Correlação entre caminhada, parâmetros antropométricos e fadiga em pacientes dialíticos de uma cidade do interior de Rondônia

Autores

  • Yuri de Lucas Xavier Martins Grupo de Estudos em Treinamento, Atividade Física e Saúde (GETAFIS) - Programa de Pós-Graduação Stricto Sensu em Educação Física da Universidade São Judas Tadeu (USJT) https://orcid.org/0000-0002-8042-4983
  • Amanda Giordani Trassi Núcleo de Atenção Interdisciplinar em Doenças Crônicas (NAIDC) do Centro Universitário FAEMA–UNIFAEMA https://orcid.org/0000-0002-9724-2019
  • Evellyn Ketlen dos Santos Soares Núcleo de Atenção Interdisciplinar em Doenças Crônicas (NAIDC) do Centro Universitário FAEMA–UNIFAEMA
  • Lindeglaciene Fernandes da Silva Vieira Centro de Diálise de Ariquemes-RO
  • Sueli da Silva Godinho Centro de Diálise de Ariquemes-RO
  • Leonardo Emmanuel de Medeiros Lima Grupo de Estudos em Treinamento, Atividade Física e Saúde (GETAFIS) - Programa de Pós-Graduação Stricto Sensu em Educação Física da Universidade São Judas Tadeu (USJT)
  • Rosieli Alves Chiaratto Núcleo de Atenção Interdisciplinar em Doenças Crônicas (NAIDC) do Centro Universitário FAEMA–UNIFAEMA
  • Katia Bilhar Scapini Grupo de Estudos em Treinamento, Atividade Física e Saúde (GETAFIS) - Programa de Pós-Graduação Stricto Sensu em Educação Física da Universidade São Judas Tadeu (USJT) https://orcid.org/0000-0003-4935-3221
  • Aylton Figueira Junior Grupo de Estudos em Treinamento, Atividade Física e Saúde (GETAFIS) - Programa de Pós-Graduação Stricto Sensu em Educação Física da Universidade São Judas Tadeu (USJT) https://orcid.org/0000-0002-6635-8019

DOI:

https://doi.org/10.20873/abef.2595-0096v5n25160

Palavras-chave:

Diálise, Atividade Física, Antropometria, Fadiga

Resumo

Introdução: Em decorrência do grau de complicação da Doença Renal Crônica (DRC), existe a orientação para início do processo de hemodiálise. Embora existam evidências suficientes sobre os benefícios da atividade física em pacientes dialíticos, sabe-se da existência de barreiras de adesão, como: fragilidade, fadiga, presença de comorbidades e baixa motivação. Objetivo: analisar as possíveis correlações do tempo de caminhada semanal, fadiga e parâmetros antropométricos entre si na população dialítica, bem como avaliar parâmetros de riscos e protetivos destes. Métodos: A amostra foi composta por 45 pacientes de ambos os sexos com faixa etária entre 26 e 78 anos e com mais de três meses de diálise. O tempo de caminhada foi aferido pelo Questionário Internacional de Atividade Física (IPAQ-versão curta). A fadiga foi mensurada por meio da Escala de Humor de Brunel (BRUMS). A massa corporal e a estatura foram mensuradas pela balança e estadiômetro Welmy (W-110H), as perimetrias de cintura, quadril, panturrilha e abdômen com a trena antropométrica Sanny, de forma a calcular a relação cintura-quadril (RCQ), relação cintura-estatura (RCE) e índice de massa corporal (IMC). Utilizou-se o teste de Shapiro-Wilk para normalidade dos dados e Correlação de Spearman. O nível de significância foi de p ≤ 0,05. Resultados: a amostra foi composta majoritariamente por homens (31), com faixa etária média de 47,55 (± 13,9) anos de idade. A maioria dos voluntários apresentou fatores de riscos cardiovasculares por meio dos índices de perimetria de abdômen (52,27%), RCQ (55,5%) e RCE (64,4%) e apresentou perimetria de panturrilha (46,66%) abaixo dos valores de referência. O IMC apresentou uma prevalência de sobrepeso e obesidade em 44,44% dos voluntários, apenas um se classificou abaixo de 20 kg/m2. O tempo de caminhada apresentou mediana de 60 minutos (semanais) e o escore de fadiga foi de 2. Houve correlação significante, fraca e negativa do tempo de caminhada com o escore de fadiga (r: -0,296 e p: 0,049), sendo que estes não apresentaram correlações significantes com os parâmetros antropométricos. Conclusão: O tempo de caminhada pode ser comprometido com a fadiga na população estudada e grande parte da amostra apresentou riscos referente aos parâmetros antropométricos.

Referências

Murton M, Anna DG, Jose J, Sanchez G, James G, Wittbrodt E, et al. Burden of Chronic Kidney Disease by KDIGO Categories of Glomerular Filtration Rate and Albuminuria : A Systematic Review. Adv Ther grade. 2020;38(1):180–200.

Marinho AWGB, Penha A da P, Silva MT, Galvão TFG. Prevalência de doença renal crônica em adultos no Brasil : revisão sistemática da literatura adults : a systematic review. Cad Saúde Coletiva. 2017;25(3):379–88.

Neves PDM de M, Sesso RDCC, Thomé FS, Lugon JR, Nasicmento MM. Censo Brasileiro de Diálise: análise de dados da década 2009-2018. Braz J Nephrol. 2020;41(2):191–200.

Webster AC, Nagler E V, Morton RL, Masson P. Chronic Kidney Disease. Lancet [Internet]. 2016;6736(16):1–15. Available from: http://dx.doi.org/10.1016/S0140-6736(16)32064-5

Hendriks FK, Smeets JSJ, Broers NJH, Kranenburg JMX Van, Sande FM Van Der, Kooman JP, et al. End-Stage Renal Disease Patients Lose a Substantial Amount of Amino Acids during Hemodialysis. J Nutr. 2020;0–6.

Erken E, Ozelsancak R, Sahin S, Ece E. The effect of hemodialysis on balance measurements and risk of fall. Int Urol Nephrol. 2016;3–9.

Podlekareva D, Arribas JR, Marzolini C, Mallon PGM, Rauch A. 2019 update of the European AIDS Clinical Society Guidelines for treatment of people living with HIV version. 2020;1–8.

Hornik B, Duława J. Frailty, quality of life, anxiety, and other factors affecting adherence to physical activity recommendations by hemodialysis patients. Int J Environ Res Public Health. 2019 May;16(10).

Postorino M, Marino C, Tripepi G, Tat DRS, Zoccali C. Abdominal Obesity and All-Cause and Cardiovascular Mortality in End-Stage Renal Disease. 2009;53(15).

Ma L, Zhao S. Risk factors for mortality in patients undergoing hemodialysis: A systematic review and meta-analysis [Internet]. International Journal of Cardiology. Elsevier Ireland Ltd; 2017. Available from: http://dx.doi.org/10.1016/j.ijcard.2017.02.095

Matsudo S, Araújo T, Matsudo V, Andrade D, Andrade E, Oliveira LC, et al. QUESTIONÁRIO INTERNACIONAL DE ATIVI DADE FISICA (I PAQ): ESTUDO DE VAll DADE EREPRODUTIBILIDADE NO BRASIL. Atividade Física & Saúde. 2001;6(2).

Cristina I, Miranda PDE. VALIDAÇÃO DO TESTE BRUMS PARA AVALIAÇÃO DE HUMOR EM ATLETAS E NÃO ATLETAS BRASILEIROS. Universidade do Estado de Santa Catarina (UDESC); 2006.

Associação Brasileira para o estudo da obesidade e da síndrome metabólica (ABESO). Diretrizes brasileiras de obesidade 2016. VI Diretrizes Bras Obesidade. 2016;4 edição:7–186.

Pigoto V, dos Santos KF, Malaquias SG, Silveira EA. Circunferência da panturrilha : validação clínica para avaliação de massa muscular em idosos. Rev Bras Enferm [Internet]. 2018;71(2):343–50.

Barbosa-silva TG, Bielemann RM, Gonzalez MC, Menezes AMB. Prevalence of sarcopenia among community-dwelling elderly of a medium-sized South American city : results of the COMO VAI ? study. J Cachexia Sarcopenia Muscle. 2016;7:136–43.

Ahmadmehrabi S, Tang W. Hemodialysis-induced Cardiovascular Disease Shadi. Semin Dial. 2019;31(3):258–67.

Toida T, Sato Y, Ogata S, Wada A, Masakane I, Fujimoto S. Synergic Impact of Body Mass Index , Diabetes , and Age on Long-Term Mortality in Japanese Incident Hemodialysis Patients : J Ren Nutr [Internet]. 2019;1–8. Available from: https://doi.org/10.1053/j.jrn.2019.09.007

Villain C, Ecochard R, Genet L, Jean G, Kuentz F, Lataillade D, et al. Impact of BMI Variations on Survival in Elderly Hemodialysis Patients. J Ren Nutr. 2015;1–6.

Freitas AT erez. V de S, Vaz IM arque. F, Ferraz SF rancisc., Peixoto M do RG, Campos MI zabe. VM orai., Fornés NS. Prevalence and associated factors with abdominal obesity in hemodialysis patients in Goiânia--GO. J Bras Nefrol ʹorgão Of Soc Bras e Latino-Americana Nefrol. 2013;35(4):265–72.

Vogt BP, Ponce D, Caramori JCT. Anthropometric Indicators Predict Metabolic Syndrome Diagnosis in Maintenance Hemodialysis Patients. Nutr Clin Pract. 2015;1–7.

Gobbi N, Zanotti J. Prevalência de sarcopenia e fatores associados em pacientes submetidos a hemodiálise em um ambulatório em Caxias do Sul/RS. Braspen J. 2021;4(35):408–13.

Okada T, Sakai R, Sakurai S, Sugiyama T, Mori B, Negishi M, et al. No Calf circumference measurement for nutritional assessment in maintenance hemodialysis patients. J Dial Soc. 2014;47(11):679–84.

Ladhani M, Craig JC, Irving M, Clayton PA, Wong G. Full Review Obesity and the risk of cardiovascular and all-cause mortality in chronic kidney disease : a systematic review and meta-analysis. Nephrol Dial Transpl. 2016;1–11.

Parker Gregg L, Bossola M, Ostrosky-Frid M, Susan Hedayati S. Fatigue in ckd epidemiology, pathophysiology, and treatment. Clin J Am Soc Nephrol. 2021;16(9):1445–55.

Morris JN, Hardman AE. Walking to Health. Sport Med. 1997;23(5):306–32.

Sheshadri A, Kittiskulnam P, Johansen KL. With Less Fatigue and Insomnia Among Patients on Hemodialysis. Kidney Int Reports [Internet]. 2019;4(2):285–92. Available from: https://doi.org/10.1016/j.ekir.2018.10.014

Malhotra R, Kumar U, Virgen P, Magallon B, Garimella PS, Chopra T, et al. Physical activity in hemodialysis patients on nondialysis and dialysis days: Prospective observational study. Hemodial Int. 2021;25(2):240–8.

Cohen B, Munugoti S, Kotwani S, Randhawa LS, Dalezman S, Elters AC, et al. Continuous Long-Term Physical Activity Monitoring in Hemodialysis Patients. Kidney360. 2022;3(9):1545–55.

KDIGO. KDIGO 2012 Clinical Practice Guideline for the Evaluation and Management of Chronic Kidney Disease. Off J Int Soc Nephrol. 2013;3(1):1–150.

Downloads

Publicado

2022-12-28

Como Citar

de Lucas Xavier Martins, Y., Giordani Trassi, A., Ketlen dos Santos Soares, E., Fernandes da Silva Vieira, L., da Silva Godinho, S., Emmanuel de Medeiros Lima, L., … Figueira Junior, A. (2022). Correlação entre caminhada, parâmetros antropométricos e fadiga em pacientes dialíticos de uma cidade do interior de Rondônia. Arquivos Brasileiros De Educação Física, 5(2), 51–60. https://doi.org/10.20873/abef.2595-0096v5n25160