Monteiro, T. C. et al. 8
J. Biotec. Biodivers. v. 1, N.1: pp. 6-11, Nov. 2010
Figura 1- Esquema da retirada de corpos-de-prova para determinação da densidade básica e retratibilidade nos lenhos de tração (LT) e lenho oposto (LO) ao longo do raio nos discos de Eucalyptus .
A excentricidade da medula foi calculada obtendo os diâmetros de cada disco utilizando duas marcações ao longo da extensão diametral. O cruzamento entre as duas marcações foi considerado como o centro geométrico do disco e então obtido a distância da medula até este centro utilizando uma régua com precisão de 1 mm. Em seguida foi calculado a excentricidade da medula utilizado à seguinte equação:
Em que:
EXM = excentricidade da medula,
Lc = distância entre o centro geométrico e a posição real da medula (cm) e
dm = diâmetro médio do disco (cm).
Para determinar a densidade básica, as amostras foram colocadas em um dessecador com água, e aplicado 30 minutos de vácuo diariamente durante
duas semanas. Em seguida a densidade básica dos
corpos-de-prova de cada posição foi determinada de acordo com a norma ABNT NBR 11941/2003. Foi medida a contração radial, tangencial, e volumétrica, desconsiderando a contração no sentido longitudinal. Nas determinações lineares e volumétricas foram utilizados os mesmos corpos- de-prova usados para densidade básica. A contração radial e tangencial foi medida com paquímetro digital com precisão de 0,01 mm, em locais previamente estabelecidos e demarcados. As medidas foram realizadas com os corpos-de-prova saturados e secos em estufa (103 ± 2°C).
A determinação dos volumes para cálculo da contração volumétrica foi pelo método de imersão em mercúrio com as amostras saturadas e após secas em estufa.
Após a coleta dos dados, foi realizada a análise de variância utilizando o software Sisvar .
RESULTADOS E DISCUSSÃO
Os dados da Tabela 1 apresentam os valores para a excentricidade da medula e os valores médios da retratibilidade e densidade básica das árvores de Eucalyptus sp.
Tabela 1. Excentricidade da medula (EXM) e valores médios em porcentagem para contração tangencial (Tg), radial (Rd), volumétrica (Vol) e resultado médio do coeficiente de anisotropia (CA) e densidade básica (DB; g/cm³) para as quatro espécies de Eucalyptus.
Espécie EXM % Retratibilidade % DB g/cm³
Média Tg Rd Vol CA Média
Eucalyptus pilularis 16,67 10,18a 7,05a 18,09a 1,48b 0,696a Eucalyptus urophylla 8,39 10,43a 4,58b 16,20b 2,28a 0,571b Eucalyptus camaldulensis 4,26 9,10b 6,29a 16,05b 1,57b 0,663ab Eucalyptus maculata 6,98 10,35a 7,14a 18,13a 1,49b 0,750a
Os valores obtidos para excentricidade da medula indicam a presença de medula em todos os discos. No Eucalyptus pilularis nota-se um deslocamento mais acentuado da medula em relação às outras espécies, e no Eucalyptus camaldulensis o deslocamento menos acentuado. Estes valores estão superiores aos obtidos por Ferreira et al. (2008), quando avaliaram clones de Eucalyptus em terrenos de encosta leve e forte. A ocorrência da excentricidade da medula sugere a presença de lenho de tração (Simpson e Tenwolde, 1999; Ferreira et al.,2008).
A retratibilidade apresentou resultados próximos entre as espécies. Das quatro espécies analisadas, apenas uma diferiu estatisticamente para contração tangencial e radial e coeficiente de anisotropia. Duas espécies diferiram estatisticamente para contração volumétrica. Os resultados obtidos nestas espécies são superiores aos encontrados por Cruz et al. (2003), que avaliou clones de Eucalyptus urophylla e Eucalyptus camaldulensis com 5,5 e 10,5 anos, e encontraram valores médios para as contrações radial de 4,9%, para contração tangencial e de 8,9% e para contração volumétrica