Formação de professores em tempos e espaços alternados: Tempos sincronizadores de aprendizagem

Autores

  • Celia Beatriz Piatti Universidade Federal de Mato Grosso do Sul - UFMS
  • Jose Roberto Rodrigues de Oliveira Universidade Federal de Mato Grosso do Sul - UFMS https://orcid.org/0000-0001-7893-555X

DOI:

https://doi.org/10.20873/uft.rbec.e7315

Resumo

O debate acerca da formação de professores em tempos e espaços alternados exige compreender a Pedagogia da Alternância como uma modalidade que valoriza as experiências de estudantes e que, arraigada à cultura e identidade do campo, apresenta em seus processos de formação valores e concepções de vida e trabalho nas comunidades campesinas. Nesse contexto, a questão norteadora é: Na licenciatura em Educação do Campo qual é o significado e o sentido da alternância? O objetivo é apresentar os resultados de uma experiência realizada com acadêmicos de uma licenciatura em Educação do Campo, utilizando os registros do caderno de campo – instrumento de alternância – realizados no ano de 2017. Tais registros apontam três momentos: Quem sou eu? Quem somos nós? Qual é o sentido de formar-se para atuar em uma escola do campo? As análises seguem fundamentos de autores como Silva (2010, 2018); Gimonet (2007); Caldart (2009); Arroyo (2009); Molina (2012) Queiroz (2004), entre outras interlocuções que se aliam à temática em pauta. Considera-se que os registros são expressões da possibilidade de os sujeitos concretizarem sua formação no que se refere ao direito ao acesso à universidade, mas também à garantia de permanência em tempos e espaços alternados e educativos.

Palavras-chave: Alternância, Formação, Licenciatura.

 

Teacher formation in alternate times and spaces: synchronizing learning times

ABSTRACT. The debate about teacher formation in alternate times and spaces requires understanding the Alternation Pedagogy as a modality that values ​​students' experiences and that, rooted in the culture and identity of the countryside, presents in its processes of formation values ​​and conceptions of life and work in the peasant communities. In this context, the guiding question is: In the degree in Rural Education what is the meaning of the alternation? The objective is to present the results of an experiment conducted with degree students in Rural Education, using the field notebook records - instrument of alternation - made in 2017. These records point to three moments: Who am I? Who are we? What is the aim of graduating to work in a field school? The analyzes follow the foundations of authors such as Silva (2010, 2018); Gimonet (2007); Caldart (2009); Arroyo (2009); Molina (2012) Queiroz (2004), among others interlocutions that combine with the theme. It is considered that the records are expressions the possibility of the subjects to realize their formation regarding the right to access to the university, but also the guarantee of permanence in alternate and educational times and spaces.

Keywords: Alternation, Formation, Graduation.

 

Formación de profesores en tiempos y espacios alternos: Tiempos sincronizadores de aprendizaje

RESUMEN. El debate acerca de la formación de profesores en tiempos y espacios alternos exige comprender la Pedagogía de la Alternancia como una modalidad que valora las experiencias de estudiantes y que, arraigada en la cultura e identidad del campo, presenta, en sus procesos de formación, valores y concepciones de vida y trabajo en las comunidades campesinas. En ese contexto, la cuestión clave de esta investigación es: En la licenciatura en Educación del Campo, ¿cuál es el significado y el sentido de la alternancia? El objetivo es presentar los resultados de una experiencia realizada con académicos de una licenciatura en Educación del Campo, al analizar los registros del cuaderno de campo – instrumento de alternancia – realizados en el año de 2017. Esos registros señalan tres momentos: ¿Quién soy yo? ¿Quiénes somos nosotros? ¿Cuál es el sentido de formarse para actuar en una escuela del campo? Los análisis siguen fundamentos de autores como Silva (2010, 2018); Gimonet (2007); Caldart (2009); Arroyo (2009); Molina (2012) Queiroz (2004), entre otras interlocuciones que se alían a la temática en agenda. Se considera que los registros son expresiones de la posibilidad no solo de que los sujetos concreticen su formación con relación al derecho al acceso a la universidad, sino también a la garantía de permanencia en tiempos y espacios alternos y educativos.

Palabras clave: Alternancia, Formación, Licenciatura.

Downloads

Não há dados estatísticos.

Biografia do Autor

Celia Beatriz Piatti, Universidade Federal de Mato Grosso do Sul - UFMS

Graduada em Pedagogia (1983). Mestre em Educação pela Universidade Católica Dom Bosco (2006) e Doutora em Educação pela Universidade Federal de Mato Grosso do Sul (2013). Professora da UFMS, lotada na Faed (Faculdade de Educação).Coordenadora do grupo de estudos e pesquisa em formação de professores (GEPFORP). Atualmente é coordenadora da linha de pesquisa -Processos formativos, práticas educativas, diferenças. Tem experiência na área de educação, atuando em ensino, pesquisa e extensão com os seguintes temas: Educação do Campo; Formação de professores e práticas educativas.

Jose Roberto Rodrigues de Oliveira, Universidade Federal de Mato Grosso do Sul - UFMS

Possui graduação em História pela Universidade Federal de Mato Grosso do Sul (1997), Mestrado em História, Região e identidades pela UFMS - Campus de Dourados - concluído em 2004. É especialista em Pedagogia da Alternância pela Universidade Católica de Brasília (UCB). Atualmente é doutorando no Programa de Pós-Graduação em Educação/UFMS.Tem experiência na área de História, atuando em ensino, pesquisa e extensão com os  seguintes temas: metodologia, educação do campo, especulação, latifúndio e terras devolutas.

Referências

Arroyo, M. G. (2009). A Educação Básica e o Movimento social do campo. In Arroyo, M. G., Caldart, R. S., & Molina, M. C. (Org.). Por uma educação do campo (pp. 65-86). 4 ed. Petrópolis, RJ: Vozes.

Arroyo, M.G. (2007). Políticas de Formação de Educadores (as) do Campo. Caderno Cedes. Campinas, v.27, p.157-176, maio/ago. Recuperado de http://www.scielo.br/scielo.

Caldart, R. S. (2009). A escola do campo em movimento. In Arroyo, M. G., Caldart, R. S., Molina, M. C. (Org.). Por uma educação do campo (pp. 87-128). 4 ed. Petrópolis, RJ: Vozes.

Antunes-Rocha, M. I. Martins, M., & Martins, A. A. (Orgs.). (2012). Territórios educativos do campo: escola, comunidade e movimentos sociais (pp. 21-33). Belo Horizonte: Autêntica Editora.

Antunes-Rocha, M. I., Martins, M. F., & Martins, A. A. (2012). Tempo escola e tempo comunidade: Territórios educativos na Educação do Campo. In Antunes-Rocha, M. I., Martins, M. F. A., & Martins, A. A. (Orgs.). Territórios educativos do campo: escola, comunidade e movimentos sociais (pp. 191-223). Belo Horizonte: Autêntica Editora.

Brasil. (2006). Dias letivos para aplicação da pedagogia nos centros familiares de formação por alternância (CEFFA). Secretaria de Educação Continuada, Alfabetização e Diversidade – SECAD/MEC. Recuperado de: http://pronacampo.mec.gov.br

Cavalcante, L. O. H. (2009). Reflexões para o diálogo da Pedagogia da Alternância na formação em Pedagogia. In Encontro de Pesquisa Educacional do Norte e Nordeste, João Pessoa. Anais do Encontro de Pesquisa Educacional do Norte e Nordeste. UFPB.

Gimonet, J. C. (2007). Praticar e compreender a Pedagogia da Alternância dos CEFFAS. Petrópolis, RJ: Vozes.

Fernandes, M. B. (2009). Diretrizes de uma caminhada. In Caldart, R. S. (Org). Por uma Educação do Campo (pp. 133-45) Petrópolis, RJ: Vozes.

Frossard, A. C. (2018). Teoria e prática na formação de educadores do campo. Coleção: Pedagogia da Alternância. Volume II. Nova Friburgo, Editora. FROSS. Recuperado de: https://books.google.com.br

Molina. M. C. (2009). Cultivando princípios, conceitos e práticas. Presença Pedagógica, 15(88), pp. 30-36.

Molina, M. C. (2012). Educação do campo: novas práticas construindo novos territórios. In Antunes-Rocha, M. I., Martins, M. F. A., & Martins, A. A. (Orgs.). Territórios educativos do campo: escola, comunidade e movimentos sociais (pp. 239-250). Belo Horizonte: Autêntica Editora.

Neto, A. J de M. (2011). Formação de professores para a Educação do Campo: projetos sociais em disputa. In: Antunes-Rocha, M. I, Martins, A.A. (org.) (pp. 30- 45) Educação do Campo: desafios para a formação de professores. Belo Horizonte: Autêntica.

Pineau, G. (2003). Temporalidades na formação: rumo a novos sincronizadores. São Paulo: TRIOM.

Piatti, C. B. (2014). Pedagogia da Alternância: espaços e tempos educativos na apropriação da cultura. Boletim GEPEP, 3(5), 48-64. Recuperado de: http://www2.fct.unesp.br

Pires, A. M. (2012). Educação do campo como direito humano. São Paulo: Cortez.

Queiroz, J. B. P. (2004). Construção das Escolas Famílias Agrícolas no Brasil: Ensino Médio e Educação Profissional. (Tese Doutorado). Universidade de Brasília, Brasília.

Silva, L. H. (2010). Concepções e práticas de alternâncias na educação do campo: dilemas e perspectivas. Nuances, 17(18), 185-192. Recuperado de: http://revista.fct.unesp.br./index.php/Nuances/article/view/760

Silva, L. H. (2018). Centros familiares de formação por alternância: avanços e perspectivas na construção da educação do campo. Cadernos de Pesquisa, Pensamento Educacional, 4(8), 270-290. Recuperado de: https://seer.utp.br/index.php/a/article/view/1918

UFMS. (2014). Fundação Universidade Federal de Mato Grosso do Sul. Leducampo. Projeto Pedagógico do Curso de Licenciatura em Educação do Campo. Campo Grande-MS.

Vargas, I. A., Wiziack, S. R., & Machado, V. M. (2006). Educação Ambiental: gotas de saber: reflexão e prática. Campo Grande, MS: Ed. Oeste.

Downloads

Publicado

2019-12-19

Como Citar

Piatti, C. B., & Rodrigues de Oliveira, J. R. (2019). Formação de professores em tempos e espaços alternados: Tempos sincronizadores de aprendizagem. Revista Brasileira De Educação Do Campo, 4, e7315. https://doi.org/10.20873/uft.rbec.e7315

Edição

Seção

Dossiê Temático: 50 anos da Alternância no Brasil