Monteiro, T. C. et al. 9

J. Biotec. Biodivers. v. 1, N.1: pp. 6-11, Nov. 2010

de 13, 5%. Em trabalho utilizando Eucalyptus urophylla com 11 anos, originários da China, a contração radial apresentou valores entre 6,08 e 6,81%, a contração tangencial entre 9,26 e 10,25% (Yi-Qiang et al., 2006). Os valores elevados obtidos nas espécies de Eucalyptus deste trabalho, para contração radial, tangencial e volumétrica são indicativos da presença do lenho de reação. Pois a contração excessiva do lenho de tração está associada ao colapso na maioria das espécies (Panshin e De Zeeuw, 1980). E ainda Wardrop e Dadswell citado por Sousa (2004), encontraram várias explicações a respeito da alta contração no lenho de tração. Estes autores sugerem que a contração pode ser resultado de fissuras desenvolvidas nos espaços intercelulares e que podem ser atribuídas à presença da camada gelatinosa que é frouxa, e devido à natureza higroscópica da camada gelatinosa, que sofre mudanças dimensionais ao secar.

Os coeficientes de anisotropia ficaram classificados como excelente (de 1,2 até 1,5; para utilização nobre em móveis e outros artefatos) para as espécies E. pilularis e E. maculata ; como normal (1,5 até 2,0) para E. camaldulensis e ruim (2,0 ou mais) para E. urophylla (Durlo e Marchiori, 1992). Estes resultados estão próximos dos obtidos por

Cruz et al. (2003), que encontraram para o coeficiente de anisotropia resultado médio igual a 1,91.

A elevada densidade básica (Tabela 2) pode ser em função da idade das árvores e também um dos indicativos do lenho de reação na madeira estudada. Em madeiras de Eucalyptus sem o relato de lenho de tração a densidade básica para Eucalyptus urophylla varia entre 0,437 e 0,577 g/cm³ e para Eucalyptus camaldulensis varia entre 0,467 e 0,501 g/cm³ (Cruz et al., 2003); em Eucalyptus urophylla com 11 anos originários da

China estes valores foram de 0,47 g/cm³ (Yi-Qiang et al., 2006).

A Figura 2 apresenta a variação da densidade básica (g/cm³) ao longo do lenho de tração e do lenho oposto para as quatro árvores.

Figura 2- Comportamento da densidade básica (DB em g/cm³) no setido transversal nos lenhos oposto (O2 até O14) e de tração (T2 até T22) para as quatro árvores de Eucalyptus.

Nota-se que a densidade básica aumenta no sentido medula casca tanto no lenho de tração quanto no lenho oposto, tendo em algumas espécies um decréscimo próximo à casca. Este comportamento do aumento da densidade básica no sentido medula casca é descrito na literatura por diversos autores (Panshin e De Zeeuw, 1980; Tomazello Filho, 1985; Cruz et al., 2003; Ferreira, 2007).

A Tabela 2 apresenta o resumo da analise de variância comparando os lenhos de tração e oposto para as contrações radial, tangencial e volumétrica, para o coeficiente de anisotropia e para a densidade básica (Tabela 2).

Tabela 2. Resumo da análise de variância da contração radial (Rd), contração tangencial (Tg), contração volumétrica (Vol), coeficiente de anisotropia (CA) e densidade básica (DB) dos lenhos de tração e oposto das quatro espécies de Eucalyptus

Fonte de variação GL

Rd Tg Vol CA DB QM QM QM QM QM

Lenho 1 1,0616

ns

0,1571

ns

0,7397

ns

0,0188

ns

0,0015

Erro 63 4,5415 1,4571 3,1290 0,1908 0,0144 Total corrigido 64

Em que: ns – não significativo a 5%.