Representações sobre alimentação institucional de estudantes do campo em regime de internato estudantil

Autores

DOI:

https://doi.org/10.20873/uft.rbec.e12222

Resumo

Com o objetivo de analisar a representação social, de alunos do campo em regime de internato, sobre a alimentação institucional, realizou-se uma pesquisa qualitativa, de caráter exploratório, embasada na Teoria das Representações Sociais. Foram realizadas entrevistas individuais, cujos discursos gerados foram analisados pela técnica do Discurso do Sujeito Coletivo. Verificou-se que a maioria dos entrevistados considerou que se alimenta bem e que uma alimentação de qualidade deve possuir todos os nutrientes necessários. A alimentação institucional e o ambiente do refeitório foram considerados de boa qualidade. Os entrevistados atribuíram à alimentação institucional um importante papel na socialização, exercendo influência positiva na adaptação ao regime de internato. Desta forma, a Unidade de Alimentação e Nutrição da escola, tem um papel relevante na oferta de uma alimentação completa e equilibrada nutricionalmente, pois nesta fase de vivência do adolescente interno, a alimentação saudável deve convergir para o seu desenvolvimento social e mental, na preservação da saúde e redução de riscos de doenças relacionadas à má alimentação.

Palavras-chave: representação social, internato escolar do campo, adolescentes, alimentação institucional.

 

Representations about institutional food by rural middle school boarding school students

ABSTRACT. Considering the importance of proper nutrition in adolescence and that this can be profoundly affected by changes in routine life of the students, such as leaving their home environment to live in a boarding school, the goal of this study was to analyze the social representation of these students in boarding school regime. A qualitative, exploratory research was carried out, based on the Theory of Social Representations. Individual interviews were conducted, and the discourse generated was analyzed using the Discourse of the Collective Subject technique. The representations of food, most of the interviewees considered that feeds well, and that high-quality food must have all the necessary nutrients; in addition, the change to the current institution have influenced the feeding times. The institutional foods were considered of good quality; however, the taste of the preparation has been mentioned as a negative point. The interviewees attributed the institutional food an important role in socialization, exerting positive influence on adaptation to boarding school.

Keywords: social representation, boarding school, rural middle school, adolescents, institutional food.

 

Representaciones sobre la alimentación institucional de los estudiantes rurales en el internado estudiantil

RESUMEN. Con el fin de analizar la representación social de los estudiantes en el internado sobre alimentación institucional, se realizó una investigación cualitativa y exploratoria, basada en la Teoría de las Representaciones Sociales. Se realizaron entrevistas individuales, cuyos discursos se analizaron mediante la técnica del Discurso del Sujeto Colectivo. Se encontró que la mayoría de los encuestados consideró que comen bien, que un alimento de calidad debe tener todos los nutrientes necesarios. La comida institucional y el ambiente del comedor se consideraron de buena calidad. Los entrevistados atribuyeron a la nutrición institucional un papel importante en la socialización, ejerciendo una influencia positiva en la adaptación al sistema de internado. De esta manera, la Unidad de Alimentación y Nutrición de la Escuela tiene un papel relevante en ofrecer una dieta completa y nutricionalmente equilibrada, ya que en esta fase del internado del adolescente, la alimentación saludable debe converger con su desarrollo social y mental, en la preservación de la salud y la reducción de la riesgo de enfermedades relacionadas con una mala alimentación.

Palabras-clave: representación social, internado escolar rural, estudiantes, alimentación institucional.

Downloads

Não há dados estatísticos.

Biografia do Autor

Renata Gati Dalla Bernadina, Instituto Federal do Espírito Santo – IFES

Graduada em Nutrição pelo Centro Universitário do Espírito Santo – UNESC, Especialista em Educação Profissional e Tecnológica pelo Instituto Federal do Espírito Santo – IFES, Mestre em Ciências pela UFRRJ, Doutora em Produção Vegetal pela UENF. Atualmente é Professora e Coordenadora do Curso de Nutrição do Centro Universitário do Espírito Santo – UNESC e Técnico Administrativo em Educação do IFES, Campus Itapina.

Luciana Helena Maia Porte Porte, Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro - UFRRJ

Doutora em Ciências pela Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), é professora associada da Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro. Atua como docente do Programa de Pós-graduação em Educação Agrícola - UFRRJ, orientando e lecionando temáticas que envolvem alimentação, segurança dos alimentos e saúde.

Referências

Alves, H. J., & Boog, M. C. F. (2007) Food behavior in student residence halls: a setting for health promotion. Revista Saúde Pública, 41(2), 197-204. https://doi.org/10.1590/S0034-89102007000200005

Borba, D. M., & Correia, I. C. M. (2006). O ser família brasileira. ETIC – Encontro de Iniciação Científica, 2(2), 2006. Recuperado de: http://intertemas.unitoledo.br/revista/index.php/ETIC/article/viewFile/1340/1280. Acesso em: out. 2015.

Branen, L., & Fletcher, J. (1999) Comparison of college students' current eating habits and recollections of their childhood food practices. Journal of Nutrition Education, 31(6), 10-304. https://doi.org/10.1016/S0022-3182(99)70483-8

Brasil (2012). Ministério Da Saúde. Conselho Nacional de Saúde. Aprova as diretrizes e normas regulamentadoras de pesquisas envolvendo seres humanos. Resolução n° 466, de 12 de Dezembro de 2012. Legislação Federal.

Carneiro, H. (2003). Comida e Sociedade: uma história da alimentação. Rio de Janeiro: Elsevier.

Cheung, T.L.; Batalha, M.O., & Lambert, J.L. (2011). Tipologia e representação da comida para brasileiros urbanos. In III Colóquio de Agricultura Familiar e Desenvolvimento Rural. Porto Alegre, RS.

Coon, K. A., Goldberg, J., Rogers, B. L., & Tucker, K. L. (2001). Relationships between use of television during meals and children's food consumption patterns. Pediatrics, 107(1), 1-9. https://doi.org/10.1542/peds.107.1.e7

Costa, A. L. F., Duarte, D. E., & Kuschnir, M. C. C. (2010). A família e o comportamento alimentar na adolescência. Revista Adolescência e Saúde, 7(3), 52-58.

Costa, S. S. (2013). Refeitório Escolar: Espaço de aprendizagem e troca de conhecimentos sobre alimentação. (Dissertação de Mestrado). Universidade de Brasília, Brasília.

Deshmukh-Taskar, P., Nicklas, T. A., Yang, S. J., & Berenson, G. S. (2007). Does food group consumption vary by differences in socioeconomic, demographic, and lifestyle factors in young adult? The Bogalusa Heart Study. Journal of the American Dietetic Association, 107(2), 34-223. https://doi.org/10.1016/j.jada.2006.11.004

Felipe, M. L. F. M. (2011). Análise da importância do regime de internato para os alunos do curso técnico em agropecuária do Instituto Federal do Ceará Campus Iguatu. Revista do IFAL, 2(1), 7-22.

Garcia, R.W. D. (1997). Representações sociais da alimentação e saúde e suas repercussões no comportamento alimentar. Physis: Revista de Saúde Coletiva, 7(2), 51-68. https://doi.org/10.1590/S0103-73311997000200004

Gillman, M. W., Rifas-Shiman, S. L., Frazier, A. L., Rockett, H. R., Camargo, C. A. Jr.,& Field, A. E. (2000). Family dinner and diet quality among older children and adolescents. Archives of Family Medicine, 9(3), 40-235. https://doi.org/10.1001/archfami.9.3.235

Gondim, S., & Fischer, T.(2009). O discurso, a análise do discurso e a metodologia do discurso do sujeito coletivo na gestão intercultural. Cadernos Gestão Social, 2(1), 9-26.

Ifes – Instituto Federal do Espírito Santo (2018). Conheça a política de assistência estudantil do Ifes. Recuperado de: https://www.ifes.edu.br/noticias/17768-conheca-a-politica-de-assistencia-estudantil-do-ifes. Acesso em: abril 2022.

Ifes – Instituto Federal do Espírito Santo (2021). Internato Campus Itapina. Recuperado de: https://www.ifes.edu.br/images/stories/-publicacoes/processos-seletivos/alunos/2021/2021-12/internato-itapina.pdf. Acesso em: abril 2022.

Lefèvre, F., & Lefèvre, A. M. C. (2005). Discurso do Sujeito Coletivo: um enfoque em pesquisa qualitativa. Caxias do Sul, RS: Editora Educs.

Lefèvre, F., & Lefèvre, A. M. C. (2003). Princípios básicos e conceitos fundamentais do Discurso do Sujeito Coletivo. In Lefèvre, F. Discurso do Sujeito Coletivo: um enfoque em pesquisa qualitativa (pp. 13-35). Caxias do Sul, RS: Editora Educs.

Lemos, M. C. M., & Dallacosta, M. C.(2005). Hábitos Alimentares de Adolescentes: Conceitos e Práticas. Arquivos de Ciências da Saúde da Unipar, 9(1), 3-9.

Leonardo, M. (2009). Antropologia da alimentação. Revista Antropos, 3(2), 1-6.

Mendes, K. L., & Catão, L. P. (2010). Avaliação do consumo de frutas, legumes e verduras

por adolescentes de Formiga-MG e Suas Relações com Fatores Socioeconômicos. Revista Alimentação e Nutrição, 21(2), 291-296.

Moreira, S. A. (2010). Alimentação e comensalidade: aspectos históricos e antropológicos. Ciência e cultura, 62(4), 23-26.

Magalhães, H. H. S. R., & Porte, L.H.M. (2019). Percepção de educadores infantis sobre educação alimentar e nutricional. Ciência & Educação, 25(1), 131-144. https://doi.org/10.1590/1516-731320190010009

Moscovici, S. (2003). Representações sociais: investigações em psicologia social. Petrópolis: Vozes.

OMS - Organização Mundial da Saúde. (1995). La salud de los jóvenes: un reto y una esperanza. Genebra: OMS.

Ramos, S. A., Souza, F. F. R., Fernandes, G. C. B., & Xavier, S. K. P. (2013) Qualitative evaluation of menu and satisfaction survey in a foodservice. Alimentação e Nutrição= Brazilian Journal of Food Nutrition, 24(1), 29-35.

Rotenberg, S., & Vargas, S. (2004). Práticas alimentares e o cuidado da saúde: da alimentação da criança à alimentação da família. Revista Brasileira de Saúde materno infantil, 4(1), 85-94. https://doi.org/10.1590/S1519-38292004000100008

Santos, J. S., Costa, M. C. O., Nascimento, S. C. L., Silva, M. C. M., Souza, K. E. P., & Melo, B. O. (2005) Anthropometric profile and food intake of adolescents in Teixeira de Freitas - Bahia, Brazil. Revista de Nutrição, 18(5), 623-632. https://doi.org/10.1590/S1415-52732005000500005

Serra-Majem, L., Ribas, L., Perez-Rodrigo, C., Garcia-Closas, R., Pena-Quintana, L., & Aranceta, J. (2002). Determinants of nutrient intake among children and adolescents: results from the enKid Study. Annals of Nutrition and Metabolism, 1(46), 8-31. https://doi.org/10.1159/000066398

Silva, J. G., Teixeira, M. L. O., & Ferreira, M. A. (2014). Alimentação na adolescência e as relações com a saúde do adolescente. Texto e Contexto Enfermagem, 23(4), 1095-103. https://doi.org/10.1590/0104-07072014000570013

Veiros, M. B.(2002). Análise das condições de trabalho do nutricionista na atuação como promotor de saúde em uma unidade de alimentação e nutrição: um estudo de caso (Dissertação de mestrado). Universidade Federal de Santa Catarina, Florianópolis.

Veiros, M. B., & Proença, R. P. C. P. (2003). Avaliação qualitativa das preparações do cardápio em uma unidade de alimentação e nutrição - método AQPC. Nutrição em Pauta, 11, 36-42.

Zancul, M. S. (2008). Orientação nutricional e alimentar dentro da escola: Formação de conceitos e mudanças de comportamento (Tese de Doutorado). Universidade Estadual Paulista, Araraquara.

Downloads

Publicado

2022-09-30

Como Citar

Gati Dalla Bernadina, R., & Porte, L. H. M. P. (2022). Representações sobre alimentação institucional de estudantes do campo em regime de internato estudantil. Revista Brasileira De Educação Do Campo, 7, e12222. https://doi.org/10.20873/uft.rbec.e12222

Edição

Seção

Artigos / Articles / Artículos