Journal of Biotechnology and Biodiversity | v.7 | n.4 | 2019

Journal of Biotechnology and Biodiversity
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Avaliação da eficiência de remoção de matéria orgânica em efluente sani- tário em função da idade do lodo de reator UASB: um estudo de caso
Ana Paula Nogueira das Nevesa, Dennis da Silva Ferreiraa, Douglas Azevedo Castroa ,
Grasiele Soares Cavallini a*
a Universidade Federal do Tocantins (UFT), Brasil
* Autor correspondente (grasiele@uft.edu.br )
I N F O A B S T R A C T
Keyworks
degradation kinetics
anaerobic degradation sludge time
Evaluation of organic matter removal efficiency in sanitary effluent as a function of age of UASB reactor sludge: a case study
In Brazil, one of the most widely used biological wastewater treatment processes is the UASB Upflow Anaerobic Sludge Blanket anaerobic reactor due to operating characteristics compatible with the prevail- ing climate and costs. relatively low maintenance. The present work evaluated the performance of the UASB reactor of a sewage treatment plant (ETE) located in the southern region of the state of Tocantins regarding the removal of organic matter as a function of age. The samples were characterized in relation to the physicochemical parameters: pH, turbidity, total solids and Biochemical Oxygen Demand (BOD). Reactor monitoring took place over 4 months, and samples were collected monthly during this period, both in the reactor tributary and tributary. The efficiency of organic matter removal by the UASB reactor ranged from 52.5 to 93.0%, and the highest value was observed only in the fourth month of collection, indicating that for sludge ages the process may not be efficient. The pH of the tributary and effluent presented similar values, close to neutrality and suitable for the anaerobic process. The total solids removal remained between 50 and 60%, while the turbidity removal ranged from 70 to 80%, which demonstrates that the affluent physicochemical conditions were adequate for the anaerobic treatment process. The deg- radation kinetics of organic matter by the reactor could be represented by a first order model, however, it
was best represented by the equation = − 0,0013. 3 + 0,2786. 2 − 18,801. + 625,55 .
R E S U M O
Palavras- chaves
cinética de degradação degradação anaeróbia
detenção de lodo
No Brasil, um dos processos de tratamento biológico de efluentes sanitários mais utilizados é o reator anaeróbio de fluxo ascendente e manta de lodo do tipo UASB (em inglês, Upflow Anaerobic Sludge Blan- ket), devido as suas características operacionais compatíveis com o clima predominante e os custos rela- tivamente baixos de manutenção. O presente trabalho avaliou o desempenho do reator UASB de uma Estação de Tratamento de Esgoto (ETE) localizada na região sul do estado do Tocantins quanto à remoção de matéria orgânica em função da idade do lodo. Caracterizou-se as amostras em relação aos parâmetros físico-químicos: pH, turbidez, sólidos totais e Demanda Bioquímica de Oxigênio (DBO). O monitora- mento do reator ocorreu ao longo de 4 meses, e as amostras foram coletadas mensalmente nesse período, tanto no afluente como no afluente do reator. A eficiência de remoção da matéria orgânica pelo reator UASB variou entre 52,5 e 93,0%, e o maior valor foi observado apenas no quarto mês de coleta, o que indica que para idades de lodo inferiores o processo pode não ser eficiente. O pH do afluente e efluente apresentaram valores semelhantes, próximo da neutralidade e adequados para o processo anaeróbio. A remoção de sólidos totais manteve-se entre 50 e 60%, enquanto a remoção de turbidez variou entre 70 e 80%, o que demonstra que as condições físico-químicas do afluente foram adequadas ao processo de tratamento anaeróbio. A cinética de degradação da matéria orgânica pelo reator pôde ser representada por um modelo de primeira ordem, no entanto, foi melhor representado pela equação = − 0,0013. 3 + 0,2786. 2 − 18,801. + 625,55 .
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INTRODUÇÃO
Segundo dados do Instituto Brasileiro de Geo- grafia e Estatística (IBGE, 2019), estima-se que a população brasileira seja de 210 milhões de habi- tantes e apenas 52,4% desse total tem acesso à co- leta de esgoto, dos quais 46% são tratados e, na re- gião Norte do país, esse percentual é de apenas 22,6% (SNIS in ITB, 2019). O esgoto lançado nos corpos hídricos sem tratamento adequado é causa- dor de degradação ambiental e induz ao aumento de doenças por veiculação hídrica e, por isso, tem re- lação direta com a qualidade de vida da pop ulação. As Estações de Tratamento de Esgoto (ETE) são essenciais para o sucesso de um plano de sanea- mento, por terem como objetivo garantir a quali- dade final dos efluentes e assim cumpra ao preco- nizado nas legislações ambientais vigente no país. Quando recebido na ETE, o esgoto (ou afluente) é submetido à uma série de processos físicos, quími- cos e biológicos, a depender do sistema construído. No caso do Brasil, há predominância de sistemas convencionais compostos por tratamento prelimi- nar, primário, secundário e terciário (Lins, 2010). Os tratamentos biológicos, fundamentado na de- gradação de matéria orgânica pela ação de micror- ganismos, são considerados uma das opções mais econômicas e eficientes de tratamento secundário de esgoto. Essa degradação pode ocorrer por meio de digestão aeróbia, digestão anaeróbia ou faculta- tiva (Oliveira, 2014). Os processos anaeróbicos comparados aos aeróbios apresentam vantagens como a produção do biogás metano, o qual pode ser usado como fonte de energia e a menor produção de lodo (Leitão, 2006).
Os sistemas de tratamento anaeróbio ganham destaque à nível mundial e, principalmente no Bra- sil, por haver condições climáticas favoráveis ao funcionamento. Entre os diversos tipos de reatores utilizados em processos anaeróbios destaca-se o re- ator tipo UASB (em inglês, Upflow Anaerobic Sludge Blanket), que é considerado uma solução para o tratamento secundário de esgotos (Foresti, 2002). Este mecanismo é um tratamento biológico fundamentado na degradação de poluentes orgâni- cos complexos, pela ação de microrganismos, transformando-os em gases e água (Foresti et al., 1999).
Criado na década de 1970 na Holanda pelo cien- tista Lettinga e equipe, o reator UASB é uma com- binação de processos físicos e biológicos, que basi- camente requerem o contato da biomassa com o efluente em sistema anaeróbico para que haja ação digestória por parte das bactérias (Lima, 2006).
O reator UASB consiste em um tanque fechado, que possui uma coluna de escoamento ascendente,
um leito de lodo, uma zona de digestão que se loca- liza no fundo e no topo um decantador precedido por um sistema de separação de gases (Oliveira in Neto, 2007).
No reator, o esgoto é distribuído uniformemente em fluxo ascendente no fundo do tanque, para que entre em contato com o leito de lodo e misture- se com o material orgânico e bactérias presentes, a fim de ocorrer a digestão anaeróbia. Conforme progri- dem as reações digestórias, o esgoto segue para o separador trifásico em que se separam as fases só- lida, líquida e gasosa. (Pena, 2016).
Na parte inferior, isto é, no compartimento de di- gestão, está situado o leito de lodo. Nesta região o lodo é muito denso apresenta boas características de sedimentação, com grânulos que podem chegar a até 5 mm (Pontes e Chernicharo, 2009). Os grâ- nulos de lodo exercempapel importante na eficiên- cia do reator UASB, visto que esses materiais são a associação de microrganismos (bactérias e arqueas) que se formaram durante o processo de tratamento em um ambiente com um regime hidráulico de alta velocidade constante sem matriz de suporte (Abdel- gadir et al., 2014).
Os reatores UASB contidos de manta de lodo apresentam várias vantagens como: necessita de pe- quena área instalação, simplicidade na construção, facilidade operacional, flexibilidade na operação podendo ser usando em pequena e grande escala, pouca produção de lodo, preservação da biomassa por longos períodos (Seghezzo et al., 1998).
O desempenho da estabilidade de reatores UASB é avaliado por meio de parâmetros físico - químicos do afluente e efluente, e essas informa- ções se constituem como ferramentas de monitora- mento para otimização dos parâmetros de projeto, a operação do sistema e para predições de eficiência (Alves, 2015).
A cinética de digestão da matéria orgânica em reatores UASB é complexa e na literatura há po u- cos trabalhos que a descrevem, com isso, os estudos cinéticos têm se tornado essenciais para o desenvol- vimento e operação desses reatores (Bhunia & Ghangrekar, 2008).
Neste contexto, o presente estudo teve por obje- tivo realizar o estudo cinético da degradação de ma- téria orgânica, por meio da avaliação da eficiência de um reator UASB em função do tempo de deten- ção do lodo, utilizando o monitoramento de uma ETE dimensionada para tratar 900 m3.h-1 de eflu- ente sanitário.
MATERIAL E MÉTODOS
Oestudo foi desenvolvido em ETE localizada na região sul do Estado do Tocantins inaugurada em 2009 com a capacidade inicial de tratamento de 180
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m3.h-1 para população de 25 mil habitantes. Em 2017, ano de execução dessa pesquisa, a capaci- dade passou para 900 m3.h-1 em função do aumento populacional para 70 mil habitantes. Os meses de coleta compreenderam de junho a outubro do refe- rido ano.
O sistema de tratamento da ETE é do tipo con- vencional, composto por tratamento preliminar (gradeamento, medição de vazão e desarenador) e tratamento secundário (reator UASB seguido de la- goa facultativa), na unidade há também um leito de
secagem.
Coletou-se a amostras mensalmente em dois pontos (entrada e saída do reator), e a primeira ocorreu após 29 dias de detenção do lodo, a fim de caracterizar e comparar a qualidade do afluente e efluente e assim avaliar a eficiência do reator com base no tempo de detenção do lodo. As análises dos parâmetros físico-químicos seguiram o preconi- zado pela Standard Methods for the Examination of Water and Wastewater (Apha, 2012), conforme a tabela 01.
Tabela 01 - Parâmetros físico-químicos analisados . Parâmetros físico- químicos
Método
Demanda Bioquímica de Oxigênio - DBO (mg.L-1) Manométrico
pH Potenciométrico 4500H+ B
Sólidos Totais (mg.L-1) Gravimétrico 2540B
Turbidez (NTU) Nefelométrico 2130 B
A cinética de degradação da matéria orgânica biodegradável foi estudada por meio de modelo ci-
( ) =
0
+ 1 + 2
2
+ 3
3 (2)
nético de primeira-ordem (Equação 1), frequente- mente utilizado para o dimensionamento de ETE e estimar o desempenho do sistema em relação a ma- téria orgânica. A constante “k” representa a taxa de
Dessa forma foi realizada uma adaptação do mo- delo para a aproximação da DBO em função do tempo, conforme a equação abaixo:
estabilização da matéria orgânica presente no es- goto (Aragão, 2016).
=
0
+ 1 + 2
2
+ 3
3 (3)
= 0. − (1) RESULTADOS E DISCUSSÃO
Em que: DBOt = DBO exercida no tempo t (mg.L-1); DBO0 = DBO no tempo t = ∞(mg.L-1 ); k = coeficiente de remoção de matéria orgânica (d - 1); t = tempo de incubação (dias).
Para complementar o estudo cinético e otimizar o modelo resultante deste estudo, foi realizada uma Interpolação polinomial por Spline Cúbica. Este modelo foi construído a partir da suposição de que a curva de biodegradação da matéria orgânica pode ser representada conforme um polinômio de grau 3, de acordo com a função abaixo:
Caracterização físico-quimica do afluente do re- ator UASD A
Para caracterização físico-química do afluente do reator UASBforam utilizados os valores de qua- tro coletas, uma a cada mês (julho, agosto, setem- bro e outubro), o qual compreende os meses sem ocorrência de chuva no Estado do Tocantins con- forme a Tabela 02. As análises foram realizadas em triplicata e a média de cada parâmetro foi utilizada para representar as características da amostra bruta (afluente).
Tabela 02 - Média e desvio padrão dos parâmetros analisados.
Data e horário da coleta
Parâmetro
04/07/2017 12:00
07/08/2017 08:00
11/09/2017 08:00
02/10/2017 10:00
Valores médios
pH 7,0 6,5 7,6 7,0 7,0±0,4
Turbidez (NTU) 452,6±46,3 1084±11,8 473,3±48,7 679,3±11,1 672,5±253,6
ST (mg.L-1) 598,7±16,2 809,2±51,0 700,8±43,9 738,3±25,0 711,7±76,0
DBO5 (mg.L-1) 465±22,4 905±11,0 577±8,3 540±25,0 621,7±168,4
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Avaliação do pH
OpH das amostras do afluente apresentou pouca variação (7,0 a 7,6) e manteve-se na faixa ideal para o processo anaeróbio (Tabela 03).
Tabela 03 - Valores de pH do afluente e afluente.
Avaliação dos parâmetros físicos: Turbidez e Sólidos Totais (ST)
A análise de turbidez do efluente propicia infor- mações importantes quanto ao tempo de remoção do lodo, pois o excesso de lodo nos reatores UASB, além de acarretar na elevação da turbidez, diminui
Efluente Julho Agosto Setembro Outubro
7,0 ± 0,4 7,1
7,1
7,2
6,8
a eficiência do tratamento. A Figura 01 demonstra a variação observada durante os meses de estudo.
Em todos os meses avaliados, as amostras de efluente apresentaram valores de pH próximos a neutralidade (6,8 a 7,2) e evidenciaram a existência de equilíbrio entre as etapas de conversão de maté- ria orgânica, de forma a não inibir a produção de metano pela excessiva produção de ácido graxos voláteis, que implicam na acidez do meio.

Comparado ao padrão estabelecido pela Resolu- ção CONAMA n.º 357 de 2005, complementada
pela Resolução n.º 430 de 2011, o efluente para lan- çamento deve estar com pH na faixa de 5 a 9. Ob- serva-se que em todos os meses de amostragem os valores de pH estiveram de acordo com a legislação em questão, contudo, ressalta-se que o local de co- leta das amostras não é o fim do sistema e esse valor ainda poderia sofrer maiores variações.
O pH é um parâmetro essencial em estudos de saneamento ambiental, pois influencia na efi ciência de tratamentos químicos e biológicos e, quando lan- çado no corpo hídrico, determinadas condições de pH podem favorecer a precipitação de compostos tóxicos e a solubilização de diversas espécies quí- micas que afetam o ecossistema aquático (Piveli, 200 0).
De acordo com Sant’anna Júnior (2013), o pH é um parâmetro extremamente relevante no controle biológico, visto que a maioria das bactérias atuan- tes na degradação da matéria orgânica apresentam ótimo crescimento em valores de pHentre 5,5 e 8,5. Em ambientes anaeróbios, as bactérias das fases de hidrólise, acidogênese e acetogênese têm cresci- mento ótimo na faixa de pH de 5,0 a 6,0 e, no caso das metanogênicas, essa faixa varia de 6,6 a 7,4, que podem ser prejudicadas se houver elevada for- mação de ácidos voláteis. Neste sentido, é impor- tante que o esgoto lançado não apresente valor de pH abaixo de 6,2 por um significativo período de tempo, ao considerar que quando a produção de gás metano se estabiliza, o pH passa a permanecer na faixa de 7,2 a 8,0 (Abdelgadir et al., 2014).
Figura 01 - Monitoramento da turbidez.
De acordo com a figura 01, a turbidez do eflu- ente do reator apresentou pouca variação e se man- teve entre 136,3 e 190 NTU, considerando os valo- res máximos de cada mês avaliado. Observou- se que nos meses de agosto e outubro a turbidez do afluente apresentou valores elevados, 679,3 e 1084 NTU, respectivamente, em relação aos meses de ju- lho e setembro. Esse aumento na turbidez se deve provavelmente pela presença de elevadas concen- trações de sólidos em suspensão. Analogamente, nestes dois meses a concentração de sólidos do es- goto bruto também foi alta, ou seja, os sólidos totais são compostos principalmente por sólidos em sus- pensão ou coloidais.
Notou-se pelos valores de turbidez do efluente que o acúmulo de lodo por 121 dias, não implicou em um elevado arraste de sólidos no reator. Com isso, a turbidez durante todos os meses manteve- se constante, indicando que o lodo ainda pode perma- necer no reator.
As resoluções CONAMA nº 357/2005 e 430/2011 não estabelecem valores para este parâ- metro, em relação ao lançamento de efluentes. As eficiências de remoção de turbidez durante os qua- tro meses de operação oscilaram entre 70 a 80%. O parâmetro de sólidos totais é frequentemente utilizado para indicar a parcela da biomassa que sai do reator com o efluente final, e também como uma medida da quantidade de matéria orgânica e inor- gânica particulada presente no esgoto bruto (Perei ra et al., 2010).
Uma elevada concentração de sólidos no eflu- ente do reator UASB pode indicar irregularidades
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operacionais, pela possibilidade de haver arraste de partículas ou excesso de lodo no reator. A perda de sólidos com o efluente tem como consequência o aumento indesejado de DBO e DQO no efluente tratado (Rodrigues et al., 2010).
Conforme a figura 02, a média da concentração de sólidos totais quantificados no afluente foi de 711,7 mg.L-1, já no efluente os valores variaram de 315 e 340 mg.L-1 .

Figura 02 - Média e desvio padrão de sólidos totais no efluente.
De acordo com os dados apresentados na f igura 02, a eficiência de remoção de sólidos durante todo o período de monitoramento permaneceu acima de 50%, e para os meses de julho, agosto, setembro e outubro as remoções foram de 52,2 53,6, 55,7 e 52,3% respectivamente. Segundo Rodrigues et al.

(2014), apesar dos reatores UASB conterem um se- parador trifásico, eles possuem limitação na remo-
ção de sólidos, principalmente quando o afluente recebe alta quantidade de sólidos suspensos.
Durante o período de monitoramento, não foram realizados descartes do lodo do reator e, com base nos valores de sólidos totais obtidos, comparados a idade do lodo de 121 dias, é possível observar que esse parâmetro não foi afetado pelo acúmulo de
lodo no reator, visto a variação mínima. Na pes- quisa de Verma e Kumar (2013), no qual o reator UASB foi monitorado no tratamento de esgoto do- méstico, foram encontrados valores semelhantes de ST no afluente. Von Sperling (1996), ressalta que o esgoto bruto contém uma média de 1000 mg.L-1 de ST.
As resoluções CONAMA 357/2005 e 430/2011 não definem limites de lançamento para o parâme- tro ST, no entanto, Pereira et al. (2010) afirmam que o despejo de efluente com concentrações ele- vadas de sólidos causa mudança na qualidade do corpo hídrico, pois impedem a passagem de luz, in- duzem ao aquecimento da água e diminuem a quan- tidade de oxigênio no meio.
Devido a relação direta entre turbidez e sólidos totais as eficiências de remoção destes dois parâme- tros são representadas conjuntamente na figura 03.
Figura 03 - Eficiência de remoção de sólidos totais e turbidez.
Demanda Bioquímica de Oxigênio
A eficiência na remoção da matéria orgânica do efluente pode ser observada na Tabela 03, na qual são apresentados os valores da demanda bioquí- mica de oxigênio (DBO) do efluente em cada mês avaliado.
Tabela 04 - Concentração e eficiência da remoção de matéria orgânica.
Período
Idade do lodo (dias)
Valor médio do afluente
Média (mg.L-1) e Desvio Padrão
(efluente)
Eficiência (%)
Julho Agosto
Setembro
29 n 62
100
621,7 ± 168,4
295,3 ± 5,4 192,6 ± 11,4 203,3 ± 9,0
52,5 69,0 67,3
Outubro 121 44,3 ± 6,3 93,0
A média de DBO do afluente foi de 621,7 mg.L - 1. Após o tratamento, a média da concentração
DBO nos quatros meses apresentou um valor mí- nimo de 44,3 e máximo de 295,3 mg.L-1 .
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Ovalor médio de DBOdo afluente do reator, ob- tido neste estudo, encontra-se acima da concentra- ção típica de esgoto bruto, a qual varia de 100 a 400 mg.L-1, segundo Von Sperling (1996). No entanto os resultados são similares aos encontrados por Ma- chado (1997).
Em relação ao efluente, de acordo com a Tabela 02, os valores obtidos foram acima do reportado por Saliba (2016). Vieira et al. (1992) avaliou reator UASB de ETE experimental localizada em São Paulo e obteve valor de DBO na ordem de 209 mg.L-1 para o afluente e 85 mg.L-1 para o efluente. Na Tabela 02 observa-se que as remoções de DBO foram de 52,5, 69, 67,3 e 93%, respectiva- mente, para os meses de julho, agosto, setembro e outubro.
Notou-se que no mês de julho, após 29 dias de tempo de detenção do lodo, a eficiência represen- tada pelos valores de DBO mostrou-se baixa (ape- nas 52,5%), inferior ao comumente esperado em re- atores UASB. Isso pode ser justificado pelo fato de haver pouca acumulação de biomassa e, conse- quentemente, baixa atividade microbiana. Com o sucessivo acúmulo de biomassa, a eficiência do re- ator também aumentou e atingiu 93%, correspon-

dente ao tempo de 121 dias.
De acordo com Chernicharo (1999), uma das
principais vantagens dos reatores UASB é a possi- bilidade de funcionamento com longos períodos de
Determinação do coeficiente de degradação da matéria orgânica
A obtenção de um modelo matemático que re- presente o comportamento do sistema em operação é importante para que sejam realizadas previsões quanto ao desempenho do reator. A figura 04 de- monstra a degradação da matéria orgânica con- forme uma reação de primeira ordem, onde o eixo y representa a DBO do efluente e o eixo x o tempo de detenção do lodo no reator.
Figura 04 - Modelo de primeira ordem para a remo- ção de matéria orgânica.
Sendo a equação descrita por:
descarte do lodo. Essa característica permite um elevado tempo de detenção do lodo em seu interior,
= 591, 6
−0,0174 .
e, assim, a idade do lodo passa a ser sempre maior que o tempo de detenção hidráulica mantido em
operação.
Gomes & Chernicharo (2005) realizaram o mo- nitoramento de um reator UASBpor 15 meses e ob-
servaram que o tempo médio de descarte do lodo foi de 90 dias para obtenção de eficiências de 85 a 90% de remoção de DBO.
Em outro estudo, Rizvi et al. (2014) analisaram a partida (inicialização) e o desempenho de reatores UASB operando sob temperatura entre 17 e 38°C e idade de lodo variando de 60 a 180 dias para trata- mento de esgoto doméstico. Eles puderam concluir que o desempenho dos reatores apresentou um au- mento da eficiência de remoção de DBO de 61 para 85% com o aumento idade do lodo e temperatura. A resolução CONAMA nº 357/2005 comple- mentada pela Resolução 430/2011, define que os tratamentos secundários devem atingir um limite máximo de 120 mg.L-1 e uma eficiência mínima de remoção de 60% de DBO. Desta foram, constatou - se, a partir dos dados da Tabela 03, que apenas no mês de julho, quando o reator estava a operar por 29 dias após o esgotamento, não foi possível atingir a mínima eficiência exigida pela resolução.
Onde t é o tempo de detenção do lodo no reator.
Pela equação é possível estimar a eficiência do reator em função da idade do lodo, substituindo x pelo tempo de detenção do lodo em dias. Esta equa- ção pode ser utilizada para este reator, desde que o afluente esteja com características físico- químicas semelhantes aos apresentados neste estudo.
A constante k representa a taxa de estabilização bioquímica da matéria orgânica presente no esgoto, a qual foi de 0,0174 d-1. De acordo com Barros Neto et al. in Sartori (2015), o coeficiente de deter- minação da regressão (R2) é definido como a fração da variação total explicada pelo modelo. Assim, quanto maior o R2, ou seja, mais próximo de 1, me- nor será o erro e melhor será o modelo. Quando o valor do R2 for menor que 0,60, os modelos só po- derão ser utilizados como indicadores de tendên- cias, não podendo ser utilizados para fins prediti- vos.
O coeficiente de determinação da regressão (R2 ) a partir da equação de primeira ordem foi 0,803, ou seja, o valor obtido para o coeficiente de regre ssão foi superior a 80%, o que confirma que o modelo cinético de primeira ordem foi adequado para des-
crever a degradação da matéria orgânica no reator.
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No entanto, não é descartada a possibilidade de usar outro modelo que se ajuste melhor ao desempenho do reator.
Neste contexto, o modelo adaptado por Spline Cúbica oferece o melhor ajuste aos resultados ex- perimentais, apresentando um R2 superior a 0,99 (Figura 5).

Figura 05 - Modelo ajustado por Spline Cúbica para a remoção de matéria orgânica.
Sendo a equação descrita por:
= −0,0013. ³ + 0,2786. ² − 18,801 . + 625, 55
Onde t é o tempo de detenção do lodo no reator. CONCLUSÕES
Aanálise dos parâmetros físico-químicos permi- tiu verificar que, de forma geral, a ETE está com um bom desempenho operacional. O pH tanto do afluente como efluente apresentaram valores seme- lhantes, próximo da neutralidade e adequados para
o processo anaeróbio. A remoção de turbidez foi
eficiente atingindo uma média geral acima de 70%. Para sólidos totais, a média de eficiência em to-
dos os meses foi próxima de 50%.
Oreator UASB apresentou uma eficiência média de remoção de DBO acima de 70%, portanto, a efi-
ciência condiz com a faixa de remoção descrita na
literatura para reatores UASB e está de acordo com o valor estabelecido pelo CONAMA (Resoluções 357/2005 e 430/2011).
Com o monitoramento foi possível obter dados
importantes para a otimização do sistema, pois o re- ator apresentou capacidade de operar por no mí- nimo quatro meses sem o esgotamento do lodo, o
que acarreta na melhoria do sistema de tratamento como também na maior estabilidade do lodo reti- rado do reator.
Nas condições do experimento pode se concluir que a velocidade de degradação da matéria org â-
nica no reator UASB em estudo, pode ser represen- tada por uma reação de primeira ordem, mas tem melhor ajuste pelo modelo adaptado por Spline Cú- bica.
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