ESCRITA FEMININA E MILITÂNCIA NO BRASIL MERIDIONAL

JULIETA DE MELO MONTEIRO E DUAS DE SUAS BANDEIRAS DE LUTA (ABOLICIONISTA E FEDERALISTA)

Autores

DOI:

https://doi.org/10.20873/uft2179-3948.2021v12n1p72-85

Palavras-chave:

Escrita feminina, Militância, Julieta Monteiro, Brasil meridional

Resumo

Ao longo do século XIX e nos primeiros decénios do seguinte, houve um incremento na produção literária vinculada à escrita feminina. Desenvolvendo abordagens e estilos próprios, as mulheres seguiram o caminho das letras, vencendo os significativos obstáculos que lhes foram impostos. Em certos casos, lançando mão do seu reconhecimento intelectual, tais escritoras também optaram pela prática de uma militância, não só no campo literário, mas também no socioeconómico, no político-ideológico e no cultural. Este ensaio aborda um desses casos, representado por Julieta de Melo Monteiro, escritora sul-rio-grandense que conquistou prestígio a partir da sua luta pela emancipação feminina, mas que também levantou a bandeira de engajamento em nome de outras duas causas – a abolição da escravatura e a resistência a um regime ditatorial.

Biografia do Autor

Francisco das Neves Alves, Universidade Federal do Rio Grande - FURG

Possui Graduação em História Licenciatura Plena pela Universidade Federal do Rio Grande - FURG (1988), Mestrado em História pela Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul (1996) e Doutorado em História pela Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul (1998). É Professor Titular da Universidade Federal do Rio Grande, onde atua desde 1989. Tem experiência na área de História, com ênfase em História da Imprensa e História do Brasil, atuando principalmente nos seguintes temas: história, imprensa, cidade do Rio Grande, Rio Grande do Sul e historiografia. Trabalha com História do Brasil Contemporâneo e História das Relações Internacionais do Brasil. Atua no Mestrado e no Doutorado em História da Literatura da FURG. Realizou Pós-Doutorado junto: ao ICES (Portugal) em 2009; à Universidade de Lisboa, em 2013; à Universidade Nova de Lisboa, em 2015; à UNISINOS, em 2016; à Universidade do Porto, em 2017; à Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul, em 2018; e à Cátedra Infante Dom Henrique (Portugal), em 2019.

Isabel Maria da Cruz Lousada, Universidade NOVA de Lisboa

Isabel Lousada (n. Lisboa 1962): Possui os graus de Licenciatura LLM (1984), Mestre (1989) e Doutor (1999) em Estudos Anglo-Portugueses. Investigadora Auxiliar de nomeação definitiva da FCSH - UNL; Investigadora Integrada do CICS.NOVA - Centro Interdisciplinar de Ciências Sociais; Investigadora colaboradora do CLEPUL - Centro de Culturas e Expressões Lusófonas e Europeias da UL. Colabora com a rede WWH - Women Writers in History; Sócia da AEIHM - Asociación Española de Investigación de Historia de las Mujeres; Sócia da Sociedade Portuguesa de Geografia - vogal da secção de História da Medicina; Sócia da APE - Associação Portuguesa de Escritores.

Referências

BOURDIEU, Pierre. As regras da arte: gênese e estrutura do campo literário. São Paulo: Companhia das Letras, 1996.

BOURDIEU, Pierre. A influência do jornalismo. In: Sobre a televisão. Rio de Janeiro: Jorge Zahar, 1997. p. 99-120.

BOURDIEU, Pierre. A economia das trocas simbólicas. 6. ed. São Paulo: Perspectiva, 2007.

BRANCO, Lúcia Castello. A escrita mulher. In: BRANCO, Lúcia Castello & BRANDÃO, Ruth Silviano. A mulher escrita. Rio de Janeiro: Casa-Maria Editorial; Livros Técnicos e científicos, 1989. p. 85-172.

BRANCO, Lúcia Castelo. O que é escrita feminina. São Paulo: Brasiliense, 1991.

CARDOSO, Fernando Henrique. Capitalismo e escravidão no Brasil Meridional. 3. ed. Rio de Janeiro: Paz e Terra, 1991.

COELHO, Nelly Novaes. Dicionário crítico de escritoras brasileiras. São Paulo: Escrituras Editora, 2002.

COSTA, Emilia Viotti da. A abolição. 4. ed. São Paulo: Global, 1988.

FLORES, Hilda Agnes Hübner. Dicionário de mulheres. Porto Alegre: Nova Dimensão, 1999.

FRANCO, Sérgio da Costa. Dicionário político do Rio Grande do Sul (1821-1937). Porto Alegre: Suliani Letras & Vida, 2010.

LOVE, Joseph L. O regionalismo gaúcho. São Paulo: Perspectiva, 1975.

MAGALHÃES, Isabel Allegro de. O sexo dos textos e outras leituras. Lisboa: Editorial Caminho, 1995.

MAGALHÃES, Isabel Allegro de. Diferenças sexuais na escrita: ao contrário de Diotima. In: Actas do Colóquio “Escrita de mulheres”. Coimbra: Faculdade de Letras – Universidade de Coimbra, 2005. p. 9-23.

MINGOCHO, Maria Teresa Delgado. Nota prévia. In: Actas do Colóquio “Escrita de mulheres”. Coimbra: Faculdade de Letras – Universidade de Coimbra, 2005. p. 7-8.

MONTEIRO, Julieta de Melo. Oscilantes. Pelotas: Livraria Universal, 1891.

PEIXINHO, Ana Teresa. Escritores e jornalistas: um estudo de caso. In: RIBEIRO, Maria Manuela Tavares (coord.). Outros combates pela História. Coimbra: Imprensa da Universidade de Coimbra, 2010. p. 423-436.

PESAVENTO, Sandra Jatahy. A Revolução Federalista. São Paulo: Brasiliense, 1983.

QUEIROZ, Suely R. Reis de. A abolição da escravidão. São Paulo: Brasiliense, 1981.

RÜDIGER, Francisco Ricardo. Tendências do jornalismo. Porto Alegre: Ed. da UFRGS, 1993.

SCHMIDT, Rita Terezinha. Julieta de Melo Monteiro. In: MUZART, Zahidé Lupinacci (org.). Escritoras brasileiras do século XIX. 2. ed. Florianópolis: Editora Mulheres; Santa Cruz do Sul: EDUNISC, 2000. p. 306-319.

SCHUMAHER, Schuma & BRAZIL, Érico Vital. Dicionário de mulheres do Brasil: de 1500 até a atualidade. 2. ed. Rio de Janeiro: Zahar, 2000.

SOARES, Pedro Maia. Feminismo no Rio Grande do Sul – primeiros apontamentos (1835-1945). In: BRUSCHINI, Maria Cristina & ROSEMBERG, Fúlvia (orgs.). Vivência: história, sexualidade e imagens femininas. São Paulo: Fundação Carlos Chagas; Brasiliense, 1980. p. 121-150.

SODRÉ, Nelson Werneck. A história da imprensa no Brasil. Rio de Janeiro: Civilização Brasileira, 1966.

Downloads

Publicado

2021-06-12

Como Citar

das Neves Alves, F. ., & da Cruz Lousada, I. M. (2021). ESCRITA FEMININA E MILITÂNCIA NO BRASIL MERIDIONAL: JULIETA DE MELO MONTEIRO E DUAS DE SUAS BANDEIRAS DE LUTA (ABOLICIONISTA E FEDERALISTA). EntreLetras, 12(1), 72–85. https://doi.org/10.20873/uft2179-3948.2021v12n1p72-85

Artigos mais lidos pelo mesmo(s) autor(es)