Editorial - Dossiê Escola da Terra

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DOI:

https://doi.org/10.20873/uft.rbec.e14606

Resumo

Desde que os movimentos sociais e a sociedade civil organizada compreenderam que tão importante quanto o acesso à terra, à posse, escrituras e políticas de produção, era necessário pensar em formas de Educação específicas para os povos do campo, das florestas e das águas, este tema se tornou recorrente, então, primaz. Mesmo já encontrados em artigos da LDB aspectos que apontam para uma educação diferenciada para os povos do campo, os termos arcaicos ainda permanecem neste substrato legal, a saber “rural”. Por isso, não somente o urbano se opõe à Educação do Campo, mas a Educação rural, com sua tradição urbanesca e, igualmente, vinculada ao latifúndio. Se em 2001, encontram-se publicadas Diretrizes Operacionais para a Educação Básica do Campo. É importante salientar que o termo “Campo” começa a ter espaço em documentos oficiais e isso avança na materialização em 2006 da chamada SECAD, com uma coordenação específica para Educação do Campo. Tais ganhos nos fiz dos anos 2000, já com a SECAD, cuja última variação de nomenclatura foi SECADI, à época, materializou o Procampo, que ainda permanecia como um programa de formação inicial, mas que contribuiu fundamentalmente para que, em 2012, fosse possível o edital de cursos de Educação do Campo de modo efetivo nas universidades que enviaram projetos e objetiveram aprovação. Não se pode deixar de notar, claro, as experiências do Pronera, em diversas frentes, mas o MEC ganha visibilidade e assume responsabilidades, pois tratar da Educação do Campo na Educação Básica, tendo um lugar é fundamental.

Ora, em 2013, já tendo o decreto que reconhece a Alternância, o que muitos preferem o plural, pois a Educação do Campo é plural e engloba mais de 30 povos ou grupos, encontramos a Portaria que institui o Programa Escola da Terra. Trata-se de um programa, que vem deste escopo de atividades e de lutas. Se temos professores no Campo, ou em escolas no perímetro urbano que recebem alunos do campo e, assim, são consideradas, a saber, Escolas do Campo, é fundamental uma formação continuada que, diferentemente de outros programas, previamente formatados, este considera a autonomia dos sujeitos que propõem os cursos de aperfeiçoamento. Isso garante que as diferenças em cada estado possam ser consideradas. Neste dossiê, é verificável esta diversidade do Programa Escola da Terra que se firma, não somente como política de governo, mas como Política de Estado e, também, textos que mostram a Educação do Campo em condições específicas. Como se disse, trata-se de um programa cuja ligação com a historicidade das lutas, permanece, apesar de ‘tempos sombrios’, para utilizar um conceito aredtiano. O dossiê, sua maioria, atesta as diferentes experiências do Programa Escola da Terra. Sistematiza como tais experiências perpassam todas as regiões do Brasil. Portanto, a variedade de localidades e experiências, bem como de teorizações no Programa Escola da Terra mostra que a diversidade é uma característica e que o programa possui a potencialidade de ser adaptável ao contexto e à realidade a qual se encontra inserido, evitando processos de formações alienantes.

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Biografia do Autor

Alessandro Pimenta, Universidade Federal do Tocantins - UFT

É Coordenador Institucional do Programa Escola da Terra na UFT (2017 - Atual). É Membro do Comitê Gestor Nacional do PROF-FILO/UFPR (2020 - 2022). Coordenou e participou da implantação do Mestrado Profissional em Filosofia, onde é Professor Permanente, UFPR (UFT - Instituição Associada, 2019 - atual). É Professor Adjunto de Filosofia no curso de Educação do Campo na UFT, o qual implantou em 2014. Foi Professor Permanente no Mestrado em Filosofia da UFPI. É Professor Colaborador Voluntário do PIBID - Educação do Campo da UFT. É Formador da Rede ColaborAção - FNDE/UFT/MEC/FAPTO/UNDIME. É Avaliador Institucional e de Cursos de Graduação (Presenciais e EaD) pelo INEP/MEC, desde 2010. Participa do Núcleo de Sustentação e coordenou (2018-2020) o GT Filosofar e Ensinar a Filosofar ligado à Anpof. Integra o GT Filosofia Hermenêutica, também, da Anpof. Foi membro da Comissão Nacional de Acompanhamento das Licenciaturas em Educação do Campo do MEC/SECADI (2015-2016), hoje SEMESP. É membro da Red Iberoamericana de Educación en Territorios Rurales (RIBETER) e Red Temática de Investigación de Educación Rural (RIER). É Pós-Doutor em Filosofia pela UFRJ (2017). Suas pesquisas e publicações se voltam ao racionalismo do séc. XVII, à hermenêutica, desconstrução, pós-estruturalismo, ao ensino de filosofia, aos fundamentos filosóficos da educação do campo e BNCC. Colaboradora com o Programa Escola da Terra - RJ (2020-2021/atual). Integra o GT Internacionalização UFT. É Avaliador de Programas na PROGRAD-UFT e na RPOEX-UFT. É parecerista de diversas revistas de Filosofia e de Educação, bem como de agências de fomento, como CAPES/MEC, FACEPE/CNPq e FAPEPI. É parecerista da CAPES (2021- atual). Possui diversas experiências em programas de formação continuada de professores.

Maciel Cover, Universidade Federal do Rio Grande - FURG

Possui graduação em Pedagogia da Terra pela Universidade Estadual do Rio Grande do Sul (2005), Mestrado em Ciências Sociais pela Universidade Federal de Campina Grande (2011), Doutorado em Ciências Sociais pela Universidade Federal de Campina Grande (2015) com estágio doutoral (PDSE/CAPES) no Programa de Economia Humana da Universidade de Pretória/África do Sul. Realizou estágio pós-doutoral no Programa de Pós-Graduação em Ciências Sociais na Universidade Estadual de Campinas (2019). É Professor Adjunto na Universidade Federal do Rio Grande. Atuou na Universidade Federal do Tocantins/Universidade Federal do Norte do Tocantins, no Curso de Licenciatura em Educação do Campo: Artes e Música, campus de Tocantinópolis, onde também foi coordenador (2016-2018). Foi coordenador do Curso de Aperfeiçoamento Escola da Terra da Universidade Federal do Tocantins (2017-2018). Foi Membro do Comitê Interno do Programa Institucional de Bolsas de Iniciação Científica - PIBIC/UFT (2016-2017; 2019-2021) e Membro do Comitê Interno do Programa Institucional de Bolsas de Iniciação Científica - PIBIC/UFNT. Professor do Curso de Especialização em Gestão e Organização do Trabalho Escolar, Campus UFT/Tocantinópolis. Professor Colaborador do Programa de Pós-Graduação em Sociologia da Universidade Federal do Maranhão. Integra o coletivo de pesquisadores do Sub/7/Rede Universitas-Brasil. Tem experiência e interesse nas seguintes na áreas de pesquisa: Estudos Migratórios, Sociologia do Trabalho, Sociologia Rural, Juventude Rural, Educação do Campo, Questão Agrária, Formação de Professores, Economia Humana, Nova Cartografia Social e Antropologia do Trabalho.

Sidinei Esteves de Oliveira de Jesus, Universidade Federal do Norte do Tocantins - UFNT

Possui graduação em Licenciatura Plena em Geografia pela Fundação Universidade Federal do Tocantins - UFT (2011), é especialista em Educação e Gestão Ambiental, pela Faculdade do Rio Sono (2012), é especialista em Apicultura pela Universidade de Viçosa (2011), Especialista em Educação do Campo pela Faculdade Eficaz (2015), e mestre em Geografia pela Universidade de Brasília - UNB (2015). Atualmente, atua como professor assistente no curso de de Licenciatura em Educação do Campo com Habilitação em Artes Visuais e Música (Campus de Tocantinópolis) da Universidade Federal do Tocantins - UFT. Tem experiência nas áreas de Geografia Humana , com ênfase em Geografia Agrária e Educação do Campo, atuando principalmente nos seguintes temas: políticas públicas educacionais, meio ambiente, cerrado, território, mata ciliar, movimentos sociais, reforma agrária, assentamento rural, agricultura familiar, agronegócio e questão agrária.

Referências

Pimenta, A., Cover, M., & Jesus, S. E. O. (2022). Editorial - Dossiê Escola da Terra. Rev. Bras. Educ. Camp., 7, e14606. http://dx.doi.org/10.20873/uft.rbec.e14606

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Como Citar

Pimenta, A. ., Cover, M. ., & Jesus, S. E. de O. de. (2022). Editorial - Dossiê Escola da Terra. Revista Brasileira De Educação Do Campo, 7, e14606. https://doi.org/10.20873/uft.rbec.e14606

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Seção

Dossiê: Escola da Terra