Monteiro, T. C. et al. 6
J. Biotec. Biodivers. v. 1, N.1: pp. 6-11, Nov. 2010
Vol. 1, N. 1: pp. 6-11, November 2010
Special Number
Journal of Biotechnology
and Biodiversity
Influência do lenho de tração nas propriedades físicas da madeira de Eucalyptus sp.
Thiago Campos Monteiro¹ , Renato Vieira da Silva², José Tarcísio Lima , Edy Eime Pereira Baraúna², Duam Matosinhos de Carvalho , Marcelle Teodoro Lima
¹Departamento de Ciências Florestais/Laboratório de Ciência e Tecnologia da Madeira; Universidade Federal de Lavras; 37200-000; Lavras- MG- Brasil. ²Curso de Engenharia Florestal; Universidade Federal do Tocantins; 77402-970; Gurupi – TO – Brasil.
ABSTRACT
The reaction wood is formed in an attempt to remain upright tree in response to the action of forces such as winds, irregular crown or slope of the land that tend to incline it. In hardwoods, as in Eucalyptus, this type of wood is called tension wood and occurs in the region of the stem facing the face of force application. Indicative of the presence of this type of wood is the high shrinkage and basic density compared to normal wood. Once the basic density and shrinkage are parameters for determining the quality of the wood, this study aimed to evaluate the variation of basic density and shrinkage of opposite and tension wood along the radius in four species of Eucalyptus sp. Four tree species Eucalyptus camaldulensis, Eucalyptus maculata, Eucalyptus pilularis and Eucalyptus urophylla, with 32 years of age, were taken from an experimental planting of the Federal University of Lavras. Specimens were made to represent the diametrical variation of the opposite of tension wood in disks cut at the dbh. The results indicate that the properties of radial, tangential and volumetric shrinkage, coefficient of anisotropy and basic density did not differ statistically between the tension and opposite wood.
Key words: Basic density, shrinkage, reaction wood, pith-bark direction
INTRODUÇÃO
As árvores são estruturas complexas como todos os seres biológicos e apresentam variações das propriedades anatômicas, físicas, mecânicas e químicas tanto no sentido longitudinal quanto no sentido radial. Para as propriedades físicas a variação no sentido radial é maior do que no sentido longitudinal (Cruz et al., 2003). A intensidade da variação no lenho da árvore ocorre, segundo Zobel e Jett (1995), devido aos fatores genéticos, ambientais e a interação entre estes dois fatores.
Entre os fatores ambientais responsáveis pelas modificações no lenho podem-se citar o clima, o solo, a topografia entre outros. Em árvores plantadas em encostas e susceptíveis a ação de ventos, estas tendem a formar um lenho diferenciado, denominado lenho de reação. Além destes fatores externos, a ocorrência de copa assimétrica na árvore, e a massa dos galhos tendem a provocar a formação deste lenho de reação. Trabalhos como Simpson e Tenwolde
(1999), apresentam que a formação deste tipo de lenho é freqüentemente associada à inclinação ou tortuosidade do fuste. Este trabalho também cita que o lenho de reação ocorre como uma resposta natural da árvore para retornar os seus membros ou fuste para a posição normal durante ou após a ação de forças.
Nas coníferas o lenho de reação é conhecido como lenho de compressão e nas folhosas, como os Eucalyptus , é chamado de lenho de tração. Geralmente o lenho de compressão ocorre do lado inferior do fuste inclinado e nas folhosas do lado superior do lenho inclinado (Simpson e Tenwolde, 1999). A ocorrência do lenho de reação é mais susceptível em algumas espécies do que em outras e as propriedades físicas, químicas e mecânicas deste lenho diferem do lenho normal (Green et al., 1999).
Uma forma de observar a presença do lenho de reação é o crescimento excêntrico da medula na tora, ou seja, o deslocamento da medula do seu centro geométrico sugere a presença do lenho de
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