Souza, S. A., et al.
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J. Biotec. Biodivers. v. 5, N.2: pp. 130-139 May 2014
ponto de resultar em redução do espaço que poderia ser convertido em produtividade de grãos, possibilitam melhor qualidade do produto final e a otimização da colheita mecanizada (Silva et al., 2000; Salgado et al., 2012).
Com relação ao número de vagens por planta (Tabela 2), os genótipos demonstraram o mesmo comportamento observado para as características anteriores, sendo também classificados em um único grupo estatístico, com valores que variaram de 5 a 13,4 vagens por planta. Salgado et al. (2011), avaliando o comportamento de 14 genótipos de feijão no período da entressafra encontraram médias variando entre 14,44 e 41,66 vagens por planta. A ocorrência de mela na maior parte de desenvolvimento da planta pode ter sido um fator decisivo na formação de vagens, pois essa parte da planta também é afetada pela doença. Para a característica número de grãos por vagem (Tabela 2), observou-se a formação de dois grupos estatísticos, sendo o de maiores médias composto por cinco genótipos (BRS-7762 Supremo, BRS- Esplendor, CNFP-101104, CNFP-10762 e CNFP- 10794) que obtiveram médias variando entre 4,5 a 5,2 grãos por vagem. Esta divisão dos genótipos em dois grupos evidencia a existência de variabilidade genética entre os genótipos avaliados. Salgado et al. (2011) avaliando o comportamento do feijoeiro no período da entressafra, encontraram valores variando entre 7,48 e 12,42 grãos por vagem, superiores aos encontrados nesse estudo. Oliveira et al. (2012) em trabalho com estresse de fósforo no feijoeiro encontraram menores valores, com média de 3,4 grãos por vagem.
Com relação a massa de cem grãos (Tabela 2), os genótipos BRS-Estilo, BRS-Majestoso, CNFS- 10429, BRS-Ametista, CNFP-10762 e CNFP- 10794 formaram o grupo de maiores massas com médias variando de 19,8 a 24,3 g. Oliveira et al. (2012) em condições de estresse de adubação fosfatada observaram maior variação (17,15 a 30,0 g), da mesma forma, Salgado et al. (2011) também encontraram amplitude maior em estudo de comportamento na entressafra, com massas de cem grãos variando entre 27,16 e 39,13 g.
Os oito genótipos restantes compuseram o segundo grupo estatístico, que obtiveram menor massa. Essas menores massas observadas são conseqüências do efeito da doença, que ocasionou má formação dos grãos e consequentemente redução nas massas.
Para a característica produtividade de grãos (Tabela 2), os genótipos foram classificados em três grupos. O grupo mais produtivo foi composto pelos genótipos CNFP-10794 e CNFP-10762 que obtiveram produtividades de 621,3 e 745,2 kg ha , respectivamente. Considerando a incidência da doença, estas produtividades são consideradas satisfatórias, pois demonstram algum grau de tolerância a mela, e também estão próximas da média nacional estimada para cultivo da safra 2012/2013 que é de 644 kg ha de acordo com a Conab (2013).
O grupo menos produtivo foi composto por seis genótipos (Pérola, BRS-Estilo, BRS-Notável, CNFC-10467, BRS-Ametista e CNFP-10729) que obtiveram rendimentos inferiores a 148 kg ha (Tabela 2). Estes baixos rendimentos são consequência do efeito da severidade da mela nas plantas. Resultados semelhantes foram obtidos por Fiallos (2011), que em avaliação dos danos causados pela mela no feijoeiro, encontrou redução de mais de 50% na produção com aumentos na severidade da doença.
Analisando a severidade da mela (Tabela 2), observou-se que os genótipos foram classificados em dois grupos estatísticos. O grupo onde o efeito da mela foi menos severo foi composto pelos genótipos BRS-Estilo, BRS-7762 Supremo, BRS- Campeiro, BRS-Esplendor, BRS-Majestoso,
CNFS-10429, BRS-Notável, CNFC-10467, BRS- Ametista, CNFP-10762 e CNFP-10794 que demonstraram índice de severidade variando entre 19,5 e 37,3%. Já o grupo onde a mela ocorreu de forma mais severa foi composto por somente três genótipos (CNFP-101104, CNFP-10729 e Pérola) que obtiveram índices de severidade variando de 44,3 a 55,0%. Estas maiores severidades foram favorecidas provavelmente pelas condições climáticas e ambientais favoráveis ao desenvolvimento da doença (Figura 1), associada à baixa resistência dos genótipos em questão.
A formação de diferentes grupos estatísticos comprova que os genótipos obtiveram resultados distintos com relação à severidade da mela, tornando possível a identificação de genótipos que se mostrem menos suscetível a doença. A cultivar Pérola, que apresentou maior severidade da doença também foi a que se mostrou menos produtiva. Costa (2007) também relatou que a produtividade foi severamente comprometida pela severidade da doença.
O nível de resistência que foi observado nos genótipos que obtiveram menores índices de