Bortolon, L., et al. 45
J. Biotec. Biodivers. v. 5, N.1: pp. 43-49, Fev. 2014
colocadas nos vasos, após a mistura dos fosfatos, acomodou-se os sistemas de coleta de solução do solo, desenvolvida por Sousa et al. (2002) de modo que ficasse a uma profundidade de 10 cm. Em seguida foi colocada uma quantidade de água, suficiente para atingir 18% de umidade gravimétrica. Após 30 dias o solo contido nos vasos foi alagado, permanecendo 77 dias nessa condição, onde foi feita uma coleta da solução do solo no primeiro dia e aos 76 dias após o alagamento. No dia seguinte aos 76 dias foram colocadas, em cada vaso, cinco sementes pré- germinadas de arroz da cultivar Taim e posteriormente foi realizado desbaste, mantendo- se três plantas e cultivadas por um período de 30 dias, com uma lâmina de água de 5 cm. Ao final da colheita das plantas foi realizada a terceira coleta da solução do solo (120 dias após o alagamento). Foi realizada adubação de cobertura com nitrogênio (150 mg kg ) e potássio (80 mg kg ) em duas aplicações.
O sistema empregado para coletar a solução do solo consistiu de um tubo de polietileno perfurado, com 70 cm de comprimento, revestido com tela de nylon e dobrado em forma de espiral. A espiral foi conectada a um tubo de vidro na forma de sifão, projetado para fora do vaso, conectado a uma célula eletrométrica em vidro onde foi instalado um eletrodo de pH. As análises do valor de pH da solução do solo foram feitas por meios de eletrodos específicos, combinados, ligados a um potenciômetro e previamente instalados em uma célula eletrométrica, construída em vidro, semelhante a utilizada por Sousa et al. (2002). Como a célula permanecia cheia de solução durante as leituras, foi possível minimizar o contato desta com oxigênio molecular, diminuindo
os riscos de alteração das suas características eletroquímicas. Após as determinações
eletroquímicas transferiram-se aproximadamente 10 mL de solução da célula diretamente para frascos de vidro, onde havia sido colocado previamente 1mL de HCl 1,1 mol L , para que a concentração final de HCl da amostra ficasse em torno de 0,1 mol L , possibilitando desta maneira a analise da composição química das amostras em laboratório.
Nas amostras da solução do solo, em cada dose, foi avaliado ainda o teor de P (colorimetria), Ca e Fe (absorção atômica). Na planta foram avaliadas a massa seca da parte aérea e o teor de fósforo segundo metodologia descrita em Tedescoet al. (1995). Os índices de eficiência agronômica (IEA) foram calculados a partir do P acumulado na parte aérea e da produção de massa seca da parte aérea, através da fórmula: IEA = (FN – Testemunha/SFT – Testemunha) x 100 (Novais et al. 2007). Os dados foram submetidos à análise de variância pelo teste F e as médias dos tratamentos foram comparadas pelo teste Tukey a um nível de 5% de probabilidade e o estudo das doses de P empregou- se a regressão polinomial.
RESULTADOS E DISCUSSÃO
Os valores de pH da solução do solo aumentaram com o alagamento, com valores próximos a 6,0 (Tabela 1). Esse aumento é característico dos solos alagados, devido às reações de oxirredução consumirem hidrogênio (Ponnamperuma, 1972; Sousa et al., 2002). Os valores de pH da solução do solo não diferiram entre as fontes de P (Tabela 1), conforme também observado por Gonçalves et al. (2008).