A confecção de bonecas negras na formação docente

Autores

DOI:

https://doi.org/10.20873/uft.2525-4863.2017v2n1p127

Palavras-chave:

Educação Popular, Educação do Campo, Povos Tradicionais Quilombolas

Resumo

O trabalho artesanal na/com docência tem sido adaptado nas metodologias de pesquisa-ação e história oral e contribuído para diferentes maneiras de pensar o artesanato na formação de professores/as. O artesanato geralmente é realizado por mulheres e contribui no fortalecimento da identidade, como fonte de renda e valorização dos saberes populares. Foi adotada a metodologia de oficinas com o objetivo de confeccionar bonecas negras, sendo a oficineira uma estudante quilombola. Buscou-se empoderar estudantes, mulheres negras e quilombolas por meio da confecção dessas bonecas, que simbolizam a identidade negra. Tal prática teve uma repercussão na vida de mulheres e professores/as em formação. Foi possível aprender que a confecção de bonecas negras, embasada por teorias que visam valorizar os povos tradicionais, e aqui especialmente os quilombolas, em diálogo com a educação popular, vai além de uma técnica artística, trata-se de um (re)olhar para si e para as questões étnico-sociais.

Palavras-chave: Mulheres Negras, Identidade Negra, Diversidade na Educação.

 

The confection of black dolls in the teacher education

ABSTRACT. The craft work on/with teaching has been adapted in action research methodologies, it has contributed to different ways of thinking the craft work on teacher education. The craft work is usually made by women and contributes in strengthening the identity as a source of income and appreciation of popular knowledge. It was adopted the workshop methodology in order to make black dolls, with a quilombola student as mediator. It was searched to empower students, quilombolas and black women through the making of these dolls that symbolize the black identity. This practice impacted the lives of women and teachers in formation. It was possible to learn that the confection of black dolls, based on theories that aim to value the traditional people, and here especially the quilombolas, in dialogue with popular education, goes beyond a art technique, it is a (re)look for themselves and the ethnic and social issues.

Keywords: Black Women, Black Identity, Diversity in Education.

 

La confección de muñecas negras en la formación docente

Resumen. El trabajo artesanal en la/con docencia ha sido adaptado en las metodologías de investigación-acción e historia oral y ha contribuido para distintas formas de pensar el trabajo artesanal en la formación de profesores/as. La artesanía generalmente es realizada por mujeres y contribuye en el fortalecimiento de la identidad, como fuente de ingresos y valoración de los saberes populares. Fue adoptada  la metodología de talleres  con el objetivo de confeccionar  muñecas negras, siendo la tallerista una estudiante quilombola. Se buscó empoderar estudiantes, mujeres negras y quilombolas por medio de la confección de esas muñecas, que simbolizan la identidad negra. Tal práctica tuvo una repercusión  en la vida de mujeres y profesores/as en formación. Fue posible aprender que la confección de muñecas negras, basada en teorías que buscan valorar los pueblos tradicionales, y acá especialmente los quilombolas, en dialogo con la educación popular, va más allá de una técnica de arte, se trata de una nueva mirada sobre sí mismo y sobre las cuestiones étnico –sociales.

Palabras-clave: Mujeres Negras, Identidad Negra, Diversidad en la Educación.

 

Downloads

Não há dados estatísticos.

Referências

Arruti, J. M. (2005). Mocambo: Antropologia e história do processo de formação quilombola. Bauru. São Paulo: EDUSC.

Arroyo, M. (2014). Outros Sujeitos, Outras Pedagogias. Vozes: Petrópolis.

Brasil. Lei nº 11.645 (2008). Altera a Lei no 9.394, de 20 de dezembro de 1996, modificada pela Lei no 10.639, de 9 de janeiro de 2003, que estabelece as diretrizes e bases da educação nacional, para incluir no currículo oficial da rede de ensino a obrigatoriedade da temática “História e Cultura Afro-Brasileira e Indígena”. Recuperado de: http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2007-2010/2008/lei/l11645.htm.

Brasil. Lei nº. 10.639, de 9 de janeiro de 2003. (2003). Altera a Lei no 9.394, de 20 de dezembro de 1996, que estabelece as diretrizes e bases da educação nacional, para incluir no currículo oficial da Rede de Ensino a obrigatoriedade da temática "História e Cultura Afro-Brasileira", e dá outras providências. Recuperado de: http://www.planalto.gov.br.

Caldart, R. S. (2012). Pedagogia do Movimento. São Paulo: Expressão Popular.

Centro de Apoio ao Pequeno Agricultor (2010). Revelando os quilombos no Sul. Pelotas: Centro de apoio ao Pequeno agricultor.

Dutra, M. (2011) Direitos Quilombolas: Um estudo do impacto da cooperação ecumênica. Rio de Janeiro: Koinonia.

Fanon, F. (2013). Os condenados da Terra. Editora: UFJF. Juiz de Fora.

Ferreira, A. S. (2016). Relatos das oficinas de bonecas negras. Acervo do Núcleo de Estudos Afro brasileiro e Indígena da FURG, Campus São Lourenço do Sul, s/p.

Freire, P. (1979). Conscientização: Teoria e prática da libertação. São Paulo: Cortez e Moraes.

Freire, P. (2014) Pedagogia da Autonomia. Saberes necessários à Prática Educativa. Paz e Terra: Rio de Janeiro.

Kleba, M. E., & Wendausen, A. (2009). Empoderamento: processo de fortalecimento dos sujeitos nos espaços de participação social e democratização política. Saúde & Sociedade, 18(4), 733-743.

Lagarde y de los Ríos, M. (2005) Los cautiverios de las mujeres: madresposas, monjas, putas, presas y locas. México: Universidade Nacional Autónoma de México.

Leite, I. B. (1999). Quilombos e quilombos: cidadania ou folclorização. Horizontes Antropológicos/UFRGS. IFCH. Programa de Pós-Graduação em Antropologia Social. Porto Alegre: PAPGAS.

Linhares, L. F. R. (s/d). Comunidade Negra Rural: um velho tema, uma nova discussão. Disponível em: <http://www.nead.org.br/artigodomes>. Acesso Setembro/2016.

Macedo, A. G., & Amaral, A. L. (2005). Dicionário da Crítica Feminista. Porto: Afrontamentos.

Matos, M. Z. T. (2004). Bonecas Negras Cadê? O negro no currículo escolar: Sugestões e Práticas. Belo Horizonte: Maza Edições.

Rosa, G. R. (2016). Educação e Direitos das Mulheres: resistências e subversão nas práticas educativas. In Machado, R. C. F., & Castro, A. M. (Org.). Direitos das Mulheres no Brasil: Experiências de Norte a Sul. (pp. 49-68). Manaus: UEA Edições.

Saffioti, H. I. B. (2004). Gênero, patriarcado, violência. São Paulo: Fundação Perseu Abramo.

Saffioti, H. (1976). A mulher na sociedade de classes: mito e realidade. Prefácio de Antônio Cândido de Mello e Souza. Petrópolis: Vozes.

Soihet, R. (1997). História, mulheres, gênero: contribuição para um debate. In Aguiar, N. Gênero e ciências humanas: desafio às ciências desde a perspectiva das mulheres (pp. 95-114). Coleção Gênero. Rio de Janeiro: Rosa dos Tempos.

Downloads

Publicado

2017-04-18

Como Citar

Rosa, G. R., & Ferreira, A. da S. (2017). A confecção de bonecas negras na formação docente. Revista Brasileira De Educação Do Campo, 2(1), 127–143. https://doi.org/10.20873/uft.2525-4863.2017v2n1p127

Edição

Seção

Artigos / Articles / Artículos