportunizando ainda a reflexão sobre a violência que habita os ambientes escolares.

 

Biografia do Autor

José Carlos de Freitas, Universidade de Gurupi

Possui graduação em Filosofia pela Universidade Estadual do Oeste do Paraná (1993), Especialização em Língua Portuguesa pela Universidade Salgado de Oliveira (1997) e mestrado em LETRAS Literatura Brasileira e Teorias da Literatura pela Universidade Federal Fluminense (2005). Atualmente, é doutorando em Letras pela UFT/Campus araguaína-TO e é professor efetivo da Universidade de Gurupi - UnirG, Tocantins e leciona Filosofia nos cursos de Medicina, Direito e Engenharia Civil. Tem experiência na área de Filosofia e Literatura, com ênfase em Filosofia e Artes, atuando principalmente nos seguintes temas: política, cidadania, representações e identidades, teoria política e estudos literários. Atualmente, pesquisa a interrelação entre Filosofia e Saúde.

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Publicado

2021-11-21

Como Citar

Freitas, J. C. de. (2021). REFLEXÕES SOBRE VIOLÊNCIA, TORTURA E CULPA A PARTIR DO ROMANCE NÃO FALEI, DE BEATRIZ BRACHER. EntreLetras, 12(2), 29–48. https://doi.org/10.20873/uft2179-3948.2021v12n2p29-48

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