Monteiro, T. C. et al. 10

J. Biotec. Biodivers. v. 1, N.1: pp. 6-11, Nov. 2010

Verifica-se que não ocorreu diferença significativa, em nível de 95% de probabilidade, entre os lenhos de tração e oposto para todas as propriedades avaliadas. Este comportamento também foi obtido por Ferreira (2007), que avaliou os lenhos de tração e oposto em clones de Eucalyptus com dois anos de idade, plantados em três diferentes topografias, não constatando também diferença significativa entre os lenhos para a densidade básica. Já para a contração volumétrica obteve diferença significativa para os clones plantados apenas na encosta forte. Já Sousa (2004), obteve diferença significativa entre os lenhos de tração e o lenho oposto, em um híbrido de Eucalyptus grandis , com quatro anos de idade, avaliando a densidade básica e a contração volumétrica.

No entanto o comportamento das propriedades

físicas entre os lenhos de tração e o lenho oposto

não apresentam comportamento definido. Conforme Ruelle et al. (2007), que avaliou a densidade básica do lenho de tração e oposto em dez espécies nativas da floresta tropical e em apenas cinco espécies foi obtido diferença significativa entre os lenhos. Das cinco espécies, três ( Ocotea guyanensis, Carapa procera, Qualea rosea ) apresentaram a densidade do lenho de tração maior que o lenho oposto e duas ( Miconia fragilis, Virola surinamensis ) apresentaram a densidade do lenho oposto maior que o lenho de tração.

Observando a tendência entre os lenhos de tração e oposto das quatro espécies de Eucalyptus , observa- se que não ocorreu comportamento definido entre os lenhos para as propriedades físicas avaliadas (Tabela 3).

Tabela 3. Valores médios dos lenhos de tração e lenho oposto das quatro espécies de Eucalyptus para a contração radial (Rd), contração tangencial (Tg), contração volumétrica (Vol), coeficiente de anisotropia (CA) e densidade básica (DB).

Espécie Lenho

Retratibilidade

CA

DB (g/cm³)

Tg (%) Rd (%) Vol (%)

Eucalyptus camaldulensis

Eucalyptus maculata

Eucalyptus pilularis

Eucalyptus urophylla

Oposto 8,9 5,6 15,7 1,6 0,671 Tração 9,3 7,0 16,4 1,5 0,657 Oposto 10,1 6,7 17,8 1,5 0,743 Tração 10,5 7,6 18,5 1,5 0,755 Oposto 10,1 7,6 19,0 1,3 0,714 Tração 10,3 6,5 17,2 1,7 0,686 Oposto 10,9 4,7 16,6 2,3 0,576 Tração 10,0 4,5 15,8 2,3 0,567

Observa-se para a contração tangencial, que três espécies apresentaram-se maiores no lenho de tração e apenas o E. urophylla apresentou contração 8,25% superior no lenho oposto. Para a contração radial e contração volumétrica duas espécies ( E. camaldulensis e E. maculata ) foram superiores no lenho de tração e as outras duas espécies foram superiores no lenho oposto. Para o E. camaldulensis a contração radial foi 20% superior no lenho de tração. No coeficiente de anisotropia duas espécies foram idênticas ( E. maculata e E. urophylla ) e as duas outras espécies não apresentaram comportamento semelhante

entre os lenhos. Sendo que para E. pilularis o coeficiente de anisotropia foi 23,5% superior no lenho de tração. Analisando a densidade básica apenas a espécie E. maculata apresentou aumento no lenho de tração tendo as outras três espécies apresentado aumento no lenho oposto.

RESUMO

A madeira de reação é formada na tentativa da árvore permanecer na posição vertical como reação à ação de forças como ventos, copa irregular ou inclinação do terreno que tendem a incliná-la. Em folhosas, como nos Eucalyptus, este tipo de madeira recebe o nome de madeira de tração e ocorre no lado da ação da força.