Os desafios de educação em Moçambique em relação à questão agrária e agrícola

Autores

DOI:

https://doi.org/10.20873/uft.2525-4863.2016v1n2p572

Palavras-chave:

Posse de Terra, Sistema de Produção Agrícola., Direito de Uso e Aproveitamento de Terra, Sistema de Produção Agrícola

Resumo

Em Moçambique, o debate das questões agrária e agrícola é pouco massificado, como ainda, nos 41 anos de independência ainda não se conseguiu passar-se do discurso à prática sobre a importância que se evoca em relação à agricultura. A negligência das questões agrária e agrícola é paradoxal, tendo em conta muitos fatores, dentre eles, o número de pessoas que a sua sobrevivência está intimamente ligada a agricultura, o contributo da agricultura no produto interno bruto nacional, etc. Realmente, dados mais recentes estimam em cerca de 3.826.913 indivíduos que têm como sua ocupação principal a produção agrícola de pequena escala. A falta de inclusão no debate dessas questões coloca o governo a definir planos que não respondem a demanda interna, sobretudo, no que diz respeito a satisfação das necessidades alimentares, disponibilização de matéria-prima, redução da dependência externa para oferta de trabalho assalariado. Os moçambicanos continuam à margem da sua agenda de desenvolvimento, ancorada nos investimentos estrangeiros de mineração, turismo e agronegócios. O governo promove a entrada de capital internacional que necessita de extensas áreas de terra para albergar seus interesses.

Palavras-chave: Posse de Terra, Direito de Uso e Aproveitamento de Terra, Sistema de Produção Agrícola.

 

The challenges of education in Mozambique in relation to the agrarian question and agricultural

ABSTRACT. In Mozambique, the debate on land and agriculture issues is little massiveness, as yet, in the 41 years of independence is still unable to pass from words to practice on the importance that evokes for agriculture. The neglect of land and agricultural issues is paradoxical, taking into account many factors, including the number of people that their survival is closely linked to agriculture and the contribution of agriculture in gross domestic product. Indeed, more recent data estimate that about 3.826.913 individuals who have as their main occupation agricultural production of small scale. The lack of inclusion in the debate on these issues puts the government to set plans that do not meet domestic demand, especially in regard to meeting the food needs, availability of raw materials, and reduction of external dependence on wage labor supply. Mozambicans are still on the margins of its development agenda, anchored on foreign investment in mining, tourism and agribusiness. The government promotes international capital inflows that need extensive areas of land to accommodate their interests.

Keywords: Land Tenure, Right to Use and Land, Agricultural Production System.

 

Los retos de la educación en Mozambique en relación con la cuestión agraria y agrícola

RESUMEN. En Mozambique, el debate sobre las cuestiones de la tierra y la agricultura es poco masividad, hasta ahora, en los 41 años de la independencia sigue siendo incapaz de pasar de las palabras a la práctica en la importancia que evoca para la agricultura. El descuido de los problemas agrícolas y la agricultura es paradójica, teniendo en cuenta muchos factores, incluyendo el número de personas que su supervivencia está estrechamente relacionada con la agricultura, la contribución de la agricultura en el producto interno bruto, etc. De hecho, los datos más recientes estiman que alrededor de 3.826.913 personas que tienen como su principal ocupación la producción agrícola de pequeña escala. La falta de inclusión en el debate sobre estas cuestiones pone al gobierno para establecer planes que no cumplen con la demanda interna, especialmente en lo que respecta a la satisfacción de las necesidades de alimentos, la disponibilidad de materias primas, la reducción de la dependencia externa en el suministro de mano de obra asalariada. Mozambiqueños siguen al margen de su programa de desarrollo, anclados en la inversión extranjera en la minería, el turismo y la agroindustria. El gobierno promueve la entrada de capitales internacionales que necesitan grandes extensiones de tierra para dar cabida a sus intereses.

Palabras clave: Tenencia de la Tierra, Derecho de Uso y Aprovechamiento de la Tierra, Sistema de Producción Agrícola.

Downloads

Não há dados estatísticos.

Biografia do Autor

Ernesto Jorge Macaringue, Universidade Eduardo Mondlane - UEM / Universidade Federal de Goiás - UFG

Docente da Universidade Eduardo Mondlane – Escola Superior de Hotelaria e Turismo de Inhambane (UEM/ESHTI), aluno da Universidade Federal de Goiás - Programa de Pós-Graduação em Geografia do Instituto de Estudos Sócio Ambientais (UFG/IESA). Doutorando em Geografia na UFG/IESA 2014, Bolsista de CAPES.

Referências

Assembléia da República. (2002). Legislação Sobre Terra Lei nº 19/97 Regulamento da Lei de Terras Decreto nº 66/98. Imprensa Nacional, Maputo.

Castel-Branco, C. N., et al. (Org.). (2015). Questões sobre o desenvolvimento produtivo em Moçambique. IESE. Maputo.

Castel-Branco, C. N., et al. (Org.). (2015). Desafios para Moçambique. IESE. Maputo.

Haesbaert, R., & Gonçalves, C. W. P. (2006). A nova des-ordem mundial. Editora UNESP.

Haesbaert, R. (1997). Des-Territorialização e Identidade: a rede gaúcha no nordeste. Editora EDUFF.

Marshall, B. (S/D). Tudo que é Sólido Desmancha no Ar: A Ventura da Modernidade.

Martins, J. S. (1996). O tempo da fronteira. Retorno à controvérsia sobre o tempo histórico da frente de expansão e da frente pioneira. Tempo Social. Rev. Sociol., 25-70.

Marx, K., & Engels, F. (2005). Manifesto Comunista. Trad. Álvaro Pinto Biotempo.

Mosca, J. (1996). Evolução da agricultura moçambicana no período pós-independência. ISA, Lisboa. Documentos de Trabalho, (3), 51.

Muchangos, A. (1999). Moçambique: Paisagens e Regiões Naturais. Maputo.

República de Moçambique. Conceito, Princípios e Estratégia de Revolução Verde em Moçambique. MINAG.

Negrão, J. (2003). Como Induzir o desenvolvimento em África? O Caso de Moçambique. O economista, (3), 39-75.

Tschirley, D. L., & Benfica, R. (2001). Setor Familiar Agrícola, Mercado de Trabalho Rural e Alívio da Pobreza Rural em Áreas com Abundância de Terras em África: Evidência de Moçambique. Direção de Economia. Relatório de Pesquisa, (41), p. 28.

Saquet, M. A., Sposito, E. S., & Ribas, A. D. (2004). Território e desenvolvimento: diferentes abordagens. Editora UNIOESTE.

Inocêncio, M. E. (2012). Geopolítica e Redes de Poder: Uma Proposta Metodológica para as Pesquisas de Campo ano cerrado Brasileiro. Editora UFU.

Mosca, J. (1996). Evolução da agricultura moçambicana no período pós-independência. ISA, Lisboa. Documentos de Trabalho, (3), 51.

Raffestin, C. (1993). Por Uma Geografia do Poder. São Paulo: Ática S. A.

Sitoe, T. A. (2010). A nova Revolução Verde Africana: de que forma ela pode contribuir para erradicar a fome e a pobreza na África. Revista Desenvolvimento em Questão, 8(15), 39-70.

Prosavana. (2013). Elaboração do Plano Diretor do Desenvolvimento Agrícola no Corredor de Nacala: nota conceitual. Maputo. Anais eletrônicos. Disponível em: http://prosavana.gov.mz Acesso em: 3 jun. 2014.

Negrão, J. (2000). Sistemas costumeiros de acesso à terra em Moçambique. Relatório Nacional de Desenvolvimento Humano. Maputo.

Downloads

Publicado

2016-12-13

Como Citar

Macaringue, E. J. (2016). Os desafios de educação em Moçambique em relação à questão agrária e agrícola. Revista Brasileira De Educação Do Campo, 1(2), 572–583. https://doi.org/10.20873/uft.2525-4863.2016v1n2p572

Edição

Seção

Artigos / Articles / Artículos