Corrida de rua no Norte do Brasil: as características do ambiente podem influenciar na prática?

Autores

  • Mabliny Thuany CIFI2D: Centro de Investigação, Formação, Inovação e Intervenção em Desporto. Faculdade de Desporto, Universidade do Porto – Porto, Portugal.
  • Douglas Vieira Alencar Programa de Pós-graduação em Educação Física. Universidade Federal de Sergipe, São Cristóvão – Brasil https://orcid.org/0000-0002-5552-5037
  • Cayo Vinnycius Pereira Lima Programa de Pós-graduação em Educação Física. Universidade Federal de Sergipe, São Cristóvão – Brasil https://orcid.org/0000-0002-9170-8666
  • Alana Cerqueira Programa de Pós-graduação em Educação Física. Universidade Federal de Sergipe, São Cristóvão – Brasil https://orcid.org/0000-0002-9876-4978
  • Guilherme Ferreira dos Santos Departamento de Educação Física. Universidade Federal de Sergipe, São Cristóvão – Brasil https://orcid.org/0000-0001-5666-5878
  • José Ywgne Vieira do Nascimento Programa de Pós-graduação em Educação Física. Universidade Federal de Sergipe, São Cristóvão – Brasil https://orcid.org/0000-0002-7113-6402
  • Thayse Natacha Gomes Programa de Pós-Graduação em Educação Física (PPGEF/UFS). Departamento de Educação Física – Universidade Federal de Sergipe, São Cristóvão-SE - Brasil.

DOI:

https://doi.org/10.20873/abef.2595-0096v5n27180

Palavras-chave:

Corrida de rua, atividade física, Saúde

Resumo

Atividades de massa (ciclismo, caminhada e corrida) têm sido destacadas como importantes ferramentas para aumento dos níveis de atividade física (AF) da população. Enquanto uma atividade realizada em espaço outdoor, características do ambiente físico e natural devem ser considerados como importantes determinantes do envolvimento na prática. O objetivo do estudo foi verificar o papel desempenhado por fatores ambientais no envolvimento do treinamento em corredores de rua da região norte do Brasil. Trata-se de estudo transversal, denominado “InTrack”, realizado com praticantes de corrida de rua não profissionais. A amostra é composta por 76 (35,6±1,2 anos) praticantes de corrida de rua da região Norte do Brasil. Um questionário online foi usado para obter informações sobre idade, sexo, índice de massa corporal, treinamento. Características do ambiente (iluminação pública, existência e pavimentação de calçadas, espaços verdes nos estados), foram obtidos através do acesso aos dados oriundos da pesquisa Características urbanísticas do entorno dos domicílios. A análise estatística, realizada no software STATA 14.0, envolveu o uso da regressão múltipla ajustada para o efeito cluster dos estados. Um único modelo de regressão foi construído, considerando sexo e idade como covariáveis, e intervalo de confiança de 95%. Em média, os participantes apresentaram IMC normoponderal. O maior volume de treinamento foi verificado para corredores do estado de Tocantins (43,5±5,8 km/semana). Maiores valores para iluminação pública, pavimentação, calçadas e espaços verdes foram verificados para Tocantins, Amazonas e Amapá, respectivamente. A análise de regressão ajustada para o efeito do estado indicou associação direta e significativa entre ambiente e treinamento (pavimentação – B: 0,35; 95%CI: 0,33 – 0,37; calçada – B: 0,14; 95%CI: 0,11 – 0,17; arborização – B: 0,15; 95%CI: 0,14; 95%CI: 0,12 – 0,18), porém, relação inversa foi verificada para a variável iluminação (B: -0,37; 95%CI: -0,55 - -0,18). Possuir um ambiente “amigável” pode potencializar o envolvimento na prática de corrida de rua, e contribuir para o aumento dos níveis de AF dos residentes na região norte.

Referências

Blair SN. Physical inactivity: the biggest public health problem of the 21st century. British Journal of Sports Medicine. 2009;43(1):1.

WHO WHO. WHO highlights high cost of physical inactivity in first-ever global report Geneva2022 [Available from: https://www.who.int/news/item/19-10-2022-who-highlights-high-cost-of-physical-inactivity-in-first-ever-global-report#:~:text=Almost%20500%20million%20people%20will,physical%20activity%20among%20their%20populations.

Bauman AE, Reis RS, Sallis JF, Wells JC, Loos RJ, Martin BW, et al. Correlates of physical activity: why are some people physically active and others not? The lancet. 2012;380(9838):258-71.

Junior LCH, Pillay JD, Mechelen Wv, Verhagen E. Meta-Analyses of the Effects of Habitual Running on Indices of Health in Physically Inactive Adults. Sports Med. 2015;45(10):1455-68.

Pereira HV, Palmeira AL, Encantado J, Marques MM, Santos I, Carraça EV, et al. Systematic review of psychological and behavioral correlates of recreational running. Front Psychol. 2021;12(624783).

Gladwell VF, Brown DK, Wood C, Sandercock GR, Barton JL. The great outdoors: how a green exercise environment can benefit all. Extrem Physiol Med. 2013;2(1):3.

Barton J, Pretty J. What is the best dose of nature and green exercise for improving mental health? A multi-study analysis. Environ Sci Technol. 2010;44(10):3947-55.

Sallis JF, Bull F, Burdett R, Frank LD, Griffiths P, Giles-Corti B, et al. Use of science to guide city planning policy and practice: how to achieve healthy and sustainable future cities. Lancet. 2016;388(10062):2936-47.

Sallis JF, Spoon C, Cavill N, Engelberg JK, Gebel K, Parker M, et al. Co-benefits of designing communities for active living: an exploration of literature. Int J Behav Nutr Phys Act. 2015;12:30.

Ministério do Esporte. Diagnóstico Nacional do Esporte. 2016. p. 70.

Capi AHC, Bahia MC, Grasso RMP, Stoppa EA, Isayama HF. Lazer na região norte do Brasil: as práticas cotidianas das diferentes classes sociais. Papers do NAEA. 2018;28(1).

Thuany M, Gomes TN, Almeida MB. Validação de um instrumento para caracterização e verificação de fatores associados ao desempenho de corredores de rua. Scientia Plena. 2020;16(3):1-7.

Nikolaidis P, Knechtle B. Validity of recreational marathon runners' self-reported anthropometric data. Perceptual and Motor Skills. 2020:31512520930159.

Thuany M, Gomes TN, Almeida MB. Is there any difference between “amateur” and “recreational” runners? A latent class analysis. Motriz, Rio Claro. 2020;26(4).

Knechtle B, Tanous DR, Wirnitzer G, Leitzmann C, Rosemann T, Scheer V, et al. Training and Racing Behavior of Recreational Runners by Race Distance-Results From the NURMI Study (Step 1). Front Physiol. 2021;12:620404.

Carmack MA, Martens R. Measuring Commitment to Running: A Survey of Runners' Attitudes and Mental States. Journal of Sport Psychology. 1979;1(1):25-42.

IBGE IBdGeE. Características urbanísticas do entorno dos domicílios. Rio de Janeiro2012. p. 1-175.

Deelen I, Janssen M, Vos S, Kamphuis CBM, Ettema D. Attractive running environments for all? A cross-sectional study on physical environmental characteristics and runners’ motives and attitudes, in relation to the experience of the running environment. BMC Public Health. 2019;19(1):366.

Schuurman N, Rosenkrantz L, Lear SA. Environmental Preferences and Concerns of Recreational Road Runners. 2021;18(12):6268.

Allen-Collinson J. Running the routes together: co-running and knowledge in action. J Contemp Ethnogr. 2008;37(1):38-61.

Silva ICM, Hino AA, Lopes A, Ekelund U, Brage S, Gonçalves H, et al. Built environment and physical activity: domain- and activity-specific associations among Brazilian adolescents. BMC Public Health. 2017;17(1):616.

Kaplan J, Chalfin A. Ambient lighting, use of outdoor spaces and perceptions of public safety: evidence from a survey experiment. Security Journal. 2022;35(3):694-724.

IBGE. Palmas (TO): Instituto Brasileiro de Geografia e Estatísticas; 2014 [Available from: https://cidades.ibge.gov.br/brasil/to/palmas/historico.

Downloads

Publicado

2022-12-30

Como Citar

Thuany , M., Vieira Alencar, D., Pereira Lima , C. V., Cerqueira, A., Ferreira dos Santos, G., Vieira do Nascimento, J. Y., & Natacha Gomes, T. (2022). Corrida de rua no Norte do Brasil: as características do ambiente podem influenciar na prática?. Arquivos Brasileiros De Educação Física, 5(2), 72–80. https://doi.org/10.20873/abef.2595-0096v5n27180