Carvalho, E. V. et al. 25
Vol. 4, N.1: pp. 25-31, February 2013 ISSN: 2179-4804
Journal of Biotechnology and Biodiversity
Adaptability and stability of corn hybrids in Tocantins
Edmar Vinicius de Carvalho1*, Flávio Sérgio Afférri2, Michel Antônio Dotto2, Joênes Muci Peluzio2, Leandro Lopes Cancellier3, Weder Ferreira dos Santos 2
ABSTRACT
The aim of this study was to evaluate the behavior, adaptability and stability of 21 corn hybrids at south-central of the Tocantins state in the crop 2009/2010. The hybrids were seeded on three different dates (nov/21, dez/03, dez/14), with or without nitrogen in coverage (0 N and 144 N, respectively). The experimental design was randomized blocks with two plots at each experiment (combination between seeding date and covered nitrogen level). The grain yield was used to analyze the adaptability and stability parameters (Eberhart and Russell, 1966), and after, it was done the Spearmam’s correlation of these parameters with agronomic traits. At three-six experiments, the hybrids had
shown grain yield up to 6.4 t ha-1, and this value is consider good-one at news growth regions. The significant effect was observed by the F-test at 1% on this characteristic in the interaction between the sources of variation: seeding date and covered nitrogen level; hybrids and experiments. The hybrids HIB 12 and HIB18 had shown wide adaptation. Under the experimental conditions, it can be concluded that the estimated parameters of adaptability and stability had no shown relationship with agronomic characteristics evaluated.
Key words: Zea mays, evaluating, adapting, savanna
Adaptabilidade e estabilidade de híbridos de milho em Tocantins
RESUMO
O objetivo do presente trabalho foi avaliar o comportamento, adaptabilidade e estabilidade de 21 híbridos de milho na região centro-sul do Estado do Tocantins, na safra 2009/2010. Os híbridos foram semeados em três datas distintas (21/nov, 03/dez e 14/dez) e, em cada uma, com ou sem nitrogênio em cobertura (0 N e 144 N, respectivamente). O delineamento foi o de blocos ao acaso, com dois blocos, em cada experimento (combinação entre data de semeadura e nível de nitrogênio em cobertura). Os dados de produtividade foram utilizados na análise dos parâmetros de adaptabilidade e estabilidade, (Eberhart e Russel, 1966), sendo realizada a correlação de Spearmam destes parâmetros com as características agronômicas avaliadas. Em três dos seis experimentos, os
híbridos apresentaram produtividade de grãos de até de 6,4 t ha-1, considerada satisfatória em novas regiões de
cultivo. Destaca-se, ainda, que foi observado efeito significativo pelo teste F a 1% nesta característica na interação entre as fontes de variação: data de semeadura e nível de nitrogênio em cobertura e; híbridos e experimentos. Os híbridos HIB 12 e HIB 18 apresentaram ampla adaptação. Nas condições experimentais, pode-se concluir que os parâmetros de adaptabilidade e estabilidade estimados não apresentaram relação com as características agronômicas avaliadas.
Palavras-chave: Zea mays, avaliação, adaptação, data de semeadura, adubação de cobertura.
*Autor para correspondência .
1Doutorando em Produção Vegetal, Universidade Federal do Tocantins, Campus Universitário de Gurupi, Caixa.Postal 66, 77.404-970, Gurupi-TO, Brasil, carvalho.ev@uft.edu.br
2Departamento de Agronomia, Universidade Federal do Tocantins; Gurupi – Brazil, flavio@uft.edu.br; micheldotto@hotmail.com; joenesp@uft.edu.br; eng.agricola.weder@gmail.com
3Departamento de Agronomia Universidade Federal de Lavras, Minas Geras – Brasil; leenadrocancellier@hotmail.com
J. Biotec. Biodivers. v. 4, N.1: pp. 25-31, Feb. 2013
https://doi.org/10.20873/jbb.uft.cemaf.v4n1.carvalho
Carvalho, E. V. et al. 26
INTRODUÇÃO
Entre os principais países produtores de milho, o
Brasil aparece como o terceiro colocado, quanto a toneladas produzidas e, em quarto, quanto a valores monetários (FAO, 2010). Esta posição de
destaque no cenário mundial não reflete em bons índices de produtividade do grão no país, os quais
são menores do que em outras nações (USDA , 2010). Situação que se agrava em alguns estados brasileiros, como em Tocantins, com valores
abaixo da média brasileira (IBGE, 2010). Melhorar esta situação de produtividade requer desenvolvimento constante de genótipos de milho
para cada condição ou região de cultivo (Scapim et al., 2010). Esse trabalho é dificultado pela interação entre genótipo e ambiente (Oliveira et al., 2002), o qual requer avaliação contínua de genótipos em diversos ambientes para minimizar o seu efeito (Vedruscolo et al., 2001; Freire Filho et al., 2005), a qual demanda de grande quantidade
de recursos (Scapim et al., 2010).
Os ambientes de cultivo geralmente se distinguem por diferentes condições de solo e clima; local; safra; nível de tecnologia (Scapim et al., 2000);
adubação de semeadura e cobertura (Rios et al., 2009); dentre outros fatores.
Os dados coletados nestes diversos ambientes
permitem identificar o comportamento (Porto et al., 2007), a adaptabilidade e estabilidade (Scapim
et al., 2010) de genótipos, visando sua recomendação/seleção (Rocha et al., 2006), o u
seja, auxiliando tanto no início quanto no final dos
programas de melhoramento genético de plantas (Pereira et al., 2009b).
Para esta identificação existem diversas metodologias que podem ser adotadas. A proposta
por Eberhart e Russel (1966) é uma das mais utilizadas (Lopes et al., 2001) de maneira eficiente
em diversas culturas, como, Milho- Pipoca
(Carpentieri-Pípolo et al., 2005) e Feijoeiro - Comum (Pereira et al., 2009a). Essa metodologia se destaca devido a simplicidade na interpretação
dos parâmetros gerados (Oliveira et al., 2006). O híbrido ideal segundo esta seria aquele que
apresenta alto potencial produtivo, aumento de produtividade com a melhora da condição ambiental e, alta previsibilidade (Eberhart e
Russel, 1966).
Outra forma para aumentar a produtividade de
grãos pode ser através de estudos de correlação entre as características que a influenciam (Krüger
et al., 2011), que permitem além de diversos caminhos (Lopes e Franke, 2011), o conhecimento
de quais parâmetros que poderão ser usados na seleção indireta (Cargnelutti Filho et al., 2011 ; Carvalho et al., 2012).
Diante do exposto, o objetivo da presente
pesquisa, através de condições ambientais distintas, foi avaliar o comportamento,
adaptabilidade e estabilidade de 21 híbridos de milho na região centro-sul do estado do Tocantins
na safra 2009/2010.
MATERIAL E MÉTODO S
Foram avaliados 21 híbridos de milho, sendo 12
simples (HIB 01, HIB 02, HIB 06, HIB 07, HIB 08, HIB 10, HIB 11, HIB 12, HIB 13, HIB 16,
HIB 17 e HIB 19), três duplos (HIB 15, HIB 18 e HIB 20), e seis triplos (HIB 03, HIB 04, HIB 05, HIB 09, HIB 14 e HIB 21).
Os híbridos foram semeados em três datas, duas em Gurupi-Tocantins (11º43’ S, 49º04’ W, 280m), uma aos 21 dias de novembro (21/nov) e outra aos
14 dias de dezembro (14/dez) do ano de 2009 e,
uma em Palmas-Tocantins (10º45’S, 47º14’W, 220m), aos três dias de dezembro (03/dez) do mesmo ano. Em cada data de semeadura, os
híbridos foram submetidos a dois níveis de
nitrogênio em cobertura, um sem (0 N) e outro com, na dose de 144 kg ha-1 de N via sulfato de
amônio – 18% de N (144 N), aplicado entre os estágios V4 e V6.
O solo dos seis experimentos (combinação entre data de semeadura e nível de nitrogênio em
cobertura) foi classificado como Latossolo Vermelho-Amarelo distrófico (Embrapa, 2006) .
A adubação de semeadura utilizada nos experimentos foi de 600 kg ha-1 da formulação
NPK 04-14-08, com os demais tratos culturais
sendo realizados assim que se fizeram necessários. O delineamento experimental foi o de blocos ao
acaso, com dois blocos, sendo que em cada parcela
experimental avaliou-se as duas fileiras centrais de cinco metros de comprimento.
As características avaliadas na maturação
fisiológica foram: altura de plantas (cm); altura de inserção de espiga (cm); número de fileiras de
grãos; número de grãos por fileira; comprimento
de espiga (mm); diâmetro de espiga (mm); peso de 100 sementes (g); peso hectolítrico (kg.100 L-1 ); produtividade de espiga (t ha-1) e produtividade de grãos (t ha-1). A produtividade de espiga e a
produtividade de grãos foram corrigidas a 13% de umidade.
Os dados da produtividade de grãos foram submetidos à análise conjunta, onde considerou o
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efeito do genótipo fixo e, os demais aleatórios. Posteriormente foi realizado o teste de médias Scott-Knott a 5% de probabilidade. Ainda, estes
dados foram utilizados na análise dos parâmetros
de adaptabilidade e estabilidade, estimados pelo método proposto por Eberhart e Russel (1966).
Por fim, foram calculados os coeficientes de correlação de Spearmam entre todas as
características avaliadas e os parâmetros de adaptabilidade e estabilidade.
RESULTADOS E DISCUSS ÃO Adaptabilidade e estabilidad e
Foram observados efeitos significativos das datas
de semeadura, nível de nitrogênio em cobertura e, interação entre estes dois fatores na produtividade
de grãos dos híbridos avaliados a 1% pelo teste F (Tabela 1).
Tabela 1. Produtividade de grãos (t ha-1) de 21
híbridos de milho em três datas de semeadura com dois níveis de nitrogênio em cobertura, em
Tocantins, safra 2009/2010 .
Nitrogênio Data Semeadura
0 N 144 N F
21/nov 5,20 Ab 6,56 Aa ** 14/dez 5,14 Ab 6,56 Aa
03/dez 4,46 Bb 6,40 Aa
F **
Interação **
CV (%) 16,26
**, Diferença significativa pelo teste F a 1%. Médias seguidas de mesmas letras maiúsculas na coluna e minúsculas na linha não apresentam diferença
significativa pelo teste Scott-Knott a 5%.
Os híbridos apresentaram produtividade de grãos acima de 5 t ha-1 (0 N em 21/nov e 14/dez) e, acima de 6 t ha-1 (144 N em todas as datas de
semeadura). Esses valores situam-se numa faixa
considerada como boa e satisfatória, respectivamente, em novas regiões de cultivo (Arnhold et al., 20 10).
A utilização do nitrogênio em cobertura promoveu aumento significativo da produtividade de grãos em todas as datas de semeadura (Tabela 1). Essa
resposta pode estar associada ao maior crescimento do milho com aumento da dose
nitrogenada (Oliveira et al., 2009), e com o aumento da taxa fotossintética e da divisão celular
gerada pela disponibilidade do nutriente (Sampaio et al., 2007).
A interação entre data de semeadura e nível de nitrogênio em cobertura e, a entre genótipos e experimentos (combinação dos dois fatores
acima), demonstrou: (i) o comportamento
diferenciado dos híbridos em cada experimento (Carpentieri-Pípolo et al., 2005) e; (ii) a diferença
entre experimentos, proporcionada pela combinação entre a data de semeadura e o nível de
nitrogênio em cobertura. Como este fator pode ser
alterado mais facilmente do que a semeadura em diversos locais por várias safras, e podendo
promover redução dos custos na condução de experimentos (Ribeiro et al., 2000), torna-se uma
alternativa em estudos iniciais de adaptabilidade e estabilidade, quando não se dispõe de grande
quantidade de recursos.
Segundo o método de estimativa de adaptabilidade e estabilidade proposto por Ebehart e Russel (1966) o parâmetro que indica a adaptabilidade é o
coeficiente de regressão (Bi) e o de estabilidade o desvio da regressão (Desvio).
Scapim et al. (2010) e Faria et al. (2010) apresentam interpretações complementares sobre a classificação de genótipos quanto a adaptabilidade.
Scapim et al. (2010) relataram que os genótipos
que apresentaram valores de Bi maiores estatisticamente que 1 foram classificados como
adaptados a ambientes favoráveis; e os genótipos com valores menores estatisticamente que 1, foram classificados como desfavoráveis e; os genótipos
iguais estatisticamente a 1, a ambos. Faria et al. (2010) reportaram que os genótipos que apresentaram valores de Bi maiores que 1,25
foram classificados como adaptados a ambientes favoráveis; os genótipos com valores menores que
0,75 foram classificados como a desfavoráveis e; entre 0,75 e 1,25, a ambos os casos .
Com relação ao desvio da regressão, valores estatisticamente iguais a zero indicam alta previsibilidade, e maiores que zero, menor previsibilidade (Faria et al., 2010; Scapim et al. ,
2010) .
Os híbridos HIB 03, HIB 10, HIB 15 e HIB 16
foram classificados como adaptados a ambientes desfavoráveis tanto pela interpretação de Scapim
et al. (2010) quanto pela de Faria et al. (2010) e, o
híbrido HIB 02 somente de acordo com Faria et al. (2010). Os HIB 03 e HIB 16 apresentara m
produtividade de grãos estatisticamente superior, 5.888 e 5.834 kg ha-1, respectivamente, e alta
previsibilidade (Tabela 2). Dessa forma, quando o ambiente de cultivo estiver dentro do menor
potencial produtivo, estes podem ter preferência de
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escolha, concordando com Carvalho et al. (1999), apresentaram produtividade de grãos
que ainda relatam a importância de híbridos com estas características na agricultura regional.
Os híbridos HIB 05, HIB 06 e HIB 11 foram
classificados como adaptados a ambientes favoráveis tanto pela interpretação de Scapim et al.
(2010) quanto pela de Faria et al. (2010) e, os híbridos HIB 13, HIB 19 e HIB 20 somente por
Faria et al. (2010). Os HIB 05, HIB 11 e HIB 20
estatisticamente superior, 6.078, 6.035 e 5.855 kg ha-1, respectivamente, porém com menor
previsibilidade (Tabela 2). Ainda assim, segundo
Oliveira et al. (1999) em cultivos onde se usa elevado nível tecnológico, pode-se optar por
materiais genéticos menos estáveis, devido a minimização dos riscos.
Tabela 2. Adaptabilidade (Bi) e estabilidade (Desvio) pelo método de Eberhart e Russel (1966) da produtividade de grãos (PG) de 21 híbridos de milho em seis experimentos no Tocantins
Híbrido
PG
(kg ha-1 )
B i
Desvio
R²
%
HIB 01
HIB 02 HIB 03
HIB 04 HIB 05
HIB 06
HIB 07 HIB 08 HIB 09
HIB 10
HIB 11 HIB 12
HIB 13
HIB 14 HIB 15
HIB 16
HIB 17 HIB 18
HIB 19
HIB 20 HIB 21
4.775 C
5.821 A 5.888 A
6.471 A 6.078 A
5.469 B
6.127 A 6.303 A 5.886 A
5.747 A
6.035 A 5.684 A
5.048 C
6.107 A 5.128 C
5.834 A
5.440 B 5.829 A
5.181 C
5.855 A 5.450 B
1,155 ns
0,667 ns
0,433 **
0,960 ns
1,848 **
1,419 *
0,900 ns
0,850 n s
0,943 ns
0,467 **
1,571 **
0,986 ns
1,335 ns
1,081 ns
0,102 **
0,452 **
1,147 ns
0,828 ns
1,306 ns
1,360 ns
1,179 ns
2003849 **
1209610 **
287398 ns
1979905 **
3527950 **
249676 ns
2026823 **
864713 *
2508774 **
867472 *
924938 *
458805 ns
5100201 **
1122049 *
742183 ns
421770 ns
680047 ns
276342 ns
2046614 **
1642636 **
2188374 **
57,47
42,74 57,08
48,58 66,25
94,24
44,76 62,90 41,80
33,80
84,41 81,13
41,49
67,89 2,77
49,54
79,68 83,42
62,82
69,55 56,30
**, * Diferença significativa pelo teste F a 1 e 5%, respectivamente. ns Diferença não significativa pelo teste F a 5%. Médias seguidas de mesmas letras maiúsculas na coluna não diferem estatisticamente pelo teste Scott-Knott a 5% .
Os híbridos HIB 01, HIB 04, HIB 07, HIB 08,
HIB 09, HIB 12, HIB 14, HIB 17, HIB 18, e HIB 21 foram classificados como adaptados a ambos
ambientes (favoráveis e desfavoráveis) tanto pela interpretação de Scapim et al. (2010) quanto pela de Faria et al. (2010). Com os híbridos HIB 12 e HIB 18 apresentando desvios de regressão estatisticamente iguais a zero, conferindo maior estabilidade, e produtividade de grãos
estatisticamente superior, 5.684 e 5.829 kg ha- 1
respectivamente. Ou seja, quando não há disponibilidade de materiais específicos para cada ambiente pode-se optar por estes híbridos, pois
conforme Carvalho et al. (2000) e Vedruscolo et
al. (2001), a escolha do genótipo pode ser baseada na sua adaptação, previsibilidade e produtividade.
Correlaç ão
O valor da correlação entre a altura de inserção de espiga e Desvio foi significativo e positivo (R = 0,44* - Tabela 3). Dessa forma, híbridos com maiores valores de altura de inserção de espiga tenderam a ser menos estáveis. Nas demais
combinações entre as características agronômicas
com os parâmetros de adaptabilidade e estabilidade não foram observadas correlações significativas (Tabela 3), ou seja, a adaptação e
previsibilidade dos híbridos não apresentaram relações positivas ou negativas com o
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comportamento agronômico nas condições experimentais.
A correlação entre o Bi com Desvio e o R² obteve valor positivo e significativo (R = 0,43* e R = 0,52*, respectivamente – Tabela 3). Fato que está
de acordo com o reportado por Scapim et al.
(2010), em que o coeficiente de regressão somente diz respeito a adaptação dos genótipos aos
ambientes e não sobre a estabilidade.
Tabela 3. Correlação de Spearmam entre os parâmetros de adaptabilidade (Bi), estabilidade (Desvio), coeficiente de determinação (R²) e a s características avaliadas em 21 híbridos de milho
semeados em seis experimentos em Tocantins.
A correlação entre produtividade de grãos com a de espigas e altura de plantas apresentou valor significativo e positivo (R = 0,70** e R = 0,48*,
respectivamente – Tabela 3), ou seja, os híbridos
que produziram mais grãos foram aqueles que corresponderam a maiores alturas de plantas e
produtividade de espigas.
CONCLUSÕES
1. Os híbridos HIB 03 e HIB 16 foram os mais adequados no cultivo em ambientes desfavoráveis.
Em condições favoráveis os híbridos HIB 05, HIB 11 e HIB 20 foram os mais adequados. Os híbridos
HIB 12 e HIB 18 foram os mais adequados em ambos os ambientes.
PROD Bi Desvio R² 2. Os parâmetros de adaptabilidade e estabilidade
Bi -0,10 - - - dos híbridos não apresentaram correlações
Desvio 0,01 0,43* - - R² 0,12 0,52* -0,41* - AP 0,48* 0,06 -0,30 0,39 AE -0,01 -0,09 0,44* 0,34
NF 0,14 0,13 0,31 - 0,19 NGF 0,15 -0,24 -0,22 - 0,05
CE 0,36 0,01 -0,14 0,02 DE -0,04 0,13 0,12 - 0,06
P100 0,11 -0,04 -0,10 0,10 PHECT -0,13 -0,34 -0,33 0,01 PE 0,70** 0,06 0,04 0,12
*, **Diferença significativa pelo teste T a 5 e 1%, respectivamente. Produtividade de grãos (PROD), altura de plantas (AP), altura de espiga (AE), número
de fileiras de grãos (NF), número de grãos por fileira (NGF), diâmetro de espiga (DE), comprimento de espiga (CE), peso de 100 sementes (P100), peso hectolítrico (PHECT) e produtividade de espiga (PE) .
Foi observado valor negativo e significativo na
correção entre o Desvio e o R², que foi de R = - 0,41*, o que era esperado, pelo fato de que, quanto menor o valor do desvio da regressão, maior a
probabilidade dele não apresentar diferença
significativa de zero e, o genótipo ser considerado estável, o que também acontece quanto maior for o
valor do R².
Outro fato importante a se destacar, é que segundo Rocha et al. (2006) a correlação positiva e significativa entre o Bi e o R², indica que o desvio
da regressão pode ter sido o parâmetro de
estabilidade mais confiável. Neste caso, pode- se justificar, baseando-se na literatura, o uso
preferencial do desvio como parâmetro de previsibilidade dos híbridos frente ao R².
expressivas com as características relacionadas ao comportamento agronômico.
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Recebido: 09/09 /2012 Received: 09/09 /2012
Aprovado: 21/01/2013 Approved: 01/21/2013
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