NOS LUGARES ACOSTUMADOS, O DESEJO

EXPERIÊNCIAS DE LEITURA SUBJETIVA E ESCRITA DE SI COMO POSSIBILIDADES DE UMA EDUCAÇÃO LITERÁRIA INSUBMISSA, ÉTICA E ESTÉTICA

Autores

  • Nathalia Cardoso Colégio Pedro II

DOI:

https://doi.org/10.20873/uft2179-3948.2020v11n3p103-127

Palavras-chave:

Palavras-chave: educação literária; leitura subjetiva; conversa literári. a; escrita si; (re)existências

Resumo

A leitura do texto literário na escola, muitas vezes, remonta a matrizes epistemológicas embasadas em obediência, exclusão e funcionalização de corpos e subjetividades. Diante desse cenário, exploramos neste artigo uma experiência de educação literária realizada numa turma de 8º ano do Ensino Fundamental de escola federal da Zona Sul do Rio de Janeiro. Para isso, utilizamos os conceitos de “leitura subjetiva”, de Annie Rouxel, de “conversa literária”, de Cecília Bajour, e de “estética da existência”, de Michel Foucault, considerando que o trabalho com o texto literário produz liberdade(s) e (re)existência a determinados exercícios de poder-saber que ainda vigoram na escola.

 

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Publicado

2021-03-06

Como Citar

Cardoso, N. (2021). NOS LUGARES ACOSTUMADOS, O DESEJO: EXPERIÊNCIAS DE LEITURA SUBJETIVA E ESCRITA DE SI COMO POSSIBILIDADES DE UMA EDUCAÇÃO LITERÁRIA INSUBMISSA, ÉTICA E ESTÉTICA. EntreLetras, 11(3), 103–127. https://doi.org/10.20873/uft2179-3948.2020v11n3p103-127