Freitas, G. A. et al. 61

Vol. 3, N. 1: pp. 61-67, February, 2012 ISSN: 2179- 4804

Journal of Biotechnology and Biodiversity

Adubação orgânica no sulco de plantio e sua influência no desenvolvimento do sorgo

Organic manuring the furrow its influence the development of sorghum

Gilson Araujo de Freitas1*, Cintia Ribeiro de Sousa1, Aristóteles Capone1, Flávio Sérgio Afférri1, Aurélio Vaz de Melo1 e Rubens Ribeiro da Silva 1

1Departamento de Agronomia; Universidade Federal do Tocantins; 77402-970; Gurupi - TO - Brasil.

ABSTRACT

In the last years the sorghum production in Brazil has increased so much, as consequence of the expansion of the planted area and productivity increments. However, studies of the organic manuring on the development of the culture are still incipient. In that way, it was aimed at to evaluate the effect of the applied organic manuring in the planting furrow in the development of plants of Sorghum bicolor. The experiment was droven in randomized blocks design, with six repetitions, being the hybrid of grain sorghum A9735R submitted to eight treatments: 0, 10, 20, 30,

40, 50 and 60 t ha-¹ of organic fertilizer applied in the planting furrow and 500 kg ha-1 of the formulation 04-14-08

+ Zn. The concentrations of organic manuring in the planting furrow provided differences among the treatments.

Being observed that you plant submitted to the doses 40 to 60 t ha-¹ organic manuring presented better vegetative acting for the appraised parameters. The largest answer of growth of the stem was what received 40 t ha-¹ of

organic manuring.

Key-words: Organic agriculture, agroecology, Sorghum bicolor, sustainability

INTRODUÇÃO

O sorgo (Sorghum bicolor L. Moench) é uma planta com altas taxas fotossintéticas que pode ser cultivada em quase todo território nacional. Esta

cultura é de enorme utilidade em regiões muito quentes e muito secas, onde culturas como o milho, não atinge o máximo em produtividade de

grãos ou de forragem (Molina et al, 2000).

Quinto cereal mais cultivado no mundo, é utilizado principalmente na alimentação animal e como matéria-prima para a produção de álcool

anidro, bebidas alcoólicas, tintas e vassouras. Porém, a produtividade média de sorgo no Brasil ainda é considerada baixa, girando em torno de

2.276 kg ha-1 de grãos. Dentre os principais fatores

responsáveis pela baixa produtividade nas áreas

destinadas à produção dessas plantas destacam-se as precipitações irregulares, a fertilidade do solo e

as baixas aplicações de fertilizantes (Aguiar et al., 2007). Caracteriza-se também como uma cultura

que responde à calagem e à adubação com macronutrientes (Alvarez Venegas et al., 1978).

Bulluck et al. (2002), afirmam que compostos orgânicos usados como melhoradores alternativos da fertilidade do solo, podem resultar em

incremento da matéria orgânica e atividade biológica do solo visando não só à melhoria das propriedades físicas e químicas do solo (Costa et

al., 2001) também à redução das quantidades de adubos químicos que são aplicados para as plantas (Ricci et al., 1995).

O sistema de manejo do solo adequado favorece o desenvolvimento radicular e a absorção de nutrientes e, por conseguinte, o desenvolvimento das plantas (Arf et al., 2002). Dentre esses

sistemas, o manejo orgânico tem apresentado diversas vantagens. Para Hoffman (2001), os benefícios no uso de estercos animais podem ser

assim elencados: melhorias nas propriedades físicas do solo e no fornecimento de nutrientes;

________________________________________________________________ ________

Author for correspondence: araujoagro@hotmail.com

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https://doi.org/10.20873/jbb.uft.cemaf.v3n1.freitas

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aumento no teor de matéria orgânica, melhora n a infiltração da água bem como também aumento n a capacidade de troca de cátions. Corretame nte

manejados e utilizados, revertem-se em fornecedores de nutrientes para a produção de alimentos e melhoradores das condições físicas, químicas e biológicas do solo.

A utilização de resíduos orgânicos animais como fonte de nutrientes para diferentes cad eias produtivas de vegetais representa alternativas

eficientes que visam à diminuição ou eliminação da dependência dos fertilizantes químicos e aumento da segurança ambiental. Segundo Konzen e Alvarenga (2005) se verificou que a adubação

orgânica, utilizando estercos de suínos, aves e bovinos constituem fertilizantes eficientes na produção de milho, tanto para grãos quanto para

forragem. De acordo com Malavolta et al. (2002) quimicamente, a adubação orgânica é importante fonte de nutrientes, especialmente N, P, K e

micronutrientes, sendo a única forma de armazenamento de N que não volatiliza e, ainda, responsável por 80% do fósforo total encontrado no solo.

No entanto, prejuízos aos vegetais, decorrentes da adição de grandes quantidades de adubos orgânicos, podem ser ocasionados por diversos

fatores, entre os quais: diminuição no suprimento de oxigênio, estresse hídrico (Guenzi et al., 1978), e presença de quantidades tóxicas de amônia e de

sais, principalmente os de potássio (Santos et al., 1981).

Regiões de clima tropical e subtropical apresentam

predominância de solos muito intemperizados, com baixos conteúdos de matéria orgânica e

nutrientes disponíveis (Brady, 1989). Essas

condições são comumente encontradas na região sul de Tocantins, tornando o uso agrícola de

resíduos orgânicos, como o esterco de gado, um recurso vantajoso que tem sido recomendado por proporcionar benefícios agronômicos, como

elevação do pH do solo (Silva et al., 2001), redução da acidez potencial e aumento na disponibilidade de macronutrientes (Berton et al.,

1997), além de representar um benefício de ordem social, pela disposição final menos impactante do resíduo no ambiente.

Assim, objetivou-se com esse trabalho, avaliar o efeito da adubação orgânica aplicada no sulco de plantio no desenvolvimento de plantas de Sorghum bicolor.

MATERIAL E MÉTODOS

O presente estudo foi conduzido na área

experimental da Universidade Federal de Tocantins (UFT), Campus Universitário de

Gurupi, localizado na região sul do estado do

Tocantins, a 280 m de altitude, nas coordenadas 11°43’45” de latitude sul e 49°04’07” de longitude

oeste. Segundo a classificação climática de Köppen (1948), o clima regional é do tipo B1wA’a’ úmido com moderada deficiência

hídrica. A temperatura média anual é de 29,5 °C, com precipitação média anual de 1804 mm.

O experimento foi conduzido em delineamento de blocos ao acaso, com seis repetições, sendo o

híbrido de sorgo granífero A 9735R submetido a oito tratamentos: 0, 10, 20, 30, 40, 50 e 60 t ha-1 de

adubo orgânico aplicados no sulco de plantio e 500 kg ha-1 da formulação 04-14-08 + Zn também

no sulco. A adubação de cobertura foi realizada

aos 35 dias após a emergência das plântulas de acordo com a necessidade da cultura e análise do

solo. O adubo orgânico (esterco bovino cu rtido)

foi aplicado diretamente no sulco de plantio e levemente incorporado ao solo.

O solo utilizado no experimento apresentou as

seguintes características químicas: pH (H2O) - 5,2; Matéria Orgânica – 2,1% ; Cálcio – 2,1 cmolc dm - 3; Magnésio – 0,4 cmolc dm-3; Potássio - 18,0 mg kg-1; Fósforo – 5,0 mg kg1. O esterco utilizado foi

oriundo da estação de tratamento de resíduos da bovinocultura da COOPERFRIGU (Cooperativa

dos Produtores de Carne e Derivados de Gurupi –

TO) e apresentou: pH (CaCl2) - 6,9; Matéri a Orgânica – 7,3% ; Cálcio – 4,0 cmolc dm-3 ; Magnésio – 2,3 cmolc dm-3; Alumínio – 0,0 cmol c

dm-3; Hidrogênio + Alumínio – 0,4 cmolc dm-3 ; Potássio – 103,1 mg L-1; Fósforo – 683,0 mg L-1, e Sódio – 33,8 mg L-1 .

O plantio do híbrido de sorgo granífero A 973 5R

foi em Latossolo Vermelho Amarelo distrófico. Foram distribuídas sementes de sorgo diretamente

sobre o esterco, em parcelas de dois metros

lineares, com o objetivo de obter uma população de 200.000 plantas por hectare. Foram distribuídas

160 sementes de sorgo por parcela de dois metros de comprimento com espaçamento de um metro entre linhas e entre plantas de cinco centímetros.

O desbaste foi efetuado aos sete dias após a emergência das plântulas deixando-se o equivalente a 20 plantas por metro linear. Logo

após, foram iniciadas as avaliações de altura, diâmetro e número de folhas. As análises foram realizadas semanalmente durante o ciclo da cultura

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até a colheita e ao final foram coletadas as outras variáveis.

Os parâmetros avaliados foram: Altura de pl anta adulta, Altura de Plantas com Cacho (APCC),

Altura de Plantas sem Cacho (APSC), Diâmetro do Colmo (DC), Diâmetro Médio do Colmo (DMC), Diâmetro da Panícula (DP), Número de

Folhas (NF), Área Foliar (AF), Massa Verde da Planta (MVP), Peso da Panícula (P P), Comprimento da Panícula (CP), Numero de

Espiguetas (NE).

Para avaliação de altura de planta, diâmetro do colo e número de folhas foram avaliadas dez plantas em cada parcela semanalmente durante

todo ciclo da cultura. A altura da planta foi considerada desde o colo até o ápice de cada planta e para o diâmetro do colo foi tomado a 3 cm

do solo. Para as avaliações das outras variáveis, os dados foram obtidos ao final do experimento. No caso da produção de espiguetas, foram avaliadas

em cinco plantas por parcela. Não foi realizar a colheita do sorgo, devido à alta população de maritacas, que consumiu praticamente toda produção de grãos.

Os parâmetros avaliados foram analisados estatisticamente, com base nas recomendações encontradas em Gomes (1990). As médias foram

comparadas através do teste de Tukey a 5% de probabilidade.

RESULTADOS E DISCUSSÕ ES

No estádio inicial de crescimento das plantas de sorgo, observou-se que o tratamento que recebeu a

dose de 50 t ha-¹ de adubação orgânica no sulco de plantio e adubação química obtiveram melhores desempenhos para a característica altura de planta,

diferenciando-se estatisticamente dos outros tratamentos (a=9,47 e a=9,25, respectivamente). Entretanto, ao longo do período de avaliação, observou-se que as respostas das plantas de sorgo

submetidas ao tratamento com adubação química não se manteve. Essas apresentaram menor velocidade de crescimento (b=2,41), não diferindo,

por exemplo, controle ( b=2,51). A dose que

proporcionou maior resposta na velocidade de crescimento das plantas de sorgo foi a de 60 t ha- ¹

de adubação orgânica (b=2,71) diferenciando- se

estatisticamente dos demais tratamentos com exceção da dose 40 t ha-¹ de adubação orgânica

(b=2,60) (Tabela 1).

Considerando os resultados obtidos com a

adubação química pode-se inferir que, diferentemente da adubação orgânica, esta poderia

ter disponibilizado os nutrientes para as plantas de

forma mais imediata, proporcionando maior arranque no início do crescimento das plantas. Já

os tratamentos submetidos à adubação orgânica

responderam de forma mais gradual ao longo do ciclo vegetativo da cultura, que pode ter ocorrido

em função da liberação dos nutrientes não ser tão rápida quanto na adubação química. Entretanto, podem suprir as carências nutricionais das plantas

por um período de tempo maior do que a adubação química.

Tabela 1. Altura de planta, diâmetro de colmo e número de folhas de plantas de sorgo granífero (Sorghum bicolor) aos trinta dias após emergência submetidos a concentrações de adubação orgânica (A.O.) no sulco de plantio no município de Gurupi - TO.

Tratamentos

Altura de planta (cm) y = a + bx

Diâmetro de colmo (mm) y = a + bx

Número de folhas y = a + bx

a b r² a b r² a b r²

0 t ha-¹ A.O. -1,38e 2,51ab 0,995a 2,59b 0,31abc 0,936a 4,93cd 0,13a 0,997 ª

10 t ha-¹ A.O. -0,42de 2,50ab 0,993b 2,49ab 0,31c 0,930a 5,09cd 0,12a 0,985 ª

20 t ha-¹ A.O. 2,88cde 2,47b 0,995a 3,39ab 0,29c 0,897a 4,92d 0,13a 0,980 ª

30 t ha-¹ A.O. 4,07bcd 2,54ab 0,99ab 3,12ab 0,31bc 0,913a 5,03bcd 0,13a 0,980 ª

40 t ha-¹ A.O. 5,47abc 2,6ª 0,99ab 3,18ab 0,35ª 0,897a 5,38ab 0,13a 0,974 ª

50 t ha-¹ A.O. 9,47ª 2,46b 0,985ab 3,63a 0,34ab 0,849a 5,51ab 0,13a 0,993 a

60 t ha-¹ A.O. 0,37abc 2,71ª 0,885b 3,57ab 0,33bc 0,883a 5,72a 0,12a 0,978 a

500 k ha-¹ NPK 9,25ab 2,41b 0,992a 4,18a 0,29bc 0,907a 5,33abc 0,12a 0,965 a

Média seguidas pela mesma letra nas colunas não diferem estatisticamente ao nível de probabilidade de 5% pelo teste de Tukey.

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Para Rolas (1994), os nutrientes presentes no Desta forma, seja pela absorção de nutrientes

adubo orgânico também podem ser importantes ou por proporcionar um microclima

disponibilizados de forma imediata à planta , contribuindo para o seu desenvolvimento, uma vez

que parte do N contido nesses materiais está na forma mineral, comportando-se semelhantemente ao N contido nos fertilizantes minerais,

concordando com os resultados aqui encontrados. Ainda reforça que todo o potássio aplicado com o adubo orgânico comporta-se como mineral desde a

aplicação e não precisa sofrer a ação dos microorganismos.

Além disso, segundo Malavolta et al., (1997), a

utilização de matéria orgânica no solo promove mudanças nas suas características físicas, químicas

e biológicas, pois melhora a estrutura do solo,

aumenta a capacidade de retenção de água e a aeração, permitindo maior penetração e

distribuição das raízes. Pois, quimicamente, a

matéria orgânica é a principal fonte de macro e micronutrientes, que são importantes no

desenvolvimento e produção das plantas.

Com relação ao diâmetro do colmo, foi observado

que os tratamentos influenciaram de forma semelhante à característica altura de planta (Tabela

1), sendo que, neste caso, o tratamento que

proporcionou maior resposta de crescimento do colmo foi o que recebeu 40 t ha-¹ de adubação

orgânica (b=0,35, p<=0,05).

Considerando que não houve restrição na disponibilidade de agua no solo, a baixa

capacidade da adubação química em manter o solo úmido que pode ter afetado a absorção de água pelas plantas submetidas a esse tratamento,

levando a perda de turgescência celular, o que deve ter promovido o fechamento estomático, redução na assimilação de CO2 e inibição do processo fotossintético. (Larcher, 1986; Taiz e Zeiger, 1998) afetando, assim, o crescimento do colmo, uma vez que este tem papel importante no acúmulo de reservas da planta.

no solo favorável ao desenvolvimento cultura, a adubação orgânica se mostra eficiente quando

aplicada no sulco de plantio e principalmente nas doses de 40, 50 e 60 t ha-¹, tanto para a altura quanto para o diâmetro de colmo das plantas. Silva

et al., (2005), afirma que essas características estão relacionadas ao rendimento sorgo e Zago (1992) ressalta que os sorgos mais altos apresentam

maiores rendimentos de matéria seca. Aspectos como germinação, altura de plantas, diâmetro do colmo, e ângulo foliar são características essenciais utilizadas no intuito de selecionar

variedades ou cultivares adaptadas a cada região, assegurando, uma boa produtividade.

As doses de adubação orgânica aplicadas no sulco de plantio proporcionaram diferenças estatísticas

apenas nas avaliações iniciais, quando o número

de folhas emitidas pelas plantas foi maior nos

tratamentos que receberam adubação química e 40, 50 e 60 t ha-¹ de adubação orgânica (a= 5,33; 5,38 ;

5,51 e 5,72, respectivamente). Desta forma, os

resultados se mostram semelhantes aos encontrados para as características altura de planta

e diâmetro do colmo, com exceção da velocidade

de respostas aos tratamentos, onde não houve diferenças significativas (Tabela 1 ).

Foi observado que houve diferença significativa

para a característica altura de planta com cacho

(APCC). Os tratamentos que proporcionaram as maiores APCC foram 40, 50 e 60 t ha-¹ de adubo

orgânico no sulco (Tabela 2). Enquanto as

menores alturas foram observadas nos tratamentos com doses 0 e 10 t ha-¹ de adubo orgânico no

sulco. Comparando altura de planta com cacho

(APCC) e altura de planta sem cacho (APSC ) verifica-se que as diferenças significativas

ocorreram em função do tamanho do cacho, isso porque a APCC é a soma de APSC com tamanho do cacho (TC), que separados não mostraram

diferenças significativas.

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Tabela 2. Altura da planta com cacho (APCC), altura da planta sem cacho (APSC), tamanho do cacho (TC), diâmetro de panícula (DP), peso de panícula (PP), e número de espiguetas (NE) de sorgo granífero submetidos a diferentes concentrações de adubação orgânica (A.O.) no sulco de plantio no município de

Gurupi - TO.

Tratamentos APCC (cm) APSC (cm) TC DP PP NE

0 t ha-¹ A.O. 143 b 110 a 33,5 a 41,6 a 17,6 a 59,5 a

10 t ha-¹ A.O. 141 ab 108 a 33,1 a 42,8 a 17,6 a 60,5 a

20 t ha-¹ A.O. 145 ab 109 a 35,6 a 43,6 a 18,0 a 58,5 a

30 t ha-¹ A.O. 145 ab 111 a 34,1 a 44,7 a 18,3 a 60,3 a

40 t ha-¹ A.O. 146 a 112, a 34,5 a 46,8 a 19,3 a 61,5 a

50 t ha-¹ A.O. 147 a 112 a 34,6 a 43,7 a 18,1 a 60,8 a

60 t ha-¹ A.O. 146 a 111 a 34,8 a 47,7 a 20,5 a 58,5 a

500 kg ha-¹ NPK 146 ab 111 a 34,8 a 43,2 a 19,8 a 61,0 a

MÉDIA 145 110 34,4 44,1 18,8 60,0

CV(%) 1,75 3,03 6,12 9,98 14,6 5,45

Média seguidas pela mesma letra nas colunas não se diferem estatisticamente ao nível de probabilidade de 5% pelo teste de Tukey

Apesar de não ter ocorrido diferenças significativas entre os tratamentos, foi observado

que as doses 0 e 10 t ha-¹ de adubo orgânico no

sulco, apresentaram os menores valores para os parâmetros Altura de Plantas com Cacho,

Diâmetro do Colmo, Diâmetro da Panícula e Peso da Panícula . Desta forma pressupõe que as doses de até 10 t ha-¹ de adubação orgânica não são

suficientes para que a planta tenha um bom

superiores aos demais tratamentos, e aquelas submetidas às doses de 0 e 10 t ha-¹ serem

inferiores (Tabela 3). Apesar dessas diferenças, os

dados não foram estatisticamente significativos, com exceção do DMC, em que as plantas submetidas a dose de 40t ha-¹ obtiveram maiores valores para essa característica. A dose 40 t ha-¹ de

adubação orgânica proporcionou maior área foliar das plantas, e, embora essa diferença não tenha

desenvolvimento dessas características. sido significativa estatisticamente, foi suficiente

Fisiologicamente a planta pode ter acumulad o menos reserva, resultando em menor altura e

menor translocação de fotoassimilados aos órgãos reprodutivos. Os nutrientes têm funções essenciais e específicas no metabolismo das plantas. Dessa

forma, quando um dos nutrientes essenciais não está presente em quantidades satisfatórias ou em condições que o tornem pouco disponível, a sua

deficiência nas células promove alterações no seu metabolismo, reduzindo o desenvolvimento das plantas (Taiz e Zeiger, 2004).

Com relação ao Diâmetro Inferior do Colmo (DIC), Diâmetro Médio do Colmo (DMC), Área Foliar (AF) e Massa Verde da Planta (MVP) , houve tendência das plantas submetidas à dose de

40 t ha-¹ de adubo orgânico no sulco, serem

para influenciar o diâmetro do colmo, pois de acordo com Taiz e Zeiger (1998) sendo a folha a

parte da planta de maior taxa fotossinteticamente ativa, esta pode conferir maior diâmetro de caule devido à maior quantidade de fotoassimilados

acumulados durante o ciclo, resultando então numa maior quantidade de massa verde.

Alvim et al, (2003) relatam que além da necessidade da planta ser adaptada as condições

climáticas da região o seu potencial forrageiro é

maximizado quando a fertilidade do solo atende as suas exigências, neste sentido a adubação orgânica

é essencial, para garantir o crescimento das plantas, pois é uma adubação completa em termos nutricionais de praticamente todos os elementos

que a planta necessita.

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Tabela 3. Diâmetro Inferior do Colmo (DIC), Diâmetro Médio do Colmo (DMC), Área foliar (AF), e Massa Verde da Planta (MVP) de sorgo granífero submetidos a diferentes níveis de adubação orgânica (A.O.) no sulco de plantio no município de Gurupi - TO.

Tratamentos DIC (mm) DMC (mm) AF (mm2) MVP (t ha- ¹)

0 t ha-¹ A.O. 14,44 a 14,5 ab 502,969 a 20,620 a

10 t ha-¹ A.O. 14,02 a 13,83 b 471,597 a 20,380 a

20 t ha-¹ A.O. 14,05 a 14,66 ab 489,325 a 20,653 a

30 t ha-¹ A.O. 14,89 a 15,16 ab 490,571 a 21,593 a

40 t ha-¹ A.O. 16,1 a 16 a 526,168 a 23,020 a

50 t ha-¹ A.O. 14,91 a 15,33 ab 503,119 a 22,086 a

60 t ha-¹ A.O. 15,34 a 16,16 a 489,080 a 22,373 a

500 kg ha-¹ NPK 14,61 a 14,66 ab 492,239 a 23,026 a

MÉDIA 14,79 15,04 495,633 21,719

CV(%) 7,71 7,65 7,41 10,344

Médias seguidas pela mesma letra nas colunas não se diferem estatisticamente ao nível de probabilidade 5% pelo teste de Tukey .

Desde que a estrutura de uma folhagem pode ser um importante fator para determinar a produtividade de uma comunidade vegetal, a

avaliação cuidadosa da área foliar é sem dúvida fator que auxilia na tomada de decisão para se eleger uma cultivar mais produtiva (Magalhães ,

1979). O significado deste parâmetro resume-se na premissa que materiais mais produtivos, possuem uma maior facilidade em manter uma área foliar por um maior período, possibilitando um melhor

desempenho do aparato fotossintético.

CONCLUSÃO

Mesmo em doses alevadas de adubo orgânico, não foi observado fitotoxidez nas plantas de sorgo granifero. Ao contrario, se mostra eficiente quando

aplicada no sulco de plantio nas doses de 40, 50 e 60 t ha- ¹.

RESUMO

Nos últimos anos a produção de sorgo no Brasil cresceu tanto, como consequência da expansão da área plantada e incrementos de produtividade. No entanto, os estudos sobre a adubação orgânica sobre o desenvolvimento da

cultura ainda são incipientes. Desta forma, foi destinado a avaliar o efeito da adubação aplicada orgânico no sulco no desenvolvimento de plantas de sorgo. O experimento foi droven em delineamento de blocos casualizados, com seis repetições, sendo o híbrido de sorgo A9735R submetidos a oito tratamentos: 0, 10, 20, 30, 40, 50 e 60 t ha-¹ de fertilizante orgânico aplicado no sulco de plantio e 500 kg ha-1 da formulação 04-14 - 08 + Zn. As concentrações de adubação orgânica no sulco de plantio apresentou diferenças entre os tratamentos. Sendo observado que você planta apresentada às doses de 40-60 t ha-¹ adubação orgânica

apresentou melhor atuação vegetativo para os

parâmetros avaliados. A maior resposta de crescimento do caule foi o que recebeu 40 t ha-¹ de adubação orgânica.

Palavras-chave: Agricultura orgânica, agroecologia, Sorghum bicolor, sustentabilidade

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