LITERATURA DO TESTEMUNHO NO BRASIL:

REFLEXÕES SOBRE A GUERRILHA DO ARAGUAIA.

Autores

DOI:

https://doi.org/10.20873/uft.2179-3948.2020v11n2p322

Palavras-chave:

Guerrilha do Araguaia, literatura do testemunho, conto literário, memória

Resumo

A Guerrilha do Araguaia foi um evento de confronto contra a ditadura civil-militar brasileira que durou de 1972 a 1975, ocorrida no Norte do Brasil. Mediante exposto, este artigo possui como objetivo principal examinar este evento e sua reprodução na Literatura do Testemunho, detidamente no gênero conto, escrito sobre os reflexos da memória, do trauma e da história oral dos camponeses afetados pela Guerrilha do Araguaia. Metodologicamente tratar-se-á de uma pesquisa qualitativa a partir de uma revisão histórica e bibliográfica. Como resultado de pesquisa, constatamos que a memória é uma fonte de mobilização das reminiscências através da cultura oral, fortemente reverberada na produção literária.

Biografia do Autor

Cesar Alessandro Sagrillo Figueiredo, UFT

Está vinculado como Prof.º Adjunto II em Ciência Política no Curso de Licenciatura em Ciências Sociais da Universidade Federal de Tocantins (UFT) e líder do Grupo de Pesquisa Violência e Estado, desenvolvendo atividades de ensino, pesquisa e extensão. Possui doutorado em Ciência Política na linha de pesquisa de Política Internacional pelo Programa de Pós-Graduação em Ciência Política da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS), em 2013. Possui Mestrado em Ciência Política pela mesma Instituição e programa, em 2009. Também, foi professor pela UFRGS no curso O ENSINO DA SOCIOLOGIA PARA PROFESSORES DO ENSINO MÉDIO. Foi bolsista de Pós-Doutorado da Universidade Federal de Pelotas (UFPEL) no Programa de Pós-Graduação em Ciências Política (PPGCPOL), fazendo parte da equipe do Projeto de Investigação de Metodologia de Pesquisa em Ciência Política do Núcleo de Políticas Públicas (NEPU) e como professor docente do PPGCPOL/UFPel, no período 2013/2014. Foi coordenador do curso de Licenciatura em Ciências Sociais da Universidade Federal do Tocantins, na gestão de abril de 2015 a abril de 2017. Realizou estágio de Pós-doutorado no PPG Letras da UFT, desenvolvendo pesquisa com o tema acerca da Literatura do Exílio, no período 2017/2018. Está credenciado como professor permanente no PPG Letras/UFT. Atualmente, realiza estágio de Pós-doutorado no PPG Letras da UFT, desenvolvendo pesquisa sobre cinema e literatura política, no período de 2019/2020. Trabalha com a linha de pesquisa em Memória Política, Partido marxista-leninista, Ditadura Civil-militar; Literatura e Política, realizando pesquisa sobre a Guerrilha do Araguaia, Justiça de Transição e Literatura do Testemunho.

Jacielle da Silva Santos, SEDUC/TO

Atualmente é doutoranda em Ensino de Língua e Literatura pelo PPGL/UFT. Mestre em Letras pelo Mestrado Profissional em Letras em Rede Nacional (PROFLETRAS/UFT), docente da rede pública de ensino no Tocantins. Desenvolve pesquisas sobre literatura de testemunho no contexto do norte do Brasil. Membro do GESTO ? Grupo de Estudos do Sentido - Tocantins. Possui Especialização em Ensino Aprendizagem da Língua Portuguesa (UFPA/2009) e Graduação em LICENCIATURA PLENA EM LETRAS pela Universidade Federal do Pará (UFPA/2008). Durante a Licenciatura em Letras foi bolsista do programa Integrado de Apoio ao Ensino, Pesquisa e Extensão (PROINT/NUCLEART) e de Iniciação Científica (CNPQ/PIBIC). Após a graduação foi tutora na área de Linguagens e Letramentos de programa de alfabetização do FNDE/MEC Pró-Letramento/Linguagem (CAPES/UNB). Desenvolveu pesquisa-ação sobre ?(RE)CONSTRUÇÃO DAS PRÁTICAS DE LETRAMENTO DOCENTE E IMPLICAÇÕES PARA O ENSINO DE GÊNEROS DISCURSIVOS.?, relacionada à área de concentração em Linguagens e Letramento e linha de pesquisa em Leitura e Produção Textual: diversidade social e práticas docentes. Tem experiência na área de Linguística Aplicada, atuando principalmente nos seguintes temas: letramento(s), representações discursivas, identidades, semiótica discursiva aplicada ao ensino de língua e literatura, memória e formação de professores. E-mail: jacyla03ale@gmail.com ORCID ID: http://orcid.org/0000-0002-1131-4764 

Referências

ACHUGAR, Hugo. La historia y la vol del otro. In. BERVELEY, J.; ACHUGAR, H. (Org.) La voz del outro: testimonio, subalternidade y verdade. 2.ed. Guatemala: Latinoamericana Editores, 2002, p. 61-82.

BRASIL. Lei nº 12.528, de 18 de novembro de 2011. Cria a Comissão Nacional da Verdade no âmbito da Casa Civil da Presidência da República. Disponível em:

<http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2011-2014/2011/lei/l12528.htm>. Acessado em 28 de janeiro de 2020.

CORTAZAR, Julio. Valise de Cronópio. São Paulo: Ed. Perspectiva, 2006.

FIGUEIREDO, César Alessandro Sagrillo. Literatura do testemunho: a literatura da era das catástrofes. Revista EntreLetras, Araguaína, v. 11, n. 1, p. 7-27, 2020.

FIORIN, José Luiz. Elementos de análise do discurso. São Paulo: Contexto, 2011.

GABEIRA, F. O que é isso, companheiro? São Paulo: Companhia das Letras, 2009

HALBWACHS, Maurice. A memória coletiva. São Paulo: Ed. Centauro, 2006.

HOBSBAWM, Eric. A era dos extremos: O Breve século XX. São Paulo: Cia da Letras, 2008

LEVI, Primo. É isto um homem?. Rio de Janeiro: Rocco, 1988.

MACÊDO, Janailson. Crônicas do Araguaia -Marabá, PA: Ed. do Autor, 2015.

MARCO, Valéria. A literatura de testemunho e a violência de estado. Lua Nova. N° 62, p.45-68, 2004.

MARQUES, Teresa Cristina Schneider. O Exílio e as Transformações de Repertórios de Ação Coletiva: A Esquerda Brasileira no Chile e na França (1968-1978). DADOS – Revista de Ciências Sociais, Rio de Janeiro, vol. 60, no 1, p. 239 a 279, 2017.

MOISÉS, Massaud. 1967. A criação literária. São Paulo: Melhoramentos.

POLLAK. Michael. Memória, esquecimento, silêncio. In.: Estudos Históricos. Vol. 2. N.3. Rio de Janeiro. Vértice. p. .3-15, 1989.

RICOEUR, Paul. A Memória, a história, o esquecimento. Campinas, Unicamp, 2007.

SANTOS, Jacielle da Silva; LUIZ, Janailon Macedo; SILVA, Luiza Helena Oliveira da; FIGUEIREDO, César Alessandro Sagrillo. Crônicas do Araguaia: entrevista com o escritor e pesquisador Janailson Macedo. Revista EntreLetras, v. 11, n. 1, p. 440-451, 2020.

SARMENTO-PANTOJA, Augusto. O testemunho em três vozes: testis, superstes e arbiter. Literatura e cinema de Resistência, Santa Maria, n 32: Manifestações estéticas dissidentes, p. 5-18, jan-junh.2019.

SELLIGMANN-SILVA, Marcio. Literatura do testemunho: os limites entre a construção e ficção. In.: ____________. O local da diferença: ensaio sobre memória, arte, literatura e tradução. São Paulo: ed. 34 Ltda, 2005.

____________________, Marcio. Narrar o trauma: a questão dos testemunhos de catástrofes históricas. Revista Psic. Clin. Rio de Janeiro, Vol 20, N° 01, p. 65-82, 2008.

SILVA, Luiza Helena Oliveira. Memória da Guerrilha: acontecimento e história. In: MENDES, C.M.; LARA G.M.P. (Orgs). Em torno do acontecimento: uma homenagem a Claude Zilberberg. Curitiba: Appris, 2016, pp. 141-162.

ZILBERBERG, Claude. Elementos de Semiótica Tensiva. São Paulo: Ateliê Editorial, 2011.

Downloads

Publicado

2020-10-11

Como Citar

Figueiredo, C. A. S., & da Silva Santos, J. (2020). LITERATURA DO TESTEMUNHO NO BRASIL: : REFLEXÕES SOBRE A GUERRILHA DO ARAGUAIA. EntreLetras, 11(2), 300–316. https://doi.org/10.20873/uft.2179-3948.2020v11n2p322

Artigos mais lidos pelo mesmo(s) autor(es)