Silva, A. C. S et al. 41
J. Biotec. Biodivers. v. 2, N.1: pp. 37-42, Feb. 2011
ocorrência de BSF, 294 (6,73%) apresentaram atividade positiva nas condições testadas. Para o grupo de Puraquequara, das 4600 amostras de raízes testados, 287 (6,24%) apresentaram amostras positivas quanto à solubilização de fosfato de cálcio e/ou alumínio. O grupo de Rio
Preto da Eva teve 12 (0,5%) amostras positivas das
2400 analizadas. Estes dois grupos de amostras foram coletados de locais distintos e mostram uma diversidade com relação à ocorrência de bactérias solubilizadoras de fosfatos (Tabela 3) em diferentes espécies de plantas e condições de solos na Amazônia.
Tabela 3. Relação do material biológico pesquisados por local de coleta.
Coletas N. de espécies N. de plantas Total de Amostras
amostras positivas
% positivas
Puraquequara 17 23 4600 287 6,24
Rio Preto da Eva 8 12 2400 12 0,50
Total 35 7000 294 6,74
Vários estudos (Ilmer et al., 1995; Kim et al., 1999; Silva Filho e Vidor, 2000; Silva Filho et al., 2002; Hara e Oliveira, 2004, 2005) evidenciam que a capacidade dos isolados de bactérias do solo solubilizarem o P-Ca está correlacionada com a diminuição do pH do meio pelos ácidos orgânicos. Os ácidos orgânicos secretados podem diretamente dissolver o fosfato mineral como resultado da troca de anion de PO 4 por anion ácido ou pode quelatar íons de Fe e Al associados com fosfatos.
Os resultados encontrados nas diferentes propriedades estudadas, nas duas localidades, mostraram que em algumas raízes de plantas foi possível obter resposta positiva para a ocorrência de BSF capazes de solubilizar tanto o P-Ca, quanto o P-Al. Porém, dentre as amostras positivas, somente as amostras das espécies cupuaçu, goiaba, abacate, biribá, cana e ingá apresentaram crescimento e solubilização de P-Al (Tabela 1 e 2). É muito provável que o efeito microbiano na rizosfera de plantas pode proporcionar uma resposta fisiológica positiva nas plantas hospedeiras, como a capacidade de solubilizar fosfatos inorgânicos, disponibilizando-os para as plantas (Silva Filho et al., 2002; Vessey, 2003). Assim, a avaliação de bactérias do solo a partir da avaliação “ in vitro ” da capacidade de solubilização de fosfatos pode proporcionar uma base segura para selecionar isolados de bactérias solubilizadoras de fosfatos efetivos. Porém, há a necessidade de se estudar o uso dessas bactérias como inoculantes, enfocando os mecanismos de sobrevivência em solos da região amazônica, para
que se possa selecionar isolados que possam solubilizar o fósforo insolúvel.
Dando continuidade ao processo de isolamento das BSF para uma posterior seleção das linhagens, principalmente das que apresentaram solubilização de fosfato de alumínio (crescimento em meio P- Al), evidenciando certa tolerância ao pH e Al tóxico encontrados nos solos regional, essas bactérias podem contribuir para o aumento da disponibilidade do P no solo. Além disso, levanta a possibilidade de que algumas dessas bactérias podem aumentar o pH da rizosfera, com conseqüente neutralização, parcial ou total, do Al tóxico e da acidez, de magnitude suficiente para alterar a habilidade das plantas para absorver o P a partir do solo. Esses resultados promissores mostram a necessidade de continuar e intensificar os estudos com BSF.
CONCLUSÕES
Os resultados obtidos nesse trabalho mostram que a presença de BSF varia com o local e espécies vegetais e com as condições do solo de onde foi realizada a coleta.
A ocorrência de bactérias solubilizadoras de fosfato de cálcio foi maior do que as que solubilizaram fosfato de alumínio.
RESUMO
Visando o conhecimento da ecologia de bactérias solubilizadoras de fosfato (BSF), o trabalho teve como objetivo avaliar a ocorrência de BSF nas raízes de plantas em propriedades nos municípios de Manaus e Rio Preto da Eva, Amazonas. As raízes foram cortadas em pedaços de 1cm e colocadas em placas de petri com