Educação popular e educação do/no campo: perspectivas para uma educação inclusiva – a Escola Família Agrícola em Sidrolândia - MS

Autores

DOI:

https://doi.org/10.20873/uft.2525-4863.2017v2n1p294

Resumo

Este artigo é resultado de pesquisa realizada no Curso de Geografia da Universidade Estadual de Mato Grosso do Sul – UEMS. Essa investigação está centrada na experiência Pedagógica da Escola Família Agrícola do município de Sidrolândia, Estado de Mato Grosso do Sul, representando a luta da população campesina no Estado, particularmente os assentados, atores que há décadas lutam por educação como política pública com um fazer pedagógico que não trabalhe com a negação da cultura entendida como rural, que respeite sua forma e estilo de vida, tendo em vista que a educação oferecida a eles quase sempre se apresenta de forma idêntica à oferecida em áreas urbanas. No desenvolvimento, a pesquisa apresenta enfoque qualitativo, tendo como principal aporte a dialogicidade defendida pela prática pedagógica das escolas de alternância. Como procedimento metodológico optou-se pelo levantamento bibliográfico, análise documental, entrevistas e visita in loco. Debateu-se pelas vias da Educação Popular quais possibilidades os movimentos sociais poderiam desenvolver uma educação diferenciada, a partir ou não do aparato do Estado, produzindo conhecimento científico e importante intervenção efetiva na sua realidade e na prática pedagógica que melhor responde aos seus anseios, acontecendo uma educação no e para o campo.

Palavras-chave: Educação do Campo, Educação Popular, Escola Família Agrícola, Alternância.

 Popular education and rural education: perspectives for inclusive education – the School Família Agrícola in Sidrolândia - MS

ABSTRACT. This article is results of research carried out in the Geography Course of the Universidade Estadual do Mato Grosso do Sul - UEMS. This research is centered in the Pedagogical experience of the Agricultural Family School of the municipality of Sidrolândia, Mato Grosso do Sul State, representing the class struggle of the peasant population in the state, particularly the rural settlers, actors who for decades have been fighting for an education as a public policy with a pedagogical make that does not work with the denial of the culture understood the rural, that respects its life style, considering that the education offered to them almost always presents itself in the same way as offered in urban areas. In the development, the research presents a qualitative approach, having as main contribution the dialogicity defended by the pedagogic practice of the alternating schools. As a methodological procedure, the bibliographical survey, documentary analysis, interviews and an on-site visit were chosen. It was discussed through the views of Popular Education what possibilities social movements could develop a differentiated education, whether or not the State apparatus, producing scientific knowledge and important effective intervention in their reality and pedagogical practice that best respond to their desires, happening an education in and for the countryside.

Keywords: Rural Education, Popular Education, School Família Agrícola, Alternation.

 Educación popular y educación del/en el campo: perspectiva para una educación inclusiva – la Escuela Família Agrícola en Sidrolândia - MS

RESUMEN. Este artículo es resultado de la investigación realizada en el Curso de Geografía de la Universidade Estadual de Mato Grosso do Sul – UESM. Este estudio está centrado en la experiencia pedagógica de la Escuela Familia Agrícola del municipio e Sidrolândia, estado de Mato Grosso do Sul, representando la lucha de la población campesina en el estado, particularmente los asentados, actores que hace décadas luchan por la educación como política pública y como una actividad pedagógica que no trabaje con la negación de la cultura entendidas como rural, que respeta su forma y estilo de vida, llevando en consideración que la educación ofrecida a ellos, casi siempre se presenta de forma idéntica a la ofrecida en las áreas urbanas. En el desenvolvimiento, la investigación presenta un enfoque cualitativo, y tiene como principal aporte la perspectiva dialógica, defendida por la práctica pedagógica de las escuelas de la alternancia. Como procedimiento metodológico se optó por el levantamiento bibliográfico, análisis documental, entrevistas e visita in loco. Se debate por las vías de la Educación Popular que posibilidades los movimientos sociales podrían desarrollar para una construir una educación diferenciada, a partir o no del aparato del Estado, produciendo conocimiento científico que les posibilite una intervención afectiva en su realidad, además de elaborar una práctica pedagógica que mejor responde a sus deseos, aconteciendo una educación él y no para el campo.

Palabras clave: Educación del Campo, Educación Popular, Escuela Familia Agrícola, Alternancia.

Downloads

Não há dados estatísticos.

Biografia do Autor

Mara Lúcia Falconi da Hora Bernardelli, Universidade Estadual do Mato Grosso do Sul - UEMS

Professora orientadora da pesquisa

Referências

Almeida Pinto, M. P., & Germani, G. I. (2013). O território da Educação do Campo: as Escolas Família Agrícola. GeografAR, Recuperado em 6 de junho de 2016, de https://geografar.ufba.br/sites/geografar.ufba.br/files/geografar_almeidapintogermani_territorioeducacaocampo.pdf.

Arroyo, M. G., & Fernandes, B. M. (1999). A educação básica e o movimento social do campo. Articulação Nacional por Uma Educação do Campo, 8.

Arroyo, M. G. (2007). Políticas de formação de educadores(as) do campo. Cadernos CEDES, 27(72), 16.

Batista, M. S. X. (2007). Os movimentos sociais cultivando uma educação popular do campo. ANPED, 2007, 16. Recuperado em 21 de setembro de 2015 de http://www.anped.org.br/sites/default/files/gt06-3377-int.pdf.

Begnami, M. J. F. (2011). Os CEFFAs e a educação do campo. In Revista da Formação por Alternância. Educação do Campo. Brasília: UNEFAB.

Bezerra, M. C. S., & Bezerra Neto, L. (2007). Aspectos da educação rural no Brasil, frente aos desafios educacionais propostos pelo MST. Revista HISTEDBR on‐line. (23).

Bezerra Neto, L. (2010). Educação do campo ou educação no campo? Revista HISTEDBR On‐line, (152). Recuperado em 10 de Junho de 2016 de http://www.histedbr.fae.unicamp.br/revista/edicoes/38/index.html.

Brandão, C. R., & Bezerra, A. (1987). A questão política da educação popular. São Paulo: Brasiliense.

Brasil. (1996). LDB - Lei nº 9394, de 20 de dezembro de 1996. Estabelece as diretrizes e Bases da Educação Nacional. Brasília: MEC.

¬¬¬¬¬¬

______. Conselho Nacional de Educação. (2002) Resolução n. 01. Brasília: CNE.

Caldart, R. S. (1997). Educação em movimento: formação de educadoras e educadores no MST. Petrópolis, Vozes.

______. (2002). Pedagogia do Movimento Sem Terra: escola é mais do que escola. Petrópolis, RJ: Vozes.

Camacho, R. S. (2011). A Geografia no contexto da educação do campo: construindo o conhecimento geográfico com os movimentos camponeses. Revista Percurso, 3(2), 25. Recuperado em 06 de agosto de 2016 de http://periodicos.uem.br/ojs/index.php/Percurso/article/view/13847.

Corrêa, V. B. (2009). História e violência cotidiana de um “povo armado”. Projeto História, São Paulo, (39), 66.

Escolas Famílias Agrícolas da Zona da Mata de Minas Gerais – AMEFA. Recuperado em 03 de agosto de 2016 de https://amefa.wordpress.com/.

Fernandes, B. M. (1998). Gênese e Desenvolvimento do MST. Caderno de Formação, (30). São Paulo: Editora Perez.

__________. (2002) Diretrizes de uma caminhada. In Kolling, E. J., Cerioli, P. R., & Caldart, R. S. Por uma educação do campo. (p. 89-101). Brasília, DF: Articulação Nacional Por Uma Educação do Campo. Coleção Por Uma educação do Campo.

Foreste, E., & Jesus, J. G. (2011). Escolas Famílias Agrícolas: um projeto de Educação específico do Campo. Recuperado em 12 de Setembro de 2015 em web2.ufes.br/educacaodocampo/down/cdrom1/ii_11.html.

Freire, P. (2011). Pedagogia da autonomia: saberes necessários à prática educativa. São Paulo: Paz e Terra, 2011.

Gadotti, M. (2014). 50 anos depois: como reverter o golpe na Educação Popular. UniFreire.

Leite, S. C. (2002). Escola rural: urbanização e políticas educacionais. São Paulo: Cortez.

Moreira, A. F., & Silva, T. T. (2005). Currículo cultura e sociedade. São Paulo: Cortez.

Oliveira, F. (2003). A economia brasileira: crítica à razão dualista. São Paulo: Boitempo Editorial.

______. (2013). O Estado e o urbano no Brasil. CEBIS. Cadernos de Debate, Rio de Janeiro, 16.

Oliveira, A. U. (2007). O modo de produção capitalista e a reforma agrária. São Paulo: Labur Edições FFLCH.

Pessoti, A. L. (1978). A Escola Família Agrícola: Uma alternativa para o ensino rural. (Dissertação de Mestrado). Fundação Getúlio Vargas.

Queiroz, J. B. P. (2004). Construção das Escolas Famílias Agrícolas no Brasil: ensino médio e educação profissional. (Dissertação de Doutorado). Universidade de Brasília.

Ribeiro, M. (2010). Movimento camponês, trabalho e educação. Liberdade, autonomia e emancipação: princípios/fins da formação humana. São Paulo: Expressão Popular.

Saviani, D. (2007). História das ideias pedagógicas no Brasil. São Paulo: Saraiva.

Silva, T. T. (1996). Identidades terminais: as transformações na política da pedagogia e na pedagogia da política. Petrópolis: Vozes.

União Nacional das Escolas Famílias Agrícolas do Brasil – UNEFAB (http://www.unefab.org.br)

Thomaz Júnior, A. (2010). Povoando o território da luta pela terra e pela reforma agrária no Brasil contemporâneo. Revista Pegada Eletrônica, 11(2), 31. Recuperado de: <http://revista.fct.unesp.br/index.php/pegada/article/viewFile/1303/1299>. Acesso em: 28/10/2016.

Wanderley, L. E. W. (1991). Participação popular: poder local e conselhos. São Paulo em Perspectiva. São Paulo: Fundação SEADE.

Downloads

Publicado

2017-04-22

Como Citar

Assunção, A. dos S., & da Hora Bernardelli, M. L. F. (2017). Educação popular e educação do/no campo: perspectivas para uma educação inclusiva – a Escola Família Agrícola em Sidrolândia - MS. Revista Brasileira De Educação Do Campo, 2(1), 294–322. https://doi.org/10.20873/uft.2525-4863.2017v2n1p294

Edição

Seção

Artigos / Articles / Artículos