Rotili, E. A., et al.

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J. Biotec. Biodivers. v. 5, N.2: pp. 162-167, Fev. 2014

INTRODUÇÃO

A análise econômica tem como objetivo auxiliar os agricultores na tomada de decisão, sobretudo no que se refere ao que cultivar e como cultivar (Zanatta et al. 1993). Ao comparar a receita média ou o preço com os custos totais médios, obtém-se a análise econômica da atividade por unidade produtiva, identificando a lucratividade do empreendimento. No caso da análise operacional, ao comparar-se a receita média ou o preço com os custos operacionais, tem-se o conceito de resíduo ou margem (líquida ou bruta) de cada unidade produzida (Castro et al. 2006; Reis, 2002). Para Reis (2002) só haverá lucro econômico na atividade produtiva se o preço do produto ou receita média for maior que o custo unitário de produção. Neste caso, o bem produzido proporciona um retorno que supere os custos alternativos, que é a remuneração ao capital e ao trabalho empregados na atividade. O nitrogênio é o nutriente exigido em maior quantidade pela cultura do milho, influenciando a resposta em produtividade de grãos, mas também onerando o custo de produção, o que, muitas vezes, determina a tomada de decisão quanto à dose, fonte e forma de aplicação (Cruz et al. 2008; Melo et al. 2011; Duete et al. 2009). Os fertilizantes nitrogenados podem representar 75% dos custos da adubação do milho, o que corresponde a cerca de 40% dos custos de produção da cultura (Lima, 2010). Para Carvalho et al. (2012) deve-se levar em consideração o uso racional dos recursos em termos de sustentabilidade ambiental, evitando desperdícios e contaminação do meio ambiente. O incremento na produtividade de grãos envolve diversos fatores, destacando-se entre eles, a escolha correta de uma cultivar para o manejo em uma determinada região (Oliveira et al. 2012). No Brasil, a utilização de híbridos está associada ao tamanho da propriedade, à renda per capita do produtor, à infraestrutura e ao investimento em tecnologia; a escolha de híbridos pode estar associada ao preço das sementes (Rosinha, 2000).

A produção de sementes híbridas de milho é um dos avanços tecnológicos desenvolvidos para essa cultura, e a escolha adequada do híbrido torna-se fundamental para a obtenção de altas produtividades e em consequência elevada lucratividade das lavouras (Santos et al. 2002). Sangoi et al . (2004) encontraram influência da cultivar em relação à rentabilidade dos sistemas de produção, quanto ao nível de manejo. Os híbridos simples são potencialmente mais produtivos que os demais, apresentando maior uniformidade de plantas e espigas, porém são também os mais onerosos. Os híbridos triplos são uniformes e seu potencial produtivo é intermediário entre os híbridos simples e duplos. O mesmo ocorre com o preço de suas sementes. Os híbridos duplos são mais variáveis em características da planta e espiga que os simples e triplos. O custo da semente dos duplos é mais baixo que o preço da semente dos simples e triplos (Junqueira e Morabito, 2006).

É de grande importância o conhecimento dos diferentes tipos de genótipos, quanto ao melhoramento/biotecnologia envolvida, que utilizem eficientemente os nutrientes, uma vez que os fertilizantes estão entre os itens mais onerosos no sistema de produção de milho (Ceccarelli, 1996). Os diversos híbridos e variedades requerem quantidades diferentes de nitrogênio, de acordo com seu potencial de produtividade (Fernandes e Buzetti, 2005). Dessa forma, este trabalho teve como objetivo estimar os resultados econômicos de diferentes tipos de híbridos de milho, no Estado do Tocantins.

MATERIAL E MÉTODOS

Os experimentos foram realizados em seis ambientes no Estado do Tocantins, os quais foram constituídos pela combinação entre município, data de semeadura e dose de adubação nitrogenada em cobertura, conforme Tabela 1, avaliando-se híbridos comerciais de milho agrupados em Híbrido Simples (HS), Híbrido Simples Modificado (HSM), Híbrido Triplo (HT) e Híbrido Duplo (HD).